Capítulo 56

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-Não fique assim, a equipe foi estritamente responsável na coleta, o médico que cuida de Carolina estava acompanhando tudo, a sua médica também e ambos são médicos sérios. Eles falariam se algo estivesse errado, tanto não tem nada errado que foram feitos exames com o sangue colhido – explica Bertha enquanto balança Valentina que arrota – Vejo que essa danada já pode ir para o Berço – diz isso indo colocar Valentina no berço.

A menina resmunga, mas acaba pegando no sono rapidamente.

- Ela é um anjo, não é? – diz Annie babando pela cria.

- É sim, quase não a ouço chorar de madrugada – diz Bertha rindo divertida.

-Nem fala – sorri Annie – Haydée fica louca quando ela começa a chorar de madrugada.

-Os pulmões desse anjinho são potentes para um recém nascido – diz Bertha olhando Valentina dormi.

-Vamos sair? – diz Annie indicando a porta.

-Vamos! – responde Bertha.

Annie liga a babá eletrônica e a câmera de monitoramento instalada no quarto de Valentina. A babá contratada por Annie estava cuidando com a empregada da roupa de Valentina que deveria receber um cuidado especial.

Empresa HV & Cia

-Olá mamãe! – diz Samuel entrando sorrindo na sala de Haydée.

-Olá Samuel!

-Como estão Valentina e Annie? – pergunta sentando-se.

-Acabei de ligar para casa – sorri Haydée – Elas estão bem.

-Ela está dando muito trabalho? – pergunta Samuel divertido.

-Imagina! – revira os olhos – Ela não dá trabalho, mas ô garotinha para chorar alto quando está com fome.

- HÁ!HA! – ri Samuel divertido – Com o tempo piora, não vai chorar apenas quando tiver com fome.

-Estou vendo que esse lance de filho é propaganda enganosa, de anjos eles só têm aparência – resmunga Haydée arrancando outra risada de Samuel.

- Para de reclamar mulher. Você ainda pode fugir porque não está amamentando nem de resguardo agora a Annie – ri ele – Essa aí vai ter que aturar tudo, o tempo todo.

-Aturar? Ela se diverte, nem parece se importar com o choro da Valentina que acorda quase o prédio inteiro. Vai entender – diz revirando os olhos.

- Mãe é assim mesmo, tem uma paciência que ninguém sabe de onde vem.

-Disso eu nunca entenderei – ri Haydée.

-Quem disse? – pergunta Samuel sério – Deixa Valentina ficar maior. A Annie vai te perturbar para ter outro filho, mas agora querida – ri – Você é que será a mãe biológica.

-Deus me livre! – diz Haydée se benzendo – faço uma ligadura sem a Annie saber.

-Eu te deduro – rebate Samuel.

-Faz isso que você perde seu emprego – ameaça Haydée.

-Procuro outro – rebate ele.

-Eu corto fora o teu brinquedo – sorri maliciosa.

-Você não seria capaz – desafia Samuel.

-Me dedura para você ver – diz Haydée piscando para Samuel.

-Credo menina! Você é muito ruim – diz ele se levantando.

- Você ainda não viu nada.

-Agora vou voltar ao trabalho já que nossa vice-presidente está de licença maternidade.

-Acho que vou tirar também – diz Haydée pensativa.

-Vai lá escutar o chorinho da Valentina, vai – diz Samuel indo para a porta.

-Acho que vou começar a fazer horas extras – diz com os olhos arregalados.

-Largue de ser boba daqui a pouco você se acostuma, são os primeiros dias os mais difíceis para quem nunca teve filhos – fala Samuel, saindo em seguida.

Haydée até quetentava ajudar Annie com Valentina, mas era tão estabanada que tinha medo demachucar a filha, pois ela era pequena e toda molinha. Annie entendia o lado deHaydée, sempre que Valentina começava a chorar de madrugada ela levantava, desligava a babá eletrônica e ía para o quarto da filha amamentá-la, só saindo de lá quando a menina estivesse dormindo completamente.

Chegando o dia "Zero" o transplante de Carolina é realizado. Seus sinais vitais, o controle de líquidos recebidos e eliminados, controle de peso é monitorado a todo o momento depois do transplante.

Carol entra na terceira etapa que é: pós- transplante.

Nesse período ela fica isolada, sua imunidade está baixa. Tem febre alta, tremores, calafrios. Sua saúde está muito fragilizada assim como o seu sistema imunológico, não pode receber visitas, quando tem que sair da unidade em que se encontra, precisa usar mascara. Não tem contato com o mundo externo, apenas caminha um pouco todos os dias para não ficar deitada. Durante todo o tempo em que se encontra no hospital seu meio de diversão é a internet, é por lá que se comunica com seus avos, com Annie etc, pois a única que pode ficar com Carolina nesse estágio são os pais, mesmo assim Marisa é que fica diariamente com a menina.


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