Quando voltei para recepção Isa já estava lá e nos convenceu a voltar para casa com Ed que a acompanhou. Ela ficaria para assinar os documentos, lidar com as contas do hospital e leva-lo para casa. Então, dei a Ed as chaves do meu carro, ele foi primeiro para estacionar bem em frente à entrada da Emergência para que nós pudéssemos sair sem que a impressa pegasse muitas fotos.
Havia vários fotógrafos do outro lado da rua.
Fomos direto para a minha casa onde tomamos banho, dormimos e comemos em pleno silêncio. Nada de televisão, ou de vozes. O único barulho vez ou outra era do celular de Ed, que ia para a varanda falar e nós, no máximo, o observávamos através do vidro.
Ficamos no quarto a maior parte do tempo. Eu me encolhi na cama e me cobri com a coberta fazendo dela meu casulo. Fechei os olhos e fiquei quieta, quase imóvel, tentando esvaziar a mente e não pensar nos últimos acontecimentos.
Quando Johnny estava prestes a chegar do hospital fomos todos para a sala. Assim que ele passou pela porta, minha primeira reação foi levantar e ir até ele, mas algo estava errado. Johnny não estendeu os braços de volta, nem mesmo fez menção vir em minha direção ou ser receptivo. Então eu parei e franzi o cenho em sua direção.
- Johnny...? – ele não respondeu.
Os olhos cansados do meu amigo mais novo me encararam e depois aos dois outros garotos atrás de mim. E então ele se virou e seguiu casa adentro, sem falar absolutamente nada, nem demonstração de afeto e é do Johnny que estamos falando!
Mas os cachinhos ruivos tão macios estavam uma zona e sua cor era mais pálida que o normal. O rosto abatido e uma expressão séria fazia toda a adorabilidade de Johnny parecer apenas fruto da minha imaginação, quase cinco anos de doçura e 16 anos de amabilidade pareceram desaparecer naqueles instantes que ele atravessou a porta e sumiu das nossas vistas sem dizer uma só palavra.
Nem mesmo quando embarcamos no avião.
Muito menos durante a viagem de volta até Nova York.
Sequer quando desembarcamos.
John Christopher Kendrick Junior não disse uma maldita palavra desde que saíra do hospital, não olhou na minha cara e simplesmente sumiu!
E como se o universo tivesse entrado em um complô com todas as forças da natureza e do destino contra mim, assim que chego em casa, recebo a notícia que a audiência conciliadora com a fulaninha que me processava seria naquele dia.
Terça, 2:00 p.m.
A carta de intimação havia chegado no dia anterior, porém eu ainda estava em Los Angeles mesmo que os planos eram já estar em Nova York. Mas bem, os planos não contavam com álcool e ecstasy.
Eu não conseguia dizer mais como eu estava me sentindo. Acho que eu simplesmente não estava. Era tanta coisa de ruim acontecendo, mas tanta que eu devo ter cansado de sentir, ou estar dopada de sentimentos.
Quando sentei do lado de fora da sala que aconteceria a reunião de conciliação para o processo que eu lavava não precisar ir para o tribunal, eu percebi que nem lembrava mais desse maldito processo. E isso era estranho porque eu lembro de ter ficado destroçada com a notícia.
Ou foi só impressão?
Será que era minha mente me enganando? Na verdade eu havia ficado bem?
Enquanto esperava, resolvi recapitular todos os acontecimentos que aconteceram até eu estar sentada naquele banco.
1. Talvez meus amigos troquem de gravadora e eu não posso ir.
2. Eu tenho uma divida com a minha gravadora.
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18 [Suspenso]
Teen FictionEstar no foco da atenção da mídia, revistas, jornais e sites de fofocas pelo seu grande sucesso no auge de seus 18 anos parece melhor do que qualquer conto de fadas da Disney. Afinal, o show business é, de fato, um mundo tentador, mas também é cruel...