CAP-38

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Pablo: E o feriado? - Perguntou a noite, dias depois, a Benjamin.

Benjamin: Estava justamente pensando nisso. - Confessou, olhando o irmão - Tem uma cachoeira perto de La Push, dizem que quase ninguem vai lá, pelo frio, mas que é um lindo lugar.

Pablo: Cachoeira? - Perguntou, tentando se lembrar

Ster: Feriado? - Perguntou, virando-se pra Alay. Não sabia da existência desse feriado.

Alay: Dia de São Valentim. - Ster fez uma cara confusa

Larra: Assim. - Começou, enquanto ninava Diogo - Diz a história que a tempos atrás, na época do Imperador Cláudio II, ele proibiu todos os casamentos, porque queria montar um exercito invencível, e os homens se tornam vulneráveis quando amam. - Benjamin sorriu de canto, olhando a esposa.

Alay: Então, como fora mandado, os casamentos foram cancelados. Apenas um padre se negou. Ele continuou casando os jovens escondidos. Seu nome era Valentim. - Continuou.

Larra: Ele casou as pessoas continuamente, dia após dia, até que foi descoberto. Ele foi preso, julgado, e condenado a morte.

Alay: Enquanto ele estava preso, jovens iam até a prisão, e jogavam flores pra ele, presentes. Um dia, uma jovem entrou lá. Ela era cega. Eles se apaixonaram perdidamente um pelo outro, e o amor dele, milagrosamente, devolveu a visão dela. - Disse, lembrando-se das diversas vezes em que Heloise lhe contou essa história - Ele conseguiu escrever uma carta de amor pra ela, e no final, ele dedicou "Do seu Valentim".

Larra: Bom, ele morreu. - Ster fez uma careta - Porém, o amor dele e da jovem se tornou lenda. E dai veio o dia de São Valentim. O dia dos apaixonados.

Théo: Um dia, o dia de São Valentim vai se tornar o Dia dos Namorados. - Começou - E em alguns paises vai trocar de data. - Disse, simplesmente

Pablo: Esse menino só fala besteira. - Repreendeu, olhando Théo, que deu de ombros - Benjamin, porque você não põe ele num internato? - Perguntou, passando o problema pro irmão, que riu.

Benjamin: O meu filho tá dormindo, obrigado. - Todos riram - Então, iremos a cachoeira no feriado?

Pablo: O que vocês acham? - Perguntou a todos, porém, encarava Alay.

Alay: Por mim está ótimo. - Respondeu, sorrindo pro marido. Pablo sorriu de canto. É, eles iriam a cachoeira no dia dos apaixonados.
E assim, o feriado chegou. Ster e Théo acordaram cedissimo, atônitos. Todo mundo tava ansioso pra ir pra cachoeira, mas ninguém tanto quanto eles dois. Diogo, pra ajudar com o furdunço, danou a berrar.

Alay: Hum... - Se espreguiçou, acordando

Pablo: Bom dia. - Desejou, rouco, acordando. Alay balançou a cabeça negativamente e se apertou a ele, morrendo de preguiça de levantar - Vamos, petit, acorde.

Alay: Não quero. - Murmurou contra o peito dele, manhosa.

Pablo: Eu também não, mas precisamos. - Ele olhou o relógio perto da cama - Se bem que ainda é cedo. Fica aqui, eu vou acalmar os três.

Alay: Não. - Ela prendeu ele em seu abraço. Pablo riu - Tá, vai la. - Ela soltou ele de mal gosto, virando-se pro outro lado.

Pablo: Não faz esse bico. - Pediu, beijando a pele do ombro dela

Alay: Não demora. - Pediu, se encolhendo. Pablo assentiu e se levantou.

Mas Alay despencou em seu sono assim que o barulho parou. Não sentiu quando o marido voltou pro seu lado, e a beijou de leve. Só acordou uma hora mais tarde, quando o barulho recomeçou. Mas Pablo não estava lá. Em seu lugar havia um enorme buquê de rosas vermelhas, uma pequena caixinha de veludo, e um cartão alvo. Ela se sentou, e abriu a caixinha. Dentro havia um anel prateado, fino, com diamantes a sua volta. Mas era diferente. Tinha uma abertura na parte superior. Alay franziu a sobrancelha. No céu da caixinha preta havia uma frase branca: "Pra aquilo que se quer pra sempre.". Alay olhou a aliança em sua mão esquerda. Sorriu, e colocou o anel no anular esquerdo, o mesmo dedo da aliança. Encostou os dois anéis delicadamente, e eles se encaixaram. Ela pegou o cartão, e lá havia apenas uma frase: É um contentamento descontente. Ela olhou as flores, e sorriu mais ainda. Ficou ali, observando o anel, por vários minutos. Mas depois se levantou. O dia dos apaixonados ainda precisava ser vivido. Então, as 8:00am, os Deville saíram de casa. Demorou mais ou menos uma hora até chegarem lá. Larra usava uma roupa de banho branca; Alay, um maiô preto, de costas nuas e decote em V, avançado pra sua época; Ster, roupa de banho rosa. Os homens usavam bermudões de banho, inclusive o pequeno Diogo. O lugar era lindo. Tinha uma fileira de Arvores em volta. A cachoeira era enorme. Se Alay tinha alguma ideia de paraíso, era aquilo. Rose lhes preparou uma cesta de piquenique, e Larra pôs-se a arrumar as coisas em cima de uma toalha quadriculada. Théo e Ster correram pra água. Diogo jazia sentado no colo de Benjamin, que estava encostado em uma arvore. P estava encostado em outra, olhando a mulher.

Alay: Ei, não me olha assim! - Reclamou, puxando o rosto dele pra si. Pablo olhava o corpo dela, coberto pelo maiô, com o olhar cobiçoso. Ele riu do embaraçamento da esposa.

Pablo: Qual o problema? - Perguntou, sorrindo pra ela

Alay: Todos os problemas. - Rebateu, fazendo bico. Pablo beijou o bico dela, que sorriu - Adorei o presente. - Agradeceu

Pablo: Eu estava procurando um presente. Mas eu vi você com esse anel quando achei ele. - Ele pegou a mão esquerda nela, onde os dois anéis estavam juntos

Alay: Abre a boca. - Ela pegou um morango numa taça que estava perto de si. Pablo ergueu a sobrancelha - Vamos lá! - Insistiu, com o morango na mão. Pablo entreabriu os lábios, de muita má vontade.

Alay fez sinal negativo com a cabeça e mordeu um pedaço do morango, beijando-o em seguida. Pablo tinha que reconhecer que foi pego de surpresa. Mas Alay era uma surpresa ambulante. Ela se amparou no peito dele, que segurou ela pelo rosto, trazendo-a pra si. O beijo tinha o gosto da boca dos dois, e o sabor predominante do morango. Os dois se beijaram até que o ar faltou, obrigando-os a se soltarem. Alay encarou ele por um bom tempo, instigando-o com o olhar.

Pablo: Provoca, Alay. Mas depois não reclame. - Alertou
Alay: Porque eu reclamaria? - Perguntou, passando a ponta dos dedos no peito dele, e ainda provocando-o com seu olhar.

Pablo: Cigana. - Acusou, sorrindo de canto, perdido pelo olhar dela.

Alay: Vou tomar banho. - Disse, antes de selar os lábios com os dele, mordiscando a boca do marido, que sorriu.

Alay se levantou e caminhou até a borda do rio, que não corria muito no ponto onde ela estava. Olhou a agua por um momento, tocando-a com a ponta do pé. Parecia estar ótima. Ela deu um pulinho, e caiu de ponta, sumindo debaixo d'agua. Isso fez Pablo lembrar de uma cena a anos atrás: Jovens em uma praia, uma morena de olhos verdes oblíquos e dissimulados caminhou até a ponta de uma pedra alta aos risos, e pulou, desaparecendo no mar em seguida. Ele balançou a cabeça de leve, espantando a lembrança, e voltou a contemplar Alay submersa. Pablo olhou Alay por minutos a fio. Viu quando ela emergiu, jogando os cabelos pretos pros lados. Théo e Ster estavam perto da queda da cachoeira, Larra, Benjamin e Diogo estavam sentados na grama, então Alay estava sozinha.

Larra: Não joga ele assim, Ben! - Pediu, mas sorria. Benjamin estava deitado na grama, e jogava o filho pra cima. Diogo ria gostosamente.

Benjamin: Ele gosta, ó: WOL! - E jogou o menino mais alto. Diogo riu mais animadamente.

Larra: Ben, não faz. Dai a pouco ele cai, olha o problema! - Pediu de novo. Benjamin riu, e deitou o menino de bruços em sua barriga.

Benjamin: Pronto, mandona. - Disse, olhando ela.

Larra: Não fica bravo. É só precaução.

Benjamin: Vem aqui. - Ele estendeu o braço pra ela. Larra se deitou e se apoiou no braço do marido - Te amo. - Disse, sorrindo. Larra sorriu e beijou o marido.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora