Possession

|One shot| parte 4

Ela cavalgou pela terceira vez antes dele gemer descontrolado, clamando um minuto de atenção.

— Anahí... eu vou gozar em você.

A morena até gostaria de responder alguma coisa, mas ela estava esgotada demais, ainda tremula pelo último dos orgasmos múltiplos que Miguel arrancou dela antes da sua iniciativa de subir nele. Provocante, o homem arrastou seu corpo, até o ultimo som sair dele.

Miguel definhou num sono profundo, cobrindo Anahí com seu gozo.
Ele dormiu instantaneamente, entorpecido, e ela nem se deu ao trabalho de acorda-lo.

Anahí se levantou e foi banhar-se, limpando o corpo sem muita reflexão. Preferia não pensar no que estava fazendo. Quando voltou, apenas de roupão, foi inevitável não admirar Miguel, sentada à beira da cama, ainda anestesiada com a face descansada dele.
Então ele abriu os olhos, e percebeu como ela parecia perdida.

— O que está fazendo? — Perguntou esfregando os olhos, fadado.

— Olhando você, não posso?

— Pode, mas não devia. Quanto mais busca semelhança entre nós, mais isso se torna estranho.

— Miguel, você tem irmãos?

— A única que tive, morreu, eu já te falei dela.

— Sim, falou. Desculpe pela minha insistência.

— Eu sei que você queria que eu fosse algum tipo de irmão gêmeo perdido, assim como nos filmes...

Anahí gargalhou da própria ideia. Ele estava certo. Ela pensou naquela possibilidade também, para poder explicar a semelhança inexplicável deles.

— Acho que também preciso de um banho. Se importa se eu usar seu banheiro?

— Claro que não.

Numa cena sublime, ele se pôs de pé, completamente nu, antes de cobrir o corpo com o lençol — como se precisasse — e andou pelo quarto até chegar no banheiro.
Anahí novamente sorriu.

Sua louca. Varrida! Criticou a si mesma.

Sabendo dos compromissos do dia seguinte, ela se pôs a deitar, esperando que ele saísse do banheiro, mas seu sono foi maior, e quando pensou ter ganhado, seu corpo padeceu perante a exaustão.

***

Os olhos de Anahí abriram ferozes assim que o despertador gritou próximo do seu ouvido. Olhando para os lados, nervosa, ela percebeu que estava sozinha, mas só se deu por vencida depois que vasculhou toda a suíte presidencial.
Por sorte, seu ânimo melhorou assim que seus olhos captaram o papel amarelo, debaixo da fotografia na cabeceira.

Precisei sair cedo, pois tenho um compromisso de trabalho, mas espero te ver antes das onze. Tenha um bom dia.

Miguel.

Ele assinou o nome e ela nem precisou saber de muitos detalhes para ficar tranquila.

Terminado de se organizar, Anahí tirou o dia inteiro para finalizar a revisão dos documentos para o coquetel naquele dia, no fim da tarde, marcado pelos sócios.
Enquanto a página do seu e-mail carregava, ela puxou o celular vendo as muitas ligações perdidas. O modo silencioso a impediu de percebe-las.

Na grande maioria delas estava escrito Dulce, além de alguns recados na caixa postal. No fim, decidiu que ouviria tudo em um outro momento, já que não era segredo algum o que a amiga devia estar dizendo nesses recados.