Capítulo 26

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Alfonso Herrera

- Porque você me trouxe aqui? - ela parecia realmente surpresa com a minha pergunta, mesmo estando dentro de uma boutique.

- Escolha uma roupa para amanhã.

- Não preciso escolher.

- É apenas um presente. Não me interprete mal.

- Não interpretei Alfonso. Só não quero que compre nada.

- Pare com essa bobagem - falei tentando convence-la, mas o semblante da mulher não parecia agradável - Tudo bem. Como quiser.

- Desculpe faze-lo vir até aqui em vão.

- Não foi em vão. - quando eu disse aquilo ela me olhou confusa - Vai ter que me compensar por não querer meu presente.

- O que vou ter que fazer?

Anahí me olhava de forma convidativa e aquilo me deixou nervoso. Não revelei aonde iriamos, apenas entramos no carro e eu dirigi por algumas quadras.

- Aonde vamos? - ela parecia curiosa com toda a minha atitude.

- Até sua casa.

- Porque quer ir até lá?

- Tem algum problema com isso? - questionei quando o sinal fechou e pude olha-la nos olhos.

A mulher não disse nada a princípio, apenas desviou a vista para o outro lado e olhou para o trânsito através da janela. Anahí não parecia feliz com a minha ideia e isso de vez me deixou intrigado. Todo aquele segredo teria um motivo e não era mais saudável mantê-lo. Correndo o risco de iniciar uma discussão, arrisquei parando o carro na rua mais próxima que vi. Ela se espertou com a minha manobra irresponsável, mostrando medo. Quando freei o carro, já estacionado, ela me olhou prestes a contestar alguma coisa, mas eu a interrompi antes que começasse.

- O que está acontecendo Anahí?

- Do que esta falando.

- Eu compreendo que deva existir um motivo para que seja tão fechada, mas agir dessa maneira não me deixa com boas coisas na cabeça.

- Isso é sobre a minha casa...

- Não. Isso é sobre a sua vida - retruquei.

Ela pareceu se rebaixar quando a pressionei atrás de respostas. Me senti num julgamento, vendo o réu encurralado.

- Gosto da minha privacidade, já disse isso antes.

- Também sou reservado, mas eu abri a porta da minha casa para você desde o primeiro dia. Acho que pelo tempo que estamos juntos eu mereço esse ponto.

- Não quero que fique chateado.

- Então me dê mais espaço - segurando o rosto dela, acariciei suas maças com a ponta dos dedos. Anahí segurou minha mão delicadamente, soltando o ar.

- Vamos.

Dirigi até chegar num prédio longo e marrom. A entrada era agradável e não parecia com um lugar barato. Deduzi que fosse simples pelo fato dela se negar a me levar até lá, mas não, o lugar tinha certo grau de elegância. Ela ficou calada durante todo o trajeto, até mesmo quando subimos o elevador. Anahí deixava claro que aquilo a estava assustando muito, e foi ai que notei que poderia ser uma das poucas vezes em que um homem houvesse subido até aquele lugar.

No décimo andar, o elevador parou e nós saímos. O corredor era largo e demos alguns passos até chegar onde seria o seu apartamento. Ela sacou as chaves, abriu a porta e entramos.

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