O dia seguinte fora marcado por muita correria. Haydée foi até sua cobertura para vê como esta havia ficado depois das obras. O resultado havia sido fantástico. Suas roupas estavam praticamente todas em sua nova residência. Faltava apenas a dona. Bertha havia contratado uma equipe de empregadas, tanto para casa de Annie como para casa de Haydée. Ângela, mãe de Annie havia ajudado Bertha em tudo.
Annie não gostou nada de não ter mais a namorada em sua casa, ficou de bico quase que o dia inteiro. Haydée achou graça do bico da namorada e a mimou o dia inteiro, garantindo a esta que elas eram vizinhas e que podiam dormi juntas sempre que quisessem.
-Annie, muda essa cara vai – diz dando-lhe um selinho – Você pode ir lá para casa sempre que quiser – abre a bolsa – Toma – entregando uma chave – Não vai nem precisar pedir autorização, é só subir. – sorri da cara de surpresa que Annie faz – Sempre que sentir minha falta pode ir dormir comigo – pisca o olho – Eu vou adorar – dá um sorriso cafajeste e se aproxima agarrando Annie pela cintura – que a minha namorada vá dormi coladinha comigo de surpresa.
-Tarada – diz Annie rindo dando um tapinha no ombro de Haydée.
-Tarada apenas por você meu amor – a olha apaixonada.
-Do que você me chamou? – pergunta com os olhos brilhando.
-De meu amor – sussurra Haydée – Você é o meu amor, a pessoa que eu quero ao meu lado até que eu fique velhinha, de bengala, sem dente, careca.. – Haydée é interrompida por uma Annie afoita que a beija apaixonadamente nos lábios.
-Nossa! – Diz uma Haydée ofegante – Quase que você me mata sem ar menina – ri.
-Palhaça! – diz Annie envolvendo os braços no pescoço de Haydée – Quero que você saiba que você também é meu amor, e que eu quero o mesmo que você.
Nesse momento os olhos das duas ficam lacrimejados por perceberem que o sentimento que surgia era recíproco.
Algum tempo depois...
Annie fica atolada de trabalho assim como Haydée que é obrigada a fazer várias viagens de urgência para São Paulo, mesmo com a correria elas sempre arrumavam tempo para ficarem juntas, nem que fosse no salão do aeroporto quando Annie levava Haydée, ou nas noites em que esta passava no Rio de Janeiro.
Casa dos pais de Annie
-Amor, estou tão feliz por tudo está dando certo com nossos filhos – diz uma alegre Ângela ao sentar-se ao lado do marido.
-Também estou feliz meu amor.
-Confesso que o namoro de Annie com Haydée no inicio meu assustou um pouco, pensei que nossa família iria repelir Annie, mas todos aceitaram numa boa, e se não aceitaram guardaram suas reprovações para si.
-Elas não devem satisfações para ninguém, são adultas, independentes. Não precisam se preocupar com o que ninguém pensa. Só precisam ter o apoio de seus pais, e elas já os têm.
-Haydée disse que os pais dela chegam daqui três dias.
-Temos que preparar um almoço típico para recebê-los.
-Eles já estão cansados de comer comidas típicas da Espanha amor – sorri Ângela – E como Haydée já me disse, os pais adoram o Brasil e as comidas daqui. Acho que é melhor preparamos um almoço típico, mas daqui.
-Tem toda razão – diz Paulo dando um selinho em Ângela.
-Marisa está demorando a me ligar – diz Ângela olhando para o relógio.
-Afinal o que aconteceu com ela? - Pergunta Paulo notando o tom preocupado de sua esposa.
-Com ela nada, o problema é com Carolina.
-O que está acontecendo com ela? Está doente?
-Não sabemos ainda. Marisa ia leva - lá ao médico hoje. Ela anda muito cansada, perdendo o fôlego na educação física e no balé, está pálida.
-Deve está com anemia. Carolina só come besteira e Marisa não fiscaliza a menina por conto do trabalho.
- Também acho que pode ser isso.
3 dias depois
Os pais de Haydée chegam ao Rio de Janeiro e são recebidos por um almoço na casa dos pais de Annie.
-A Marisa não vem? – pergunta Annie à Ângela.
-Ela está numa correria só, ligou a pouco dizendo que iria se atrasar, pois ainda estava presa com Carolina e o marido no médico.
- Ok!
Algum tempo depois Marisa, o marido e uma abatida Carolina chegam à casa dos pais de Annie.
-Pensei que vocês não vinham mais – diz Ângela cumprimentado eles.
-Desculpe, mas acabamos ficando presos no médico – sorri tristemente Marisa.
-O que aconteceu? Por que essas caras? – pergunta Ângela preocupada.
-Depois conversamos mamãe, agora temos que dar atenção para os convidados.
O almoço ocorre bem. Os pais de Haydée se sentem em casa com a recepção calorosa da família de Annie. Carol fica com eles um tempinho, mas logo reclama de dores e vai se deitar no quarto que era da tia, preocupada Annie vai com Haydée vê o que a menina tem.
-Oi bonequinha! – diz Annie sentando-se na cama – O que você tem? Está tão tristinha – faz uma leve caricia nos cabelos da menina.
--Estou com dor – fala chorosa – fiz um exame que doeu muito – aponta para o local.
-Que exame foi esse? – pergunta Annie preocupada vendo que o local apontado estava com um hematoma feio.
Haydée observa tudo calada, sabia exatamente que tipo de exame Carolina havia feito. Aquilo a preocupou muito, mas não quis assustar a namorada.
-Eu não sei direito dinda, mas tem algo errado com meu sangue – diz Carol fazendo uma careta confusa.
-Seu sangue? O que tem seu sangue? – pergunta nervosa.
-Pergunta para a mamãe. Ela e o papai que conversaram com o médico.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cicatrices
RomanceEssa História foi escrita em 2009. E publicada nos sites: Xanainbox e Livrearbitrio. Infelizmente ambos os sites acabaram, e para minha surpresa e espanto. Recebi uma chuva de e-mails de leitoras querendo que eu publicasse a história no Wattpad. *...