Quarenta e quatro

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Para proteger a vida de seu pai e de seu amado, Leonor é obrigada a barganhar sua vida.

Ao escrever esse capitulo, lembrei-me dessa musica. Acho que serve direitinho para nosso vilão.

Leonor estava sentada na cama sendo atendida por D. Eugenia quando D. Constâncio entrou no quarto,

A moça deu um grito:

- Vosmecê?! Saia daqui!

D. Eugenia levantou-se da cama e dirigiu-se a D. Constâncio

- Constâncio, meu irmão. Leonor ainda está muito abalada, eu acho que seria melhor...

Ele olhou friamente para ela.

- Não estou interessado no que vosmecê acha ou deixa de achar. Quero falar com minha noiva a sós. Saia. Agora! - ele ordenou. D. Eugenia o olhou horrorizada.

- Não, D. Eugenia. Não me deixe com ele.

- Sinto muito, filha. Eu não posso...

A senhora saiu quase correndo do aposento, deixando Leonor sozinha com o homem que mais odiava sobre a terra.

- Eu tenho uma proposta para vosmecê.

- Nada que venha de vosmecê me interessa.

- Ah, mas vosmecê vai se interessar. Porque diz respeito ao seu inglês.

- Thomas? Onde ele está? O que vosmecê fez com ele?

- No que me diz respeito, ele está bem seguro. Mas por pouco tempo.

- O que quer dizer?

- Bem, ele cometeu um crime bastante grave. É claro que o destino dele é a forca.

- Não! – Leonor começou a chorar.

- Mas eu posso salvá-lo.

- Como?

- Com a viagem de D. Brás e seu pai estando preso, eu sou o homem mais poderoso da vila. E sendo assim com o poder de barganhar. Posso comprar a liberdade do seu inglês.

- Pode fazer isso?

- Claro. Sou um homem muito rico, Leonor, Eu compro a liberdade dele e o coloco em um navio para a Europa. Ai lá ele decide para onde ir. Mas só se vosmecê casar comigo sem hesitação.

- A liberdade de Thomas pela minha...

- E a do seu pai também. Será que a vida deles não vale a pena? Então? Temos um acordo?

- É claro que vale. Por isso você quer esse acordo?

- Eu sou um comerciante, querida. Sei quando devo abaixar o preço e quando devo aumenta-lo. O que me diz? Devo avisar ao padre... Ou ao carrasco?

Leonor olhou pela janela. Às aves voavam acima do mar livres como o vento. Ela também havia se sentindo assim. Livre. Uma pena que jamais iria sentir essa sensação novamente. Mas nenhum sacrifício seria grande demais para salvar a vida dos dois homens mais importantes de sua vida

- Bem, o senhor não me deixa outra escolha, D. Constâncio. Me casarei com o senhor está noite.

***

- E então? Já está tudo pronto?

- Sim, señor. - respondeu Francisco. - O patíbulo foi erguido. Um laço só como o senhor pediu.

- Ótimo. Vou presenciar primeiro a morte desse pirata desgraçado e depois vou me enforcar nos laços do matrimônio.

- O señor foi muito esperto em esconder as tatuagens, El cuervo.

A Terra e o Mar - o encontro de dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora