Capítulo 38

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Eu não gosto de comentários em início de capítulo, então vou ser breve. 

Tem uma parte nesse capítulo que enquanto eu escrevia pensei que pode um gatilho (ou sei lá) para alguém, então vou marcar onde a cena começa e termina.

Eh isto, boa leitura.



Sabe aquela pegadinha de o que pesa mais: um quilo de algodão ou um quilo de chumbo? Ambos tem o mesmo peso, um quilo, mas não tem a mesma densidade. Os momentos de euforia são o quilo de algodão e todos os outros são o quilo de chumbo.

Acordei três horas depois que havia ido dormir. Enrolei por uma hora na cama tentando recuperar o sono, quando não consegui, olhei o celular e descobri que ainda era manhã, talvez conseguisse pegar café fresco e seja lá mais o que Isa havia arranjado para comer. Então levantei e recolhi as roupas sujas para levar até a lavanderia.

Famosa sim, mas com obrigações também.

Desci as escadas bocejando, com o cabelo jogado para todos os lados, pijama e um saco de roupa jogado nas costas. Claramente uma visão glamurosa, mas eu estava em casa então não havia nada com o que me preocupar, certo?

Errado.

- Adam?

O garoto sem camisa e de cabelos pretos virou na minha direção com um copo nas mãos e deu um sorriso ao me ver, foi praticamente um dejavu.

- Oi! Juro que não fui a lugar nenhum além do quarto da Kiara.

Me aproximei da bancada com a testa franzida e deixei as roupas no canto.

- Ué, eu achava que Kiara estava querendo aquele seu amigo, lá.

- E ela está... Ah não, Kiara e eu não transamos, aquela foi a única vez.

Adam e eu invertemos as posições, fui para trás da bancada atrás de café e ele se sentou com um copo de água na mão. Ofereci café com um gesto silencioso e ele negou com a cabeça.

- Um dos meus colegas de apartamento pediu para que eu não voltasse, ele levou uma garota para lá e não queria ser interrompido. Sei que não gosta de visitas, mas Kiara era minha última opção. A gente combinou de eu ir embora antes de você acordar, mas não esperava que acordasse tão cedo.

Arqueei a sobrancelha e sacudi a cabeça pensando comigo que a verdade é que nem dormi, mas não falei em voz alta.

- Acho que nem adianta reclamar mais, se você quisesse fazer algo contra mim, já teria feito - dei de ombros.

- Ou, talvez eu esteja esperando ganhar sua confiança primeiro - ele sorriu de canto de boca.

- Você quer me deixar paranoica, é isso? Bem maléfico seu plano.

Ele gargalhou e eu só me limitei a sorrir enquanto dava outro gole e beliscava o pão fresco em cima da mesa. Eu sinceramente não estava me importando tanto com a presença de Adam ali, acho que estava me acostumando a conhecer ele ao invés de só como "o bartender".

De repente meu pulmão pareceu falhar, então arfei alto tentando fazer o ar circular. Foi totalmente involuntário e aconteceu em uma fração de segundos, quando raciocinei sobre a presença de Adam, ele me olhava como uma expressão que eu não sabia dizer exatamente o que era. Porém, seja lá o que tenha pensado, ele não disse e só continuou com sua água.

O peso esmagando meu peito e coração continuou, respirar estava muito difícil, mas tentei meu máximo disfarçar. Isso estava ficando tão comum e eu estava tão acostumada, que disfarçar já era um hábito de qualquer forma.

18 [Suspenso]Onde histórias criam vida. Descubra agora