Alfonso Herrera
— Que horas são?
Perguntei pela décima vez para a faxineira.
— Senhor, só se passaram cinco minutos desde a outra vez que me perguntou isso.
— Ela não ligou?
— Também não.
Intrigado com a demora de Anahí; voltei-me para o telefone e busquei por notícias. Consegui descobrir, depois de algumas ligações, que ela estava no interior da cidade, mas necessariamente na casa do meu irmão. O motivo daquilo parecia meio óbvio, já que a melhor amiga dela morava lá.
Estava de noite e ao que tudo indicava minha esposa não pretendia voltar.
Era duro admitir que eu a afastava de mim cada vez mais. A cada segundo.Tirei a roupa apertada de escritório e vesti algo mais casual. Uma blusa jeans de mangas compridas, e uma calça também jeans.
Saí do quarto bem rápido, e antes de chegar à porta do elevador me deparei com dona Helena admirando um quadro qualquer na parede.
— Essa peça foi um presente de seu pai. Certo?
— O que faz aqui mamãe? — falei tentando cortar o assunto.
— Ora! Será mesmo necessário fazer sempre essa mesma pergunta toda vez que venho aqui?
— Hábito.
— Pois devia criar hábito de tratar melhor a sua mãe!
— Estou realmente muito ocupado agora.
— Como sempre. — zombou — Mas eu vim aqui para te avisar que sua esposa está em Gabarino.
— Como soube disso?
— Seu irmão me ligou dizendo que você devia ter feito alguma coisa ruim a ela, já que a visita foi inesperada. Então decidi vir até aqui para te dar uma bronca!
Ela disse a última palavra juntamente de uma pancada na minha cabeça com o seu leque.
De onde minha mãe tirou aquele armamento?!
Reclamei passando a mão por cima da dor.— Eu já sabia disso!
— Vai me dizer o que fez?
— Não fiz nada. Ela só quis ir ver a amiga. Anahí se sente um pouco presa a nova vida, talvez precise se sentir mais a vontade. Apenas isso.
Aquela afirmação não deixava de ser verdade, mesmo que eu apenas tenha dito aquilo para despistar as investigações inoportunas de dona Helena.
— Posso ir agora?
— Se for para onde estou pensando.
— Tchau mãe — falei dando um beijo na sua cabeça, voltando a caminhar para fora da cobertura.
Não esperei mais que dez minutos até conseguir outro transporte aéreo para ir até a cidade de Christopher. Gabarino era famosa pela atmosfera acolhedora, e na realidade, meu irmão escolheu aquele lugar apenas para praticar suas aulas de voo de forma menos conturbada. Enquanto viajava, não pude deixar de pensar novamente nos motivos que a fizeram desaparecer. Talvez a culpa fosse mesmo minha... Aquela jornada devia ser mais justa, mais fácil. Mas ao que parecia aquilo estava longe de acontecer.
Depois de um tempo no ar, cheguei na casa de Christopher dentro de um taxi, discreto. Olhei em volta de todo o lugar antes de entrar me admirando da luxuosidade, nem tão exuberante da mansão.
Parece que o dinheiro gordo que aquele irresponsável recebia tinha um destino maior do que viagens durante o ano. Alguém tinha assumido outras prioridades. Refletir aquilo me lembrou de que Aquele casal era tão imaturo quanto eu e Anahí.
Ambos me recepcionaram sem muita surpresa, talvez por já imaginarem que eu aparecesse. Não me prolonguei em me explicar para eles.
— Ela está no quarto.
Dulce falou sem que eu perguntasse nada.
— Qual?
— Eu levo você.
A mulher andou devagar, pela gravidez, me direcionando ao local em que minha esposa estaria. Ela me deixou na frente de uma porta bege, bem alta, e se foi no mesmo silencio.
Girei a maçaneta com receio de que estivesse trancada, mas não, a porta estava aberta. Entrei lentamente, esperando flagra-la sob a cama, e foi então que ouvi o som do chuveiro bater contra o chão. Ela estava no banho.
Fechei a porta por trás de mim e andei em direção ao som. Antes de chegar no banheiro, parei de frente um espelho e fiz menção de tirar a camisa, mas a imagem da metade do meu abdômen refletida me fez baixar a roupa novamente. Fechei a expressão com fúria e ignorei o momento ruim para voltar o foco a ela.
Empurrei a porta semicerrada vendo de imediato às curvas nuas e modeladas de Anahí. Ela não me ouviu chegar, muito menos pressentiu. De costas, seus quadris sambavam em volta do líquido transparente que saía do chuveiro juntamente da espuma do sabonete que ela deslizava em sua pele.
Tirando os sapatos com cuidado para não fazer barulho, entrei no Box e a surpreendi. Anahí deu um salto assustado, com os olhos arregalados, mas ao ver que se tratava de mim ela apenas ficou silenciosa. Nós nos encaramos enquanto a água ensopava a minha roupa.
— Volte comigo. — pedi segurando seu queixo.
Ainda em silêncio, ela fez um semblante triste e baixou a vista, desfazendo meu toque.
— Não me despreze mais.
Soltou depois de um tempo.
Eu segurei seu rosto e lhe beijei. Anahí inclinou a cabeça e envolveu seus braços na minha nuca com ferocidade. Nos beijamos por um bom tempo antes de voltarmos para casa.
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Olá amoras!
Andei sumida né? pois é... Tcc faz essas coisas.
Agora, como diz o capitulo "Come home" é hora de voltar para casa! e para vocês, claro.
Querem mais um cap. Hoje?
beijooo de luz:*
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Possession
Fanfiction*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em meio a prostituição de luxo. Ela era apenas uma garota quando isso aconteceu e nada foi capaz de impedi-la de se tornar tão impetuosa, reque...