Capítulo 11

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-Eu tinha 15 anos quando conheci o Matheus. Ele era dois anos mais velho que eu. Nós nos apaixonamos perdidamente, eu fazia tudo por ele e ele fazia tudo por mim. Tínhamos planos para nos casar quando eu terminasse o ensino médio. Meus pais e os dele eram amigos e torciam para que nós ficássemos juntos. O tempo foi passando e o Matheus começou com as cariciais mais ousadas, algumas eu permitir outras eu o mandava parar. Às vezes nós brigávamos feio por causa disso. Eu era nova e ele por ser mais velho que eu, queria ter sexo, mas eu não estava preparada para dar esse passo. Ele reclamava que os amigos dele ficavam encarnando-o por ele não ter me comido. Acho que isso foi revoltando ele um pouquinho –respira fundo - foi quando começaram as traições. Eu descobri que ele estava saindo com uma menina da sala dele, eles não faziam questão de esconder isso, chorei e sofri muito, e então terminamos o namoro. Eu fiquei dias sem ir para o colégio, fiquei muito abalada com o fim do namoro e com a traição, nos meus sonhos pensava que ele iria esperar eu estar pronta para me entregar para ele, mas ele ia pela cabeça dos amigos. Os amigos eram mais importantes que eu. Nós ficamos dois meses separados até que o Matheus me ligou chorando falando que estava arrependido, que me amava muito e pediu para que eu voltasse para ele. Ele prometeu nunca mais me trair, prometeu que ia esperar eu estar preparada – diz limpando as lágrimas que caiam – Os meses foram passando, e eu fiz 16 anos e o Matheus 18. Nós éramos o casal mais popular do colégio, eu o amava perdidamente e ele parecia me amar da mesma forma. Nós dávamos alguns amassos, eu tentava aliviar ele de outras formas que não fosse sexo porque não me sentia preparada, ele entendia e se conformava com isso. Algumas amigas me avisaram que o Matheus estava andando com um pessoal da pesada, que estava começando a usar drogas, mas comigo ele era sempre o mesmo, o que me levou a não acreditar nos boatos – se ajeita no colo de Haydée – Então chegou o dia da formatura do Matheus, a noite estava perfeita, nós dançamos o juntos o tempo todo, percebi que o Matheus já estava um pouco alegre devido ao álcool, pedi para ele dá um tempo e ele deu. Por volta de meia noite ele foi ao banheiro com uns amigos e voltou um pouco alterado, pediu para irmos embora, eu não entendi direito, mas resolvi ir embora com ele. Entramos no carro e o Matheus começou a falar que os amigos dele o zoavam por nós não transarmos, falou que ele era homem e que ele precisava disso, que já não agüentava mais o meu charminho, fiquei assustada. Eu o olhava fixamente, então percebi que os olhos dele estavam dilatados e ele estava muito alterado, perguntei se ele havia usado drogas e ele disse para eu não me meter na vida dele. Fiquei com medo, pois ele falou de uma forma agressiva - pausa tentando conter as lágrimas – O Matheus desviou o caminho da minha casa e entrou em um motel, eu fiquei assustada, ele disse que só queria um carinho, que não iria fazer nada, eu pedi para ele me levar embora que eu não estava no clima para fazer nada porque ele estava alterado e drogado. Ele não me escutou, saímos do carro e ele me arrastou para o quarto, me jogou em cima da cama e começou a me beijar com violência, eu tentava empurrá-lo, mas ele era mais forte que eu, comecei a gritar com ele pedindo para ele me largar, mas ele não me escutava. Ele rasgou o meu vestido me deixando apenas de calcinha, beijava os meus seios com violência, me machucando, eu chorava desesperada e implorava para ele parar, ele parou por um momento, pegou uma coisa na calça, abriu e cheirou. Então eu tive a certeza de que ele estava se drogando, enquanto ele cheirava, eu o empurrei e corri para a porta, mas ele me alcançou me puxando pelos cabelos falando que eu não ia embora sem ele me comer. Ele me jogou novamente na cama com violência e começou a tirar a calça – Annie chora compulsivamente.

-Annie, se quiser você me conta depois – diz Haydée preocupada.

-Não – diz respirando fundo – Eu quero contar tudo – diz limpando as lágrimas e voltando a narrar – Eu chorava desesperadamente, pedia em vão para ele parar, com raiva ele me deu dois tapas na cara e me chamou de vagabunda. Falou que era para eu calar a boca, ou eu ia me arrepender. Ele arrancou a minha calcinha com um puxão me machucando um pouco, eu tremia e chorava com medo, aquele não era meu namorado, aquele não era o Matheus por quem eu era apaixonada e que fazia planos de me casar. Ele então tirou a própria roupa e tentou me penetrar, mas eu fechei as pernas, então vieram mais socos e puxões de cabelos, até que ele com raiva abriu as minhas pernas e penetrou sem dó, sem nenhum cuidado.Eu gritava de dor – Haydée cerra os punhos enquanto Annie narrava - eu sentia dor física e dor emocional. Ele me penetrava com violência e dizia que eu era uma vadia que iria gozar gostoso dentro de mim. Eu tentava tirar ele de cima de mim, cada vez que eu tentava sair daquele contato ele me esbofeteava, até que ele gozou e caiu em cima de mim. Ele caiu desfalecido, achei que ele estava morto e aquilo me assustou muito, eu o tirei de cima de mim e verifiquei o seu pulso, vi que ele estava vivo. Eu estava morrendo de medo que ele acordasse, me levantei da cama, e corri para porta sem pensar, mas ela estava trancada, então eu me tranquei no banheiro com o meu celular e liguei para o meu pai chorando desesperada. Meu pai perguntou onde eu estava, e com muita vergonha e medo eu disse que estava em um motel, li o nome dele em uma toalha que estava em cima da pia e meu pai disse que já estava indo me buscar, no desespero eu disse para ele que era para ele correr porque estava com medo do Matheus me bater e me violentar outra vez, meu pai perguntou o que havia acontecido e eu contei que o Matheus tinha me violentado sexualmente e que tinha me agredido, meu pai ficou histérico falando que iria matar o Matheus e mandou-me permanecer no banheiro, trancada. O Matheus acordou, e começou a esmurrar a porta. Ele gritava me mandando sair, me chamava de vagabunda, dizia que queria me comer mais. Com medo eu me encolhi ao lado do sanitário, abracei minhas pernas e chorava pedindo para que o meu pai chegasse logo. O Matheus chutava a porta e me Chamava de coisas horríveis até que eu percebi algumas vozes dentro do quarto, percebi que uma delas era o meu pai. O meu pai bateu na porta e me chamou, falou que já estava ali, e que era para eu abrir a porta para ele, com muito custo eu abri a porta e abracei o meu pai com toda a força existente em mim, e chorei desesperadamente pedindo para ele me levasse embora, o meu pai percebendo que eu estava nua, entrou comigo dentro do banheiro e fez-me vestir um roupão, quando eu me afastei ele reparou que o meu rosto estava muito machucado, que no meu corpo havia marcas de sangue, principalmente nas minhas coxas. O meu pai saiu do banheiro desesperado e partiu para cima do Matheus, mas os dois policiais o detiveram, falaram que não era para ele fazer nada, que o que era dele estava guardado. Eu saí do banheiro assustada, ouvi quando um policial gritou com o Matheus falando que ele era um filho da puta, que ele iria sofrer muito na prisão. Meu pai me abraçou e falou que ficaria tudo bem. O policial recomendou que nós fôssemos para a delegacia, que era preciso prestar queixa e que seria bom aproveitar os vestígios intactos da agressão para fazer o corpo delito – pausa Annie pede para Haydée pegar a garrafa de água que estava dentro de sua bolsa, Haydée pega e a entrega. Annie bebe e continua a narrar os fatos – Fomos para a delegacia. A delegada teve todo o cuidado comigo, me deu água e pediu para que eu narrasse os fatos, enquanto eu estava prestando depoimento o meu pai já contatava os nossos advogados, ele me prometeu que iria colocar o Matheus na cadeia. Depois do depoimento eu fui fazer corpo de delito, tiraram fotos de mim nua, a médica me examinou e eu só chorava, não conseguia parar de chorar. Ela disse que agora ficaria tudo bem, que o desgraçado que havia feito isso comigo iria pagar caro. Ela recolheu a amostra do sêmen do Matheus que estava em minhas pernas para análise, mais provas segundo ela. Depois do exame ela me liberou e conversou um pouco com o meu pai, sugeriu que ele me levasse para uma clínica onde eu iria ser sedada para controlar os meus nervos, e onde seria examinada melhor.

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