Anahí
Quanto mais eu conhecia aquela casa, mais tinha certeza de que era maior do que qualquer outra que tivesse entrado antes. Aquele lugar era enorme, cheio de entradas e corredores com paredes cobertas de quadros abstratos. Eram de bom gosto, mas havia em excesso. Segurando na mão de Alfonso, me senti segura em não solta-la nem um segundo sequer ou me perderia ali com certeza. Ele estava calado, me guiando certo de onde pretendia me levar.
Depois de passar por tantas portas, numa delas ele desacelerou os passos, parando frente. Ela era longa e larga como todo o resto, mas naquela havia algo diferente. Na madeira estava desenhada uma nota musical. Reconheci como "sol" aquele símbolo era comum e nada difícil de decifrar.
Ele girou a maçaneta e me mandou entrar primeiro. Quando a fina luz se acendeu, vi que ali era uma espécie de sala de som, com alguns instrumentos muito bem organizados e enfileirados conforme suas características. Numa estante estavam os instrumentos de sopro, noutra os de corda e no meio do cômodo um que fez meus olhos brilharem.
Um piano envernizado e reluzente. Ele era preto e o que me incomodou foi não saber definir de onde ele havia saído. Nada nele fazia referencia de alguma fabricante conhecida. Andei até ele e alisei toda sua estrutura, admirando cada detalhe.
- Gostou?
- Bastante, mas não consegui, até agora, decifrar a sua origem.
- Nem tente - ressaltou - Ele foi um presente ganhado por meu pai de um dos seus amigos durante uma viajem. O homem fazia instrumentos e como tinha muita estima por nossa família, fabricou uma peça única e mandou.
- Isso é incrível. Percebe como cada detalhe foi pensando e feito de acordo com quem ia receber? Esse piano respira seu pai.
- Você acredita nisso?
- Claro! Tudo aqui tem um valor sentimental.
- Ele adorava esse piano. Sempre que tinha tempo, chamava os três filhos e nos mandava sentar naquele sofá para assisti-lo - disse apontando para um móvel estofado e de coloração marrom.
- E desde então?
- Ninguém tocava além dele. Nunca tive interesse, embora adorasse o som que saía. Depois da sua morte o piano ficou isolado.
- Muito triste para uma peça tão atraente.
- Mas estou disposto a desfazer isso hoje - tive minhas dúvidas sobre o que ele falava, mas quando Alfonso me olhou incessante por alguns segundos, percebi que era uma indireta direcionada apenas a mim.
- Não. - retruquei antes daquilo se aprofundar mais - Isso está fora de cogitação.
- O que há de errado? Anahí, você adora tocar e eu adoraria ouvi-la outra vez.
- Seria muito abuso meu de sentar nesse banco e tocar.
- Por favor. Isso significa muito para mim - como poderia dizer não quando ele me encarava esperançoso e a minha vontade de ver a qualidade do som que sairia dali, martelava.
Me debrucei devagar, arrumando o assento e ajustando para minha altura. Analisei os pedais e levantei a proteção das teclas, revelando cada uma delas, limpas e bem conservadas. Minhas mãos soaram na expectativa do que tocar. Enquanto escolhia a trilha, Alfonso se afastou aos poucos indo para o sofá, sentando-se lá, sem tirar os olhos de mim. Seu semblante estava levemente sorridente, mas para orgulho do que outra coisa. Minha timidez foi momentânea, logo estiquei os dedos e fechei os olhos.
Um clássico veio em minha mente no mesmo instante, e então comecei a tocar as primeiras notas de Nocturne Op.9 No. 2, Chopin. Cada tecla foi pressionada junto do meu corpo, sendo levemente levada pela empolgação de ouvir minha própria música. Meus olhos fechados impediram que pudesse analisar a formo como devia estar sendo avaliada por Alfonso. Ele permaneceu em silêncio, e ambos apenas ouvíamos. Me admirei pelo instrumento ser realmente de qualidade e de sonoridade agradável. Estava afinado para um piano que julguei abandonado.
Não quis ir até o fim da música, decidi parar de tocar depois de dois minutos. Quando me soltei das teclas Alfonso bateu a palma das mãos, fazendo um curto som. O homem sentiu necessidade de fazer aquilo para expressar como estava sorridente. Seus olhos não negavam a felicidade que sentia ali. Fiquei igual por saber que eu era a causadora daquilo.
- Preciso de você Anahí, não dá mais. - foi surpreendente a forma que ouvi aquilo.
Me disse, já perto de mim, segurando meu rosto com as duas mãos temendo uma fuga que eu jamais seria capaz de fazer. Seus lábios me envolveram, desesperados e agoniados por resposta. Nosso fôlego sumiu e eu me inclinei um pouco mais para aumentar seu toque. Ambos nos agarramos, e eu fui lançada sobre o piano já fechado pelas mãos dele. Alfonso quis me despir de qualquer maneira, sem se importar com mais nada além daquilo. A sensação de que alguém pudesse chegar me deixou ainda mais excitada e úmida, clamando por seus dedos. Tanto que minha mão foi direto para a sua braguilha, determinada em faze-lo me foder daquela vez.
- Agora você tem que entrar em mim - sussurrei ofegante - Por favor, não me negue.
Ele gemeu ao me ouvir pedir aquilo. Na mesma hora Alfonso me ajudou a baixar suas calças, revelando-se totalmente duro e ereto. Meus olhos se encheram e eu o segurei nas mãos, masturbando-o conforme pressionava o seu pau. O ar saía da sua boca, sofrido e arfante, delatando o prazer de receber meu toque.
- Você é tão gostosa.
Depois de ouvi-lo, soltei seu membro e puxei o seu corpo para cima do meu. Fiz Alfonso me penetrar profundamente, arrancando um grunhido da minha garganta. Ele era extremamente dotado e capaz de me saciar em curto prazo. Deslizando para dentro, o seu membro foi sendo engolido pelo líquido viscoso que derramava de dentro do meu sexo. Fomos banhados pelo suor e pela vontade de não sessar. Pensei que levaríamos a noite toda, mas conforme ele me conduzia, mais eu necessitava. As estocadas eram rápidas, e num movimento sincronizado, ele me pôs de costas e me penetrou, fazendo um nó com o meu cabelo. Os fios castanhos foram puxados delicadamente, enquanto a outra mão se ocupava da minha cintura.
Quando o som de estalar bateu sobre a minha bunda, corei um pouco mais, ofegante de êxtase. Percebendo o efeito positivo da sua ação, ele deu mais outro leve tapa, acariciando o local em seguida. Isso foi repetido algumas vezes durante o ato, e em todas elas um sorriso satisfeito brotava dos meus lábios.
Meus gemidos se tornaram incontroláveis, cada vez mais audíveis, principalmente depois dele começara a puxar o ar com mais força e acelerar os movimentos. Dentro de mim, o seu pau vibrou e o jato quente foi liberado, deixado que um pouco escorresse. Alfonso desacelerou, porém, continuou dentro de mim até seu corpo desfalecer.
Me posicionei de lado para relaxar, mas ele me pegou em seus braços, andando comigo pelo salão. Assim que chegamos ao sofá, fui solta carinhosamente, recebendo um beijo. Naquele momento sim iríamos descansar.
- Se sente bem?
- Muito bem. - respondi tímida - Não precisa me perguntar isso.
- Obrigado.
O agradecimento me deixou estremecida.
- Pelo quê?
- Você me devolveu a alegria - disse segurando meu rosto com uma das mãos - Não imagina como fiquei feliz ouvindo essa canção que tocou.
- Foi uma das primeiras que aprendi realmente tocar.
- Era esta... - retrucou me interrompendo - Meu pai tocava essa Anahí.
De fundo pude imaginar Chopin tocando para nós dois, enquanto ele deixava uma fina lágrima cair, sendo impedida pelo meu polegar seguido de um beijo que silenciou seu choro...
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Olá meus amores! Espero que estejam todos bem :)
Passando para avisar que estou em fase de finalização do projeto de TCC, e logo estarei mais "vaga" para postar.
Lembrem-se, eu não escrevo diariamente, os capítulos já estão escritos!
Eu só reviso e posto.
Beijoos de luz **

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Possession
Fanfiction*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em meio a prostituição de luxo. Ela era apenas uma garota quando isso aconteceu e nada foi capaz de impedi-la de se tornar tão impetuosa, reque...