CAP-65

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Alay: Bom dia, meu amor. - Disse, ainda deitada, olhando Pablo, que brincava com Dulce na poltrona do quarto.

Pablo: Bom dia, ma petit. - Respondeu, sorrindo pra ela.

Alay observou o marido brincar com a filha por um momento, se espreguiçou novamente e fez impulso pra levantar. Mas doeu.

Alay: Ai! - Gemeu, se deitando novamente.

Pablo: O que houve? - Se levantou, preocupado, sem se aproximar.

Alay: Me machuquei, eu ach... - Ela fez impulso pra se sentar de novo - Ai! - Gemeu, se deitando, dessa vez riu.

Pablo: Lay, o que? - Perguntou, sorrindo, confuso. Alay ficou esticada na cama, rindo, e Dulce riu de leve.

Alay: Pablo. Miguel. Deville. - Chamou, ameaçadoramente, mas por dentro prendia o riso.

Pablo: Alay. Marie. Deville. - Repetiu no mesmo tom que ela - Que diabo, o que houve?

Alay: Você me aleijou! - Acusou, fechando a cara.

Pablo: Eu... o que? - Ele olhou ela, incrédulo.

Alay: Me aleijou! Não consigo me sentar! Culpa sua! - Acusou novamente, cruzando os braços.

Pablo se estourou de rir, ao entender o que era. Ele pôs Dulce na cama, que olhou o pai rir, curiosa e com um sorriso perdido no rosto. Pablo riu, a ponto de que seus olhos se encheram de agua. Alay riu também.

Pablo: É... - Ele riu de novo - É sério?

Alay: Não, to brincando. - Ela sorriu, ironicamente - É CLARO QUE É SÉRIO! - Pablo riu mais ainda. Dulce riu dessa vez.

Pablo: Não consigo... respirar. - Dulce bateu palminhas, e Alay ergueu a sobrancelha.

Alay: Pimenta no olho dos outros é refresco. - Resmungou, se deitando novamente.

Pablo: Não, não fique brava. Só achei engraçado o jeito como você me acusou. - Disse, se sentando atrás dela. Alay continuou quieta. Dulce observava os pais, atentamente. - Vai ficar zangada comigo? - Perguntou, alisando o braço dela.

Alay: Vou. - Respondeu, fazendo biquinho.

Pablo: Vamos calcular isso. Não fui eu que me puxei pra dentro do chuveiro, ontem de tarde. - Disse, prendendo o riso.

Alay: É o que? - Ela se virou, ficando de barriga pra cima. - E não fui eu que me acordei de madrugada, dizendo que estava sem sono. Ótima maneira de curar insônia. - Ela ergueu a sobrancelha.

Pablo: Na verdade, eu não conheço nenhum modo melhor. - Ele sorriu pra ela, que fez uma careta.

Alay: Pablo! - Repreendeu, dando um tapa no braço dele.

Pablo: Escute. - Ele disse, segurando a mão dela e rindo - Eu vou cuidar de você, enquanto estiver... - Alay ergueu a sobrancelha - Doente. - Ela assentiu, desconfiada. - Eu amo você, ma petit. - Disse, acariciando o rosto dela.

Alay: Eu vejo como. - Resmungou, fazendo bico.

Pablo sorriu e beijou ela de leve, mas apaixonadamente. Os dois estavam assim quando, com um gritinho, Dulce deu um tapa na coxa coberta da mãe, chamando a atenção dos dois pra ela.

Alay: Ei! - Repreendeu a filha, que ria, batendo palmas. Pablo carregou a menina - Sapeca. - Ela mordeu a mão da menina dele leve, que gritou. - Ei. - Chamou, olhando o marido.

Pablo: Oi? - Perguntou, distraído com a filha, que tentava puxar a camisa dele.

Alay: Apesar dos pesares, eu te amo também. - Disse, sorrindo de canto. Ele sorriu e selou os lábios com os dela, até que recebeu uma tapa de Dulce. Os dois riram, e ficaram a paparicar a filha.

Pablo levou Alay até o banheiro, e a depositou na banheira. Ela tomou um longo banho de imersão. Se sentia feliz, completa, amada. Agora sim tinha o casamento com que tinha sonhado. Ao terminar o banho, estava um pouco melhor da dor. Conseguia andar, mas não era nada agradável.

Pablo: Deveria ter me chamado. - Disse, se levantando rapidamente e pondo Dulce na cama, quando ela entrou, caminhando lentamente, no quarto.

Alay: Sou uma mulher independente. - Impôs, orgulhosa, e ele ergueu a sobrancelha.

Pablo: Ah, você é? - Questionou, prendendo o riso.

Alay: Sim, eu sou. - Rebateu, se fazendo de digna - Mas devo admitir que vou precisar de ajuda pra me vestir. - Ela fez uma careta, apontando pra toalha em que se enrolava. Pablo riu.

Pablo: Melhorou, miss independência. - Ele se aproximou dela, agarrando-a pela cintura e erguendo-a no ar. Alay riu e se abraçou a ele. Dulce riu também, observando os pais.

Pablo vestiu Alay. Ela resolveu não sair do quarto. Seria constrangedor explicar porque estava andando tão lentamente, e porque não poderia se sentar. Ela pôs sua roupa de baixo, sem o espartilho, e uma camisola confortável. Não chovia naquele dia, mas havia neblina. Estava bem frio. Pablo desceu na hora do almoço, e disse que Alay estava indisposta. A Morena ficou no quarto com a filha.

Alay: Quando seu cabelo for maior, a mamãe vai te fazer uma franjinha. - Disse, sentada na cama, apoiada em diversos travesseiros, com Dulce em seu colo. A menina observava a mãe pentear seus cabelos, despreocupada. - Franjinha. - Disse, pegando a boneca de Dulce. A boneca tinha franja. Alay amostrou a franja a Dulce, em seguida mostrou o cabelo da menina.

Dulce: Inha? - Resmungou, quase imperceptivelmente. Dulce era nova demais pra falar, mas parecia entender parte do que lhe diziam. Ninguém entenderia. Mas Alay era mãe, ela entendeu.

Alay: É, uma franjinha, meu amor. - Disse, sorrindo, e dando um beijo apertado na filha. Quando ergueu os olhos, viu Pablo parado na porta, observando a cena com um sorriso de canto no rosto. - Pablo, em nome de Deus, pare com isso! - Pediu, após se recuperar do susto.

Pablo: Trouxe seu almoço, petit. - Anunciou, divertido, se aproximando com a bandeja. Alay pôs Dulce ao seu lado.

Enquanto Alay comia, Dulce adormeceu no colo do pai. Pablo estava sentado ao lado de Alay, segurando a filha carinhosamente. A morena terminou de almoçar, e pôs a bandeja no chão.

Alay: Amor? - Chamou, limpando a boca com o guardanapo.

Pablo: Oi? - Respondeu baixo, pra não assustar a filha, enquanto acariciava o cabelo da menina, ninando seu sono.

Alay: E ela? - Perguntou, observando-o.

Pablo: Ela quem? - Perguntou, distraído.

Alay: Lorena. - Disse, relutante em pronunciar o nome dela.

Pablo: Fugiu. - Rosnou, erguendo o rosto - Assim que você foi pra casa do seu pai, eu fui atrás dela. Ia mata-la. - Assumiu, e Alay sabia que ele não estava brincando - Mas já havia fugido. Eu não me dei ao trabalho de mandar procurarem.

Alay: Ah. - Murmurou, pensativa.

Pablo: Não pense mais nela, ma petit. Ela não vai voltar a nos atrapalhar. Eu prometo. - Prometeu, enlaçando os dedos com os dela. Alay sorriu, e ele beijou as costas da mão dela.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora