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Apesar do nosso primeiro encontro não ter sido dos melhores ou mesmo dos mais indicados, eu e as minhas novas quatro colegas criamos laços muito facilmente. Elas são ótimas pessoas, pelo menos não estou a ver razões para fingirem comigo. Além de mais, Yuna ficou connosco por isso a probabilidade de elas estarem a fingir é mínima.

Adiante, depois de limparem o chão da sujidade da terra do vaso, todas nós fomos para a sala e sentámo-nos nuns sofás onde cabiam com facilidade dez pessoas. Os sofás eram muito confortáveis e eram cobertos por um pano quente e fofo acastanhado que combinava com a cor da sala; bege. Ao início o clima era um pouco estranho já que foi à meros minutos que nos encontramos pela primeira vez. Contudo, Yuna facilmente amaciou o ambiente e, num instante para o outro, conversávamos como amigas de longa data.

- E mal virou-se, o mesmo pilar que tinha derrubado caiu de novo. - Contava Rachel mais uma história sobre Sónia. - Devias ter visto a cara dela, Layla. Foi lindo de morrer. - Continuou a rir como uma maluca.

- Dás a entender que sou uma desastrada ambulante... - Sónia, que estava ao seu lado, amuava de braços cruzados mas, rapidamente mudou de postura quando umas mãos começaram a passear no seu corpo. - P... Para Rachel...! - Implorava no meio dos risos.

- É que nem vale a pena tentares implorar mais. - Ria maquiavelicamente. - Não vou libertar-te, NUNCA. MUAHAHAHA.

Aquele suposto riso maléfico apenas largou umas gargalhadas daquelas que assistiam a tudo aquilo. Eu não conheço Rachel o suficiente mas fiquei com a impressão que ela faria mesmo o que disse, que não parava mesmo que implorasse. Não pude descobrir, não naquela altura. Yuna tossiu forçado o que fez Rachel parar e Sónia retomar a sua respiração e compostura.

- Então, Layla. - Hannah, a mais velha das criadas, pôs conversa comigo talvez para mudar de assunto. - Podias falar um pouco de ti. Da Sónia não ouves outra coisa mas o resto que ainda desconheces de nós todas vais saber em certa altura. - Disse com um leve sorriso no rosto. Tenho um pressentimento que ela vai dar-me grande apoio no futuro.

- Eu não sei por onde devo começar... - E é verdade. Não sei o que devo dizer.

- Pelo o início, não? - Vânia, que tinha ficado o tempo todo calada, finalmente ouvi a voz dela mas tinha que ser daquela forma?!

- Vives onde? Como é a tua casa? Moras com quem? Tens animais? Preferes cães ou gatos? - Na minha cabeça, Rachel não podia estar mais elétrica que aquilo. Deve ter bebido alguma bebida com cafeína.

- Tem calma, Rachel. Não a ataques logo com essa tua lista de perguntas. - Reclamava Hannah que estava de frente para ela.

- É sempre a mesma história... - Yuna suspirava com uma mão na cabeça enquanto Hannah chateava Rachel.

- Eu moro a uma hora daqui talvez; nada que uma viagem de carro não resolva. A minha casa é bastante simples e normal comparada com as do meu bairro. Não tenho nenhum animal e gosto tanto de cães como de gatos. Ambos são fofos. - Sorri mas elas ficaram a olhar para mim durante algum tempo sem qualquer expressão até que Rachel voltou a abrir a boca. Felizmente Sónia parou-a e foi ela que falou.

- Eu prefiro gatos. São tanto fofos como queridos e são independentes o que facilita na questão de limpá-los. - Não percebi bem a intenção do comentário dela mas acalmou Rachel e alivou levemente o ar.

- Eu gosto mais de cães. - Foi a vez de Hannah falar. - Eu tenho um labrador Retriever e amo-o do fundo do coração. É a melhor companhia que alguma vez tive. - O sorriso sincero que tinha nos seus lábios era a prova da sua honestidade. Não havia dúvidas que ela gostava do seu cão.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora