Quatorze

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Oi meus amores... Estavam com saudades? Como finalmente voltei a ter wifi em casa, agora volto a postar as aventuras de nosso casal de heróis Thomas e Leonor.

Espero que vocês gostem, curtam e comentem. Mil beijos.


Leonor andava rapidamente pelas ruas carregando uma cesta com panos para ataduras. Agoirá a seguia carregando outra cesta contendo unguentos e ervas de cura.

Ela sentia o rosto ainda arder da bofetada de D. Constancio. "Ah, homem miserável", pensou ainda raivosa. Quem lhe dera que ela fosse homem mais responder a altura aquela afronta. Nem seu pai havia lhe batido depois de moça. Não que ela não tivesse merecido; pois era tão teimosa que, às vezes, a moça levava D. Bernardo á loucura.

Mas a voz tonitruante do pai fazia os alicerces da casa tremerem quando ele a erguia. E, nesses momentos, Leonor abaixava a cabeça e lhe pedia desculpas por sua impertinência. E D. Bernardo nunca precisara erguer sequer um dedo para isso.

Ela deixou os pensamentos enraivecidos e começou a prestar atenção no movimento a sua volta. As pessoas tentavam recuperar o que pudessem de suas casas e comércios invadidos. Ainda um ou ouro grito ainda era ouvido, o que fez a moça apressar ainda mais o passo.

Homens caídos no chão ou sentados encostados às paredes mostrava o resultado da noite de orgia e bebidas. Mas, ao passar perto de dois homens, um deles agarrou-lhe a saia.

- Hi doll ... Give me a kiss. (Oi boneca. Dê-me um beijinho.) – pediu ele com voz pastosa.

A moça gritou e Agoirá partiu para cima do facínora. Leonor recuou diante da violência do indígena que só largou o homem quando ele transformou-se numa massa ensanguentada.

- Pare Agoirá! - ela ordenou, olhando nervosamente para os lados. - Vamos!

O índio pegou a cesta que largara no chão e os dois correram para sair dali o mais rápido possível.

Thomas que a estava seguindo desde o momento em que ela saíra da igreja, abaixou-se sobre o homem caído. O infeliz mal respirava. Por um momento, ele pensou em ajudar o homem, mas suas ordens eram de vigiar a moça.

Então ele continuou a segui-la.

Ao chegar perto do hospital, Leonor e Agoirá pararam para tomar fôlego. De repente, eles começaram a ouvir tiros de canhão. O susto fez com que as pessoas ao redor corressem para se proteger, entre elas Leonor e Agoirá. Mas nenhum dos prédios da Vila sofreu danos. Os tiros eram direcionados para o mar, em saudação a outros navios que se aproximavam.

Impressionada pelo tamanho das naus e por sua quantidade, Leonor sentiu um arrepio lhe transpor o corpo. Se aqueles eram o restante dos piratas, os colonos nunca teriam chance.

Ela quase se arrependeu de ter mandado Igaracê buscar seu pai. Quase, por que ela se lembrou que os colonos também eram guerreiros e não se entregariam sem lutar, não importasse o tempo que levasse.

Leonor aprumou o corpo e fez um sinal com a cabeça para Agoirá que ainda olhava os navios com assombro.

- Vamos, Agoirá. E os dois rumaram para o hospital.

***

Thomas viu a moça e o índio entrarem no prédio simples. Ao olhar na direção do cais, ele viu as velas do restante da frota de Cavendish. Por um momento ficou indeciso. Deveria ir apresentar-se ao seu capitão ou continuar seguindo a moça intratável que o afrontara na noite anterior?

A Terra e o Mar - o encontro de dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora