Alfonso Herrera
Minha cabeça deu um giro de 360° quando desci de uma vez do Mercedes. O motorista tentou me segurar, mas eu afastei a sua mão e ordenei que não me tocasse. Ele acatou a ordem, calado, como um leão de chácara.
Depois de tropeçar no meu próprio pé, diversas vezes, entrei no elevador e cheguei em casa. Andei pelo corredor olhando os cantos como um menino travesso e sentindo certa culpa pela embriaguez. A hora também não ajudava muito. Eu tinha saído desde manhã e passado o dia fora. Já estava de noite e meu celular desligado impossibilitava qualquer contato. Eu devia ter sido procurado. Mas por incrível que pareça, quando religuei o telefone, não havia nem um recado.Deixando as lamentações de lado destravei a porta do quarto e entrei com cautela. Anahí estava dormindo sobre o divã, relatando um cansaço físico. Ela parecia exausta e seu semblante cansado. Fiquei em silêncio olhando-a por alguns segundos, não deixando de focar em sua barriga. Em nosso filho.
Sentei ao seu lado, cuidadosamente, e esperei. Ela bateu os olhos e acordou depois de alguns minutos, me encarando até a sua fala voltar.
— Onde esteve todo esse tempo? — perguntou espreguiçando-se.
— Desculpe pela demora.
O cheiro que emanava de mim atingiu sua face e ela franziu a testa com indignação.
— Você não fez isso Alfonso.
— Parece que sim — confirmei sem nem perguntar exatamente 'o que'. E era preciso?
Anahí se ergueu com dificuldade pelos vestígios do sono, mas se manteve firme enquanto gesticulava brava.
— Porque foi beber? Está louco?
— Cale a boca — retruquei segurando seu rosto com muita força, já que ela se debatia contra o toque.
Mesmo contra a sua vontade, eu a beijei e a fiz permanecer grudada a mim. Anahí me batia, me empurrava e procurava forças para não deixar a discussão finalizar. Mas foi em vão. Depois de uma reluta injusta ela se rendeu. Deixou que meus lábios a possuíssem devagar e vingativos. As lágrimas salgadas dela se misturaram no beijo e temperaram aquela curta dolência.
— Não me compre com seus beijos... — grunhiu sob a minha boca.
— Nada de brigas — supliquei — Nada de dor. Apenas me deixe te beijar.
Ela friccionou as pálpebras, derrotada, permitindo que minhas mãos fizessem a fina alça daquele baby-doll descer pelos seus ombros.
Levantamos e eu a guiei, sem deixar de beijar sua nuca por um segundo sequer. Aquele cheiro precisava se manter em mim, na minha pele, no meu olfato. O cheiro doce do perfume caro que se deleitava sobre a sua epiderme, agora, acariciadas pela minha língua. Deitei minha esposa sobre a cama e a despi. Anahí não disse nada, apenas deitou e me encaixou entre as suas pernas, exibindo sua vulva, já descoberta. Ela não usava peças intimas para dormir e eu agradecia sempre por isso.
Discretamente empurrei seu corpo para cima e deslizei até poder colocar suas panturrilhas em meus ombros. Enterrei a boca em seu sexo e a chupei, com leves movimentos na ponta da língua, cautelosos. Ela se erguia em alguns segundos, pedindo clemencia, mas eu ignorei querendo lhe proporcionar um prazer mais duradouro. Quando suas pernas tremiam eu diminuía o movimento e ela cerrava os punhos. Fiz aquilo três vezes, castigando-a por ser capaz de me deixar completamente sem chão. Sem saída. Anahí me suplicava, sem voz, por um fim.
Resolvi renunciar a vingança e permaneci até seus gemidos se tornarem audíveis. Ela gemeu de uma forma tão sensual que fez meu pau latejar com força contra a calça. Suas unhas fincaram na minha costa e foi ai que o liquido transparente invadiu minha boca. Senti o sabor dela, tomar conta de mim, me inebriando.
Jogando a cabeça para o lado a mulher descansou, mas eu subi novamente, desabotoando os botões abaixando a calça na altura dos joelhos. Fiquei de pé junto da cama e puxei Anahí para mais perto a penetrando bem a fundo. Ela estava muito úmida e convidativa, o que me levou a loucura. Soltei o ar com dificuldade e dei estocadas fortes, algumas que me tiraram o equilíbrio, mas perdurei até cansar a ultima gota do meu físico.
O sol bateu sobre nós dois, nos despertando. Anahí estava nua, e eu semi despido. Sentados a mesa durante o café ela pouco falou comigo. Cortávamos os pães num silêncio ensurdecedor. Eu não reclamei já que a ressaca do dia seguinte me destruiu a ponto de todo e qualquer barulho me afetarem.
— Você está bem? — perguntei depois de perceber que ela parecia levemente envergonhada com alguma coisa.
— Sim.
— Dulce ligou — retruquei mudando de assunto.
— E o que disse?
— Que quer te ver no antigo apartamento onde moravam.
O semblante dela se desfez de vergonhoso para intrigado.
Voltei a tomar café, e me levantei pegando a pasta de couro que levava sempre para o escritório. Ajustando a gravata.
— Vai trabalhar? — ela parecia surpresa.
— Tenho que resolver minhas pendências.
— Mas...
— Anahí, quando sair do seu encontro gostaria que fosse até a empresa. Precisa iniciar hoje o seu treinamento.
— Devo mesmo ir?
— Não só deve, como vai — afirmei — Até mais tarde.
Fui na direção dela e dei um beijo em sua testa. Ela me olhou como uma criança perdida, descrente das ordens que recebia.
Virei para sair e esperei que o dia terminasse tão rápido quanto o anterior.
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Possession
Fanfic*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em meio a prostituição de luxo. Ela era apenas uma garota quando isso aconteceu e nada foi capaz de impedi-la de se tornar tão impetuosa, reque...