Sentada na poltrona, com um copo cheio de whisky 12 anos na mão, Anahí observava seu filho Davi dormir, despreocupado, em sua nova cama.
Era a segunda noite dele num quarto, sozinho, e desde o dia anterior ela o esperava adormecer por completo para admirá-lo sem interromper a adaptação do garoto.
Impiedosa, a vida fez os traços de Davi completamente desenhados a moldura do pai. E quanto mais o tempo passava, mais o menino se assemelhava a Herrera.Era estranho para ela pensar que haviam se passado cinco anos.
Esfregando o indicador nas bordas de vidro, deglutiu tudo num só gole, franzindo o cenho, antes de levantar e sair, enchugando as lágrimas brutais que escorriam do canto dos seus olhos.
Era mais uma noite em claro, e mais uma dia sem ele.
Anahí estava visivelmente abatida e cansada, com olheiras gritantes que escondiam toda a beleza de seus olhos azuis. Mas era inevitável, principalmente naquele dia em que há anos atrás parte da sua alma morreu junto de Alfonso.
Insatisfeita apenas com a embriaguez, ela insistiu em dirigir ás duas da madrugada até o cemitério, levando consigo a garrafa contendo o líquido quente e envelhecido. Naquela altura do campeonato, já havia subornado os vigias do lugar macabro para não ser interrompida no seu ato impetuoso.
A vista turva, fez com que seus pés batessem nas lápides alheias, caindo uma duas vezes na grama, antes de chegar no túmulo de Alfonso. A lamparina que um dos vigias lhe cedeu, serviu para que não ficasse no completo breu da noite.
Sentando-se sobre o mármore frio, ela pousou a sua fonte de luz e olhou a foto sorridente que haviam posto no memorial.
Embora a vontade dela fosse de apenas gritar e chorar descontroladamente, Anahí se conformou em somente olhar a fotografia e deitar-se.— Eu amo você — murmurou começando a perder a consciência.
Seus sentidos só se recuperaram quando sentiu que alguém lhe segurava no colo, tirando-a de cima da lápide.
De olhos cemicerrados ela vislumbrou por um segundo a sombra de Ricardo, identificando quem destruía o seu momento.
Mas Anahí estava muito fraca e embriagada para discutir vontades, e por isso, seu corpo voltou a desfalecer adormecendo novamente nos braços dele.~~~
Com uma dor descomunal pesando sobre a sua cabeça, a morena acordou do pesadelo, segurando a nuca sem nem ao menos saber onde estava.
Até seus olhos abrirem completamente exibido a imagem da mulher loira, vestida de branco e com um estetoscópio em volta do pescoço, bem à sua frente.
— Bom dia — a voz dela era tão doce e tranquila que nem afetava seus ouvidos sensíveis — Como se sente?
— Estou em um hospital? — perguntou sabendo a resposta óbvia.
— Ricardo te trouxe assim que um dos homens ligou do cemitério.
— Desculpe por sempre acabar arrastando seu marido nas minhas insanidades.
Sheila era médica, e atualmente casada com Lafaiete.
Ela era uma boa pessoa, longe de ser o tipo de mulher que Anahí imaginava ao lado dele, mas isso não importava. Todos haviam mudado de alguma forma.— Ele é seu amigo. Deve ajudá-la quando precisar.
— Sim, ele é — ela quase sorriu amarga pelo acaso daquilo.
Anahí nunca conseguia agir naturalmente ao lado dela, graças as lembranças de um passado nefasto.
— Você quer alguma coisa antes de eu ir?
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Possession
Fanfiction*Fanfic Ponny (Concluída) Madness... Foi esse o nome que Anahí admitiu após sua vida se perder no mundo e em meio a prostituição de luxo. Ela era apenas uma garota quando isso aconteceu e nada foi capaz de impedi-la de se tornar tão impetuosa, reque...