Comemoração, de acordo com o dicionário, é um substantivo feminino que significa ato ou efeito de comemorar, de trazer à lembrança; memoração. E era exatamente isso que fomos fazer naquela festa, pena que os efeitos dela não foram tão memoráveis.
Vesti meu jeans boyfriend, vans de cor preta com uma camisa larga, curta e branca somada a uma jaqueta de couro preta. Entrei no meu Porsche que a noite parecia mais preto do que azul e segui até o ponto de encontro marcado no Brooklyn. Quando cheguei, todos os três já estavam me aguardando fora de seus carros estacionados.
Johnny me deu um abraço tão forte que quase me arrancou do chão, e eu me senti patética por isso, mas não disse nada, apenas afaguei seus cachos ruivos e macios. Seus olhos grandes e acinzentados me encararam sendo acompanhados de um sorriso, admitindo toda a sua postura de querubim e eu, obviamente, me derreti por dentro.
E por que ele fez isso? Por nada, era simplesmente o jeito Johnny de ser. Carinhoso, sensível e tocável.
Se existe uma pessoa no mundo que gosta de contato físico, essa pessoa é Johnny.
- Agora que Liz chegou, nós podemos finalmente entrar? - e aqui era Tom sendo adorável com seu humor amargo de sempre.
Eu juro, no fundo ele é uma pessoa legal, só tem que conhecer para perceber.
Mas, enquanto Josh e eu mantínhamos apenas o contato físico necessário um com o outro e Johnny mantinha um contato físico além do necessário com qualquer pessoa que ele tivesse o mínimo de consideração, Tom parecia estar envolto a sua bolha transparente e ninguém conseguia espaço o suficiente para se aproximar o que não seja um braço e meio de distância.
- Eu nem demorei tanto assim! - protestei enquanto caminhávamos para o lugar da festa.
Antes de chegarmos à porta já podíamos ouvir a música agitada. Uma carga elétrica passou pelo meu corpo quando "Lean On" invadiu meus ouvidos em toda a sua potência gerada pelas enormes caixas de som espalhadas por todo o galpão grafitado onde acontecia a festa.
Procuramos um canto para ficar e depois de um tempo conseguimos uma mesa vazia e mais uma cadeira para completar quatro. Tom logo arranjou uma bebida. Mesmo que todos nós sejamos menores de idade, essas festas não colocavam controle algum. Josh também estava com uma bebida. Johnny não bebia, assim como eu, então nos contentamos com refrigerante - que eu também não era a fã número um, mas era melhor do que nada.
Ficamos sentados por umas cinco músicas enquanto a festa explodia ao nosso redor. Isso era o que sempre acontecia, a gente evitava chamar muita atenção, então acabávamos ficando mais na nossa mesmo, porque assim nós já chamávamos muita atenção. Por sorte, em festas desse porte, as pessoas começavam a ficar bêbadas demais ou preocupadas em beijar algumas bocas para realmente notar a gente ali.
Eu cantava as músicas de um jeito que se Ed, ou Isa, ou qualquer outra pessoa da minha equipe estivesse aqui, reclamaria porque eu precisava preservar minha voz. Inclusive porque eu tomava refrigerante ou soda italiana bem gelada e isso não faz nada bem para a garganta, mas quem estava ligando, não é mesmo? Quero dizer, eu geralmente me importo, mas não naquela noite.
Enquanto eu brincava com o canudo da saudosa soda de maça verde, ouvi um fundo de vozes e uma batida inconfundível. Imediatamente larguei o canudo e cutuquei Josh.
- Josh! - agarrei seu braço e o sacudi, falar de série não era mais importante do que isso. - É Uptown Funk! Josh! - ele ergueu os olhos por breves segundos, prestando atenção na batida e então olhou para mim novamente.
- Vamos!
Esse garoto definitivamente me entendia!
Josh deixou Johnny e Tom de lado conversando sobre o último episódio de Game Of Thrones e me puxou pelo braço até a parte onde havia mais pessoas dançando. Nós mexemos a cabeça no ritmo e fazíamos até algumas coreografias do clipe, o que dificultou saber se as pessoas paravam e cutucavam seus parceiros porque notaram que nós somos, bem, nós ou por causa dos passos ensaiados.
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18 [Suspenso]
Teen FictionEstar no foco da atenção da mídia, revistas, jornais e sites de fofocas pelo seu grande sucesso no auge de seus 18 anos parece melhor do que qualquer conto de fadas da Disney. Afinal, o show business é, de fato, um mundo tentador, mas também é cruel...