Capítulo 59

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Anahí

"- Primeiramente eu gostaria de parabenizar os noivos e dizer que estou muito feliz por esse casamento acontecer. Desde a primeira vez que vi Anahí ao lado do meu filho percebi que aquela era a mulher ideal. Eles são novos, precipitados e muitas vezes inconsequentes, mas são verdadeiros. E esse amor é real. Bem vinda a nossa família querida."

"- Ana linda, seja bem vinda, e eu espero que continue fazendo o meu irmão feliz como faz agora. Amo os dois."

Ouvir todos os depoimentos me emocionou bastante, ainda mais sob os efeitos de uma gravidez. Era animador ver como um 'ser' tão inesperado era capaz de mudar a vida de alguém por completo.

No meio do salão, os convidados abriram espaço, fazendo um círculo para que eu e Alfonso dançássemos.

Com um giro ele iniciou. Juntamos nossos corpos e a sua mão agarrou minha cintura, levando-me como se flutuássemos. Rimos e trememos, aos nervos, pela total atenção de todos. Pelo menos eu quis me esquecer de tudo e pensar que só existia nós dois.
Depois do show passamos mais algumas horas presente, até o momento em que suas mãos tocaram as minhas interrompendo a conversa entre Dulce, Maite e eu.

- Com licença meninas, preciso dela agora.

Ambas riram e se entreolharam. Maite foi à única que não conseguiu conter a língua.

- Pode levar.

A irmã de Alfonso me empurrou para os braços dele dando mais uma gargalhada, puxando Dulce para algum outro lugar. A minha amiga me olhava em desespero enquanto era arrastada por entre as pessoas. Com um gesto de morte ela revirou os olhos e sumiu.

- Pelo menos a inconveniência de Maite serviu para alguma coisa.

- Pare de ser chato Herrera!

- Venha. Quero que veja uma coisa.

Já era noite e a visão que tínhamos ao percorrer o jardim me fascinou. A lua estava completamente cheia e a pouca luz deixou as estrelas visíveis. Alfonso parecia ignorar toda aquela beleza já que seus passos apressados pareciam apenas buscar o destino final do passeio. Enquanto isso eu andava de cabeça curvada, olhando para o céu apenas.
O belo feito não deixou que eu notasse a pedra gigante que tinha no meio do caminho. O meu dedão latejou quando se cruzou com o que mais parecia concreto. Naquele momento a única coisa que saiu da minha boca foram muitos, mas muitos palavrões. De todas as origens que pude assimilar.
Alfonso só percebeu o acontecido quando junto dos palavrões e do impacto eu acabei me apoiando em seu corpo o obrigando a parar. Se eu não fizesse aquilo com certeza mau marido teria que me juntar da grama.

- Olha só isso - reclamou depois de levantar o longo vestido branco e ver que o dedo sangrava.

Aquilo latejou, ardeu e o pior de tudo, deixou um hematoma estrondoso. Olhei Com ódio eminente para a causadora de tudo aquilo notando que se tratava de uma pedra ornamental que compunha a decoração ao redor de uma fonte. Como uma coisa conseguia ser tão bonita e tão mortal?

- Vamos cuidar disso agora.

- Tudo porque a lua está linda demais.

Quando eu falei isso ele olhou rapidamente para cima e sorriu.

- Você é uma coisa Anahí. Mas ela está linda realmente.

Ele fez um gesto prestes a me pôr nos braços, mas eu recuei mostrando uma cara infeliz.

- Foi só o dedão, posso ir andando.

- Pare com isso.

- Em vez de contestar me ajude com seus ombros. Isso eu deixo.

Com um leve riso ele me ajudou, admitindo a perda.
Manquei até uma porta que dava acesso para dentro da casa e acabamos saindo numa sala com uma porção de sofás e esculturas antigas, decorando. Senhor, quantas salas havia naquele lugar?
Aquela já era praticamente a quarta.
Me deixando sobre um dos confortáveis assentos, Alfonso saiu e quando voltou carrega uma pequena maleta branca. Nela continha materiais de curativos.
Ele se curvou e baixou no nível dos meus pés para limpar e cuidar do ferimento no meu dedo.

- Tenha mais cuidado - disse depois de terminar tapando o ferimento com esparadrapo e gazes - Acho que agora o risco de uma infecção diminuiu.

Me peguei olhando a forma como ele estava sendo atencioso comigo e me inclinei para aproximar nossos rostos. Seus olhos encontraram os meus e então o verde e azul se conectaram mais uma vez.

- Obrigada por cuidar de mim.

Alfonso arrancou um beijo segurando meu queixo, se afastando em seguida, ainda sob a pressão dos meus dentes no o seu lábio inferior.

- Não me provoque.

- Não estou fazendo nada disso - Retruquei irônica e ele mordeu o lábio.

Ambos sorrimos antes dele levantar e me puxar de volta a ativa.

- Temos que continuar.

- Não vai mesmo dizer pra onde esta me levando?

- Deixe de ser curiosa Senhora Herrera. Apenas me deixe guiá-la.

Meu estômago revirou quando ouvi ele me chamar daquela maneira. Era maravilhosamente prazeroso aceitar que Alfonso por fim era apenas meu.

Andamos mais alguns metros até chegar numa parte larga por detrás da mansão. Só me dei conta do que acontecia quando os dois homens fardados que esperavam a nossa presença bem a frente do helicóptero fizeram uma referência abrindo a porta do objeto voador.

- Como assim?

- Vamos meu amor.

- Posso perguntar para onde?

- Agora começa a nossa lua de mel.

Ainda sem palavras ele me levou para dentro do helicóptero e então levantamos voo.
Sobrevoamos toda a Milão parando apenas no aeroporto onde ao descer fomos direto para outro, mas desta vez era um jato particular.
Tudo aquilo me deixou extremamente surpresa. Parecia uma corrida contra o tempo. No jato o clima foi diferente. Eu pude tirar o vestido e pôr um bem mais leve e casual, porém longo também. O banheiro era bem mais largo do que os de voos comerciais e facilitava a minha transição.

- Saímos sem avisar ninguém - questionei ao sair da cabine indo me sentar ao lado dele.

- Não se preocupe. Todos os convidados já sabiam e pelo que vejo Dulce sabe bem os seus gostos.

- Foi ela que fez aquela mala?

- Sim. Dois dias atrás nós fomos fazer algumas compras.

- Não precisava fazer isso.

- Agora você já é minha esposa. Vai ter que aceitar tudo o que eu quiser te dar Anahí.

Por um segundo o hábito de negar as coisas me fez esquecer que já tínhamos passado daquele nível. Sua esposa. Sim eu era.

- E você Herrera, vai aceitar tudo o que eu quiser te dar?

Perguntei colocando o corpo sobre as pernas dele. Alfonso nem me deixou terminar de falar e foi logo puxando o telefone fixado na larga poltrona, pondo-o no ouvido "Xavier, não deixe ninguém sair da cabine" ordenou, colocando-o novamente no gancho.

Suas mãos foram para debaixo do vestido, levantando-o lentamente enquanto fechei os olhos apenas para sentir o toque quente de suas mãos sobre a minha pele.

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