Depois de uma noite de perigos, juras de amor e paixão, Leonor e Thomas acompanhados do leal Agoirá finalmente retornam à vila de Santos. Mal sabiam a surpresa que os aguardavam...
Quando Leonor, Thomas e Agoirá se aproximavam da vila, foram surpreendidos por um grupo armado. Os três foram presos e não foi nenhuma surpresa para o trio quando eles viram D. Constâncio surgindo entre as folhagens.
- Mas vejam só... Eu nem precisei ir muito longe para resgatar a minha noiva.
- Deixe de mentiras, infame! - Thomas respondeu. - Se sabemos que foi você quem sequestrou Leonor e a levou para aquele engenho abandonado.
- E mesmo? E que provas vosmecê tem disso, inglês?
- A minha palavra. - Leonor respondeu.
- Não minha querida... A sua palavra não valerá de nada e sabe porquê? Por que vosmecê estará em choque. Vosmecê foi agredida, vilipendiada e desmaiou com a brutalidade a que foi submetida. Acordou com a luta ente eu e meus homens e os piratas remanescentes de Cavendish.
- Não seja ridículo! Todos sabem que os piratas foram embora. - ela retrucou.
- Sim. Mas quando acharem os corpos carbonizados no engenho incendiado todos acreditarão em minhas palavras.
- Eu negarei! Negarei até o fim! Contarei aos gritos toda a verdade a todos, inclusive de tua real pessoa, El cuervo...
D. Constâncio a silenciou com um tapa. A jovem sentiu o gosto de sangue na boca.
- Cale-se sua rameira. Tenho certeza que quando nós nos casarmos, vosmecê aprenderá a duras penas a controlar essa sua língua.
- Maldito, eu matarei você! - gritou Thomas sendo contido com um soco no estomago.
Tomando pela fúria, Agoirá deu um grito de guerra e agrediu os dois homens que o seguravam. Avançou para D. Constâncio disposto a mata-lo. Mas o homem sacou a arma e atirou contra o indígena.
- Agoirá! - gritou Leonor debatendo-se. O índio olhou para Leonor como quisesse lhe falar. A jovem pisou no pé do homem que a continha e correu para junto do índio.
- Agoirá! Fique firme, meu amigo!
- Não, moça Leonor. - Agoirá falava com dificuldade. - Agoirá vai em paz encontrar ancestrais.
- Mas eu preciso de você, meu amigo. - as lágrimas corriam abundantes pelo rosto de Leonor.
- Moça Leonor não precisa mais de Agoirá. Leonor tem moço de longe agora. Ele cuida de moça Leonor.
- Errado, bugre! - D. Constâncio puxou Leonor de perto de Agoirá. - Moço de longe morre hoje preso na forca e eu cuido de moça Leonor. - escarneceu jogando a moça para um dos capangas dizendo: - Vamos embora. Deixe que os animais da mata terminarão com ele.
- Não! Agoirá era cristão. Vosmecê vai deixa-lo assim?
- Por que eu deveria me importar com esse bugre? - D. Constâncio respondeu cinicamente. - Vamos quero ver esse pirata pendurado numa corda ainda hoje.
O grupo começou a andar deixando o corpo do índio largado sob as arvores.
Os homens de D. Constâncio não poupavam Thomas de socos e pontapés. A todo momento Leonor ouvia os gemidos abafados de dor de seu amado ao ser martirizado. Por várias vezes, ela tentou soltar-se e fugir, mas os homens de D. Constâncio a traziam quase que arrastada. Seu vestido estava em frangalhos e os braços cheio de hematomas.
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A Terra e o Mar - o encontro de dois mundos
Historical FictionLeonor vivia sua vida simples e ordenada no seu pequeno paraíso. Corajosa, vivia com o pai e cuidava dos irmãos com desvelo de mãe. Mas, durante um ataque pirata à cidade em que vivia, tudo mudou quando cruzou o caminho de Thomas Horton, um dos coma...