CAP-21

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Rose: Senhor. - Interpôs aproximando-se do cavalo de Pablo, que a encarou - Ela está se machucando, senhor. - Lamentou - Eu sei que ela errou, mas ela já fez o suficiente e... - Interrompida

Pablo: Do que está falando? - Perguntou, franzindo o cenho

Rose: Do castigo que deu a senhora. Ela já fez muito, está exausta, e está se machucando. Não ouve ninguém que a mande parar.

Pablo: Mas que... - Ele não completou a frase, esporreou o cavalo, disparando a galope em direção a mansão. Alay devia ter enlouquecido se estava fazendo o que ele pensava que estava.
Pablo praticamente voou do cavalo ao chegar na frente da mansão. O cavalo nem tinha parado e ele desmontou, disparando pra dentro de casa. Foi direto a cozinha, sabia que ela estava lá. Parou, travado a porta. Alay estava lavando uma pilha de louças. O olhar dele voou pra mão dela. O dedo indicador da mão esquerda sangrava fluidamente, enquanto ela insistia com uma taça.

Pablo: O que você está fazendo? - Perguntou, sério

Alay: Ai! - Ela deixou a taça escorregar com o susto. A taça bateu no batente da pia, e na tentativa falida de Alay evitar a queda, richocheteou vidro pra mão dela. Ela fechou o punho instintivamente. O cristal lhe cortou profundamente a palma da mão esquerda. Segurando o punho, ela largou o caco de vidro, que bateu no chão, enquanto o sangue inundava sua mão.

Pablo: Não se machuque assim. - Ele murmurou, se aproximando dela.

Mas Alay escondeu a mão nas costas. Se Pablo fosse um vampiro, ela não queria, de jeito nenhum, ter seu sangue tão exposto.

Pablo: Vamos, eu não bebo isso, petit. - Disse após revirar os olhos, pegando a mão dela. - Olha o que você fez. - Ele balançou a cabeça negativamente enquanto o sangue de Alay manchava sua mão.

Alay: O que eu fiz? - Ela disse, olhando ele enquanto ele avaliava seu corte. - Foi você quem me mandou limpar tudo, a culpa é sua. - Disse, ressentida

Pablo: Por Deus, eu estava blefando, Alay. - Ele meteu a mão dentro do palitó, tirando um lenço branco de linho, cuidadosamente dobrado de dentro

Alay: Suas mudanças de humor estão me deixando desorientada. - Murmurou, enquanto ele sacudia o lenço, desdobrando-o.

Alay gemeu quando a mão de Pablo lhe tocou o corte, por cima do lenço. Ele enrolou a mão dela, e o lenço que era alvo, foi ficando cada vez mais vermelho. Ele levou ela pro andar de cima, abrindo a porta do quarto dos dois. Alay estava ficando tonta pelo sangue que perdia, então, não reclamou quando ele entrou no banheiro do quarto com ela.
Pablo: Eu preciso fazer isso parar de sangrar. - Disse a si mesmo, enquanto colocava a mão dela debaixo d'agua. Alay suspirou de alivio. A agua ajudava. - Mantenha a mão ai. - Disse enquanto ia pra trás dela.

Alay: O que você está fazendo? - Perguntou ao sentir ele desenlaçando seu vestido. Depois se tocou. Se ela pudesse pedir uma coisa nesse momento, seria um banho. Ele terminou de tirar a roupa dela pacientemente enquanto enchia a banheira. Depois que ela, se sentindo fraca demais pra brigar, se sentou, ele sentou na bancada atrás da banheira.

Pablo: Eu não acho que pareça feno. - Disse prendendo o cabelo dela em um comprido rabo de cavalo. Alay sorriu de canto, relaxando com o banho. - Lay, o que você fez hoje?

Pablo: Eu não acho que pareça feno. - Disse prendendo o cabelo dela em um comprido rabo de cavalo. Alay sorriu de canto, relaxando com o banho. - Lay, o que você fez hoje?

Alay: Eu limpei. - Ela murmurou, sonolenta - Lavei, varri, fiz de tudo um pouco. Porque? - Ela virou o rosto pra ele

Pablo encarou ela por um tempo, depois soltou um grunhido baixinho. Pediu um minuto, e saiu. Ela não era louca de ter desobedecido. Não isso. Ele tentava se tranquilizar enquanto avançava pela escada. Quando chegou ao terceiro andar, o lugar tinha apenas a luz fraca que entrava pelas frestas da janela fechada. Ele avançou pela enorme sala, olhando pros lados. Nada ali parecia ter mudado desde a ultima vez em que ele estivera. Seu olhar se fixou em algo encostado na parede do fundo. Ele respirou fundo, já tranqüilo, enquanto voltava pro quarto. Alay ainda precisava dele.

Quando Pablo voltou ao banheiro, depois de deixar o terno e o colete em cima da cama, Alay estava brincando com a espuma. Ela pegou uma mão de espuma com a mão boa, e assoprou, fazendo voarem bolinhas de sabão. Ele sorriu e se aproximou.

Pablo: Está melhor? - Perguntou, sentando-se perto dela de novo

Alay: Um pouco. Não está doendo tanto. - Ela analisou, fechando a mão lentamente

Pablo: Eu cheguei a pensar que ia precisar chamar um médico, pra suturar. - Disse enquanto pegava a mão dela entre as suas, acariciando as costas da mão dela.

Pablo estava preocupado com ela. Sim, ele estava. O Pablo que ela amava estava ali, ao seu lado. Ela podia gritar de felicidade, se quisesse. Era tão bom vê-lo livre. Ficou observando-o enquanto ele acariciava sua mão. Uma vontade descontrolada de beija-lo tomou conta dela, mas ela se fincou na banheira. Não podia ser assim.

Original SinOnde histórias criam vida. Descubra agora