O que difere os seres humanos dos outros animais é a capacidade de raciocinar e de manter a informação por mais tempo para que possa ser utilizada outras vezes. A diferença também é que eles são menos complicados do que nós. Animais seguem sua natureza, agindo conforme seus instintos. A natureza do ser humano é ser complicado, agindo divididos entre razão e emoção.
Tentamos evitar olhares curiosos, mas alguns foram inevitáveis, outros estavam chapados demais para notarem até si mesmos. Seguimos até o corredor entre a entrada principal e a do salão, onde ninguém tramitava e o som podia ser escutado bem abafado por causa das portas fechadas.
Os garotos sentaram Johnny no chão com as costas encostadas na parede. A cabeça dele pendia, o corpo todo estava mole. Havia parado de balbuciar coisas sem sentido e agora parecia totalmente apagado.
- Isso é sua culpa! – demorei um tempo para registrar as palavras, para virar o rosto na direção do Josh e para entender sua reação.
- Minha?
- Sua e do seu amiguinho lá. Foi ele que fez isso com o Johnny!
- Asher e eu não somos amigos! Além do mais, eu não vi nenhum de vocês à festa toda porque, certo alguém não quis vir no mesmo carro que eu. Preciso citar nomes?
- Calem a boca vocês dois! Temos um problema maior aqui – nossa atenção voltou para Tom. – Ele precisa ir para um hospital. Agora.
Senti o olhar de Josh queimar meu rosto, como se ele realmente jogasse a culpa toda em mim.
- Liz, você não voltou a beber, né? Acho que é a única entre nós que ta podendo dirigir.
- Só uma taça de champanhe, mas faz horas. Espera! Vocês vieram de carro?
- Isso realmente importa agora? – ele arqueou a sobrancelha em minha direção e segundos depois neguei com a cabeça.
Realmente, o que menos importava agora era o porquê deles terem vindo de carro e com que carro.
Quando chegamos até o estacionamento descobri que era com o meu carro.
Sim, eu também tenho um carro na minha casa na Califórnia.
Josh ficou com Johnny no banco de trás e Tom no lado do carona. Busquei no GPS a Emergência mais próxima e não demorei a arrancar. Tom foi me guiando já que meu senso de direção em lugares que não estou acostumada é tão ruim que ninguém sabe até hoje como tirei carteira.
Acho que nunca ouvi tanto a voz do Tom de uma só vez. Ele deve ter falado em uma noite a mesma quantidade que falara nos últimos cinco meses. Por causa de Johnny ainda, logo a pessoa que ele mais ignorava.
Mas tenho certeza que Tom gosta da gente, mesmo que não demonstre. E com Josh e eu brigados, acaba sendo dele a função de ajudar.
Estacionei na entrada da Emergência e Tom logo saiu para ajudar Josh tirar Johnny do carro. Eu fui na frente e pedi pelo amor de Deus que alguém ajudasse meu amigo enquanto os outros dois carregavam ele com seus braços ao redor do ombro de cada um. Disse que ele bebeu e estava apagado.
Uma enfermeira apareceu e analisou Johnny superficialmente, depois chamou um enfermeiro com certa urgência e este veio com uma maca e outro cara puxando. Os dois homens colocaram Johnny deitado e a moça pediu para que esperássemos ali.
Então sumiram hospital adentro.
E nós ficamos lá, por minutos ou horas, ninguém se preocupou em olhar o relógio.
Ninguém queria falar. O silêncio só não era pior devido ao telefone da recepção que tocava vez ou outra e uma televisão que passava algum programa estupido de madrugada.
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18 [Suspenso]
Teen FictionEstar no foco da atenção da mídia, revistas, jornais e sites de fofocas pelo seu grande sucesso no auge de seus 18 anos parece melhor do que qualquer conto de fadas da Disney. Afinal, o show business é, de fato, um mundo tentador, mas também é cruel...