Tomar decisões definitivas é um grande passo na vida de qualquer um. Ninguém quer se arrepender ou quebrar a cara, por isso muita gente vive sem se arriscar porque a maioria dos caminhos não tem volta, aquilo fica na sua vida para sempre e define o que será da sua vida a partir de agora.
"Você não pode voltar, por isso é difícil escolher" Mr. Nobody, 2009.
Eu sou a pessoa mais ridícula que conheço para tomar decisões definitivas, mas ninguém chega aonde cheguei sem tomar algumas.
Ou sem ligar o foda-se e fazer o que bem entender sem pensar nas consequências que isso poderia trazer.
E era exatamente isso que eu sempre acabava fazendo.
Depois que sai do Casper's, voltei para a Grand Central e, enquanto esperava um metrô e decidia o que fazer da minha vida, resolvi visualizar todas as mensagens que Isa havia me mandado.
"Liz, cadê você?";
"Garota, volta para casa! Sua mãe quer conversar com você";
"Está todo mundo preocupado, me responde";
"Você não pode jogar essa bomba e sair correndo assim";
"Ta todo mundo pegando no meu pé querendo saber de você, me responde!";
"Liz, pelo amor de Deus, até o Lucas já começou a ficar preocupado".
No total eram 52 notificações entre mensagens e ligações perdidas. Quase fiquei tentada a responder Isa e dizer que estava tudo bem, mas claro que não fiz. Claro que resolvi ignorar tudo e por meus fones de volta enquanto pegava outro metrô até o Central Park.
Eu não lembrava a última vez que estive no Central Park, mas no meu primeiro ano aqui, este era meu lugar favorito em toda Manhattan. Porém, atualmente eu acabava não saindo das ruas ao redor do meu prédio, indo nos estabelecimentos e parques mais próximos. O mais longe que eu chegava a ir era a biblioteca pública que ficava em outro parque algumas quadras acima. Ou outro país, estado e província.
Principalmente outros países, estados e províncias. Eu vivia mais viajando ou ocupada com meus compromissos que nunca tive muito tempo para explorar Nova York.
O sol já se punha quando decidi qual seria meu próximo passo já que não queria voltar para casa e nem mais vagar perdidamente. Segui caminhando pelas ruas luxuosas daquela região nova yorkina até chegar à parte mais movimentada, principalmente a essa hora da noite.
- Gostaria de falar com o Dick - disse a um dos seguranças após furar uma enorme fila para entrar no "Chasseur", uma boate com o nome muito estúpido.
- Seu nome está na lista? - foi o que me respondeu.
- Não, ele não sabe que eu viria.
- Então terá que enfrentar fila como todos os outros - o segurança se virou e pediu o documento de uma das garotas na fila.
- Eu disse que quero falar com o Dick! - insisti.
- E eu disse que você vai ter que entrar na fila - seu tom era quase agressivo e isso me deixou furiosa.
Tirei o capuz da minha cabeça sem pensar na burrada que seria fazer isso.
- Olha, é a Lizzie! - ouvi alguém gritar.
Olhei para fila e a maioria das pessoas que estavam me encarando começou a sacar os celulares. O segurança me encarou com mais atenção agora que um burburinho havia começado em frente ao estabelecimento.
- Eu quero falar com o Dick - repeti mais firme, encarando o dito cujo para que ele soubesse que eu não iria sair dali até que liberasse a porra da minha entrada e avisasse ao desgraçado do chefe que eu estava lá.

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18 [Suspenso]
Teen FictionEstar no foco da atenção da mídia, revistas, jornais e sites de fofocas pelo seu grande sucesso no auge de seus 18 anos parece melhor do que qualquer conto de fadas da Disney. Afinal, o show business é, de fato, um mundo tentador, mas também é cruel...