Capítulo 49

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"Ainda bem que a mamãe me respeitou e não me obrigou a fazer uma festa de aniversário. Não quero que meus amigos me vejam assim, quero manter distância de todos eles. Não os quero com pena de mim. Minha dinda continua desaparecida, não me liga, não tenta se aproximar de mim, agora ela só quer saber da filha que ela e a tia Haydée estão esperando. A tal que vai doar medula para mim. Não sei se vai, porque eu ainda não decidi se quero ser salva por ela.

Eu e meus pais nos mudamos para a cobertura que era da minha dinda, meus pais disseram que ela é minha. Que quando eu crescer eu vou poder fazer o que eu quiser com ela. Eu não entendo a minha dinda. Ela me rejeitou quando eu era filha dela, depois engravidou para salvar minha vida, não me procura, não fala comigo e agora me dá uma cobertura? Estou confusa. Carolina"

-Quer dizer que vocês vão casar? – pergunta Ângela animada.

-Sim. Ela conseguiu me amarrar – responde Sérgio fazendo uma careta.

-Já estava na hora de vocês dois casarem – diz Paulo - Você enrolou muito essa moça meu filho.

-Enrolei tanto que me enrolei foi todo – ri Sérgio – Agora nem tenho como fugir. Ela está grávida.

-Heloisa está grávida? - pergunta Ângela assustada.

-Sim. Mamãe só vou casar com Heloísa agora por causa dessa criança, senão eu a enrolaria mais um pouco - sorri Sérgio de forma cafajeste.

-Safado! – ri Ângela – Parabéns futuro papai!

Todos ficam radiantes com a notícia de mais um membro na família. Os preparativos para o casamento começam. Heloísa não quer nada muito sério. Quer casar apenas no civil e fazer um almoço para os familiares e os amigos mais chegados. Os pais de Sérgio oferecem a casa deles para a realização do tal almoço.

" E essa agora. Um primo? Mais uma criança na família. Perderei meu posto de queridinha, terei que dividir meus avos com dois intrusos, isso se eu sobreviver a essa doença maldita. Ando enjoando novamente, os remédios já não estão funcionando, me sinto mal, não tenho forças para me levantar sem que a mamãe ou a enfermeira me ajude. Tenho medo. Carolina."

O estado de Carolina se torna delicado porque seu debilitado organismo pára de responder as doses de medicamentos aplicados pelos médicos, eles tentam novas drogas e novas doses.

Casamento de Sérgio

Depois de almoço Annie se sente indisposta e vai para o quarto que era seu descansar. Haydée fica com ela até que ela dorme.

-Cadê Annie? – pergunta Marisa.

-Estava se sentindo indisposta – responde Haydée – está dormindo no quarto que era dela.

-Agora falta pouco – sorri Marisa.

-Estou doida para que isso acabe logo – desabafa Haydée - Annie anda com muitas dores nos pés e nas costas, choraminga por tudo, está estressada, parou de ganhar peso – respira fundo – Pior que eu não posso fazer nada, me sinto uma inútil vendo-a sofrer – fala entristecida.

-Calma Haydée! – diz Marisa carinhosa – Você não tem culpa – sorri - Vai saber quando ficar grávida que nós ficamos completamente instáveis. A única coisa que você tem que prestar atenção é na alimentação de Annie e no estado de saúde do bebê.

- Está tudo bem com elas. Ontem tivemos consulta e está tudo perfeitamente bem. Annie agora só come frutas e produtos de soja, disse que não quer virar uma baleia. Mas está se alimentando bem.

Carolina some da vista de todos, apenas uma pessoa a observa escondida. A menina se dirige para o quarto que era de sua madrinha, abre a porta com cuidado entrando no quarto, encontrando Annie dormindo de barriga para cima. Annie está com uma mão em cima da barriga. A barriga está descoberta. Carolina se aproxima sem fazer barulho, para diante de Annie, observa e nota que ela está dormindo. Olha para a barriga e nota que ela está fazendo algumas ondinhas, o bebê estava se mexendo tornando-se visível a olho nu. Carolina passa a mão na barriga de Annie e o bebê se mexe bem em cima de sua mão. A menina leva um susto e se move para tràs tirando as mãos da barriga de Annie rapidamente. Esse movimento faz com que Annie desperte, ao notar quem estava com a mão em sua barriga, esta se ajeita na cama e fala tímida:

-Oi bonequinha!

-Oi! Eu não quis te acordar – fala Carolina sem graça indo em direção a porta    

CicatricesOnde histórias criam vida. Descubra agora