Era de manhã e o sol já me irritava. Um novo dia começava e já eram horas de acordar. Levantei-me e fechei as cortinas da única janela do quarto. Olhei para a cama e senti os nervos a subirem. Fui para o outro lado da cama e empurrei o preguiçoso para o chão.
- Não sabes acordar uma pessoa de outra maneira? - Resmungou enquanto esfregava a cabeça. - Todos os dias, sempre a mesma coisa.
- Eu até que te acordava de outra forma se não fosses preguiçoso e te recusasses a levantar. Esta é a única maneira que eu testei e resultou. - Fui ao armário mais uma vez e tirei uma camisa e umas calças. - Toma isto. - Atirei a roupa para cima dele. - Não demores muito.
- Tens sorte de eu ser como sou. Não acredito que haja alguém além de mim que consiga aturar-te. - Pousou a roupa na cama e volta a olhar para mim. - E a roupa interior?
- Virei mãe agora? - Tirei uns boxers vermelhos e atirei-os à cara. - Agora não reclames.
- Olha quem fala. - Sorriu e eu apenas deitei a língua de fora. - Que matura. - Riu e logo envolveu a minha cintura num braço forte. - Não vais safar-te neste mundo assim, Lay. - Coloquei os meus braços à volta do seu pescoço.
- E tu vais ter muita fama como modelo se continuares com este aspeto. - Sorri tentando disfarçar minimamente a minha ironia.
- Eu estou em excelente forma. Apenas tenho que contratar uma melhor cozinheira. - Sorriu de canto para mim. Ele acabou de tratar-me como sua cozinheira? - E até parece que não gostas do meu corpo de deus. - Continuou com o sorriso convencido. Ri alto e totalmente forçado e voltei a olhar para cima já que ele é mais alto que eu.
- Não me faças rir, Pete.
Lá por eu ter dito aquilo, Pete tinha razão. Eu adoro ver o corpo musculado dele, bem definido e bem trabalhado. Gosto ainda mais quando ele abraça-me apenas de boxers e eu podia sentir o calor do seu corpo a passar para o meu. Melhor sensação que alguma vez senti. Eu amo o Pete do fundo do coração e nunca hei deixar de amá-lo. Tenho apenas de manter o meu falso desinteresse mesmo que eu duvide que ele acredite.
- Não é isso que eu vejo. - O sorriso alegre de canto tornou-se num sorriso malicioso e uma vontade súbita de fugir dos seus braços surgiu dentro de mim. - Ontem e nas outras noites tu não recusaste. - Beijou a minha testa fazendo-me arrepiar com o toque húmido dos seus lábios. - Tu amas-me profundamente, Lay. - Sorriu convencido de que ganhou esta batalha. O sorriso manteve-se até que observou melhor o meu corpo. - Por que estás vestida? - Corei de leve ao ouvir aquilo de repente.
- Eu tenho uma entrevista de emprego, lembras-te? - Baixei a cabeça envergonhada, mas apenas piorei ao ver os abdominais do Pete a meros centímetros da minha barriga. - É claro que tenho que ir vestida, idiota. - Após uns segundos de silêncio o riso de Pete que já me é tão familiar soou nos meus ouvidos.
- Pois é. - Manteve o riso. - Esqueci-me que a minha amada cozinheira queria afastar-se de mim. - Baixou a cabeça passando a olhar para mim de lado e eu a ele pelo canto do olho. - Não te ponhas demasiado linda ou irei perder-te para um homem pervertido. - Sorriu inocente e eu corei mais uma vez. Pete podia ser mais provocador que eu por vezes, muitas vezes.
- Veste-te logo ou vais apanhar uma constipação. - Afastei-me um pouco dos seus braços mantendo o olhar ainda baixo..
- Do que estás a falar? - Puxou-me ainda mais para perto dele.
Agora podia sentir o seu corpo mover-se conforme a sua respiração de tal colados estávamos. Ele levantou o meu queixo e fez-me olhar nos seus olhos.
- Está um calor horrível aqui que nós dormimos ontem apenas de roupa interior. - O sorriso malicioso surgiu mais uma vez. - Não vais usar aquela lingerie preta atrevida na tua entrevista, vais?
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Criada de um Milionário
RomanceLayla Collins era uma simples jovem alegre com a sua vida. Mas um dia esta alegria é-lhe retirada das suas mãos inocentes e recebe mágoa e dor em troca. Desde então a vida só tem piorado pouco a pouco. A inocente Layla tinha desaparecido e uma nova...