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Depois da festa, pode-se considerar que sou oficialmente namorada de Chris. Agora em vez de passar cá a noite de vez em quando arranjando desculpas se fosse preciso, podemos namoriscar à frente de todos. Podemos, não quer dizer que deixe o Chris fazer isso à frente de todos.

Uns dias depois, eu e Chris falámos e concluímos que seria melhor que eu mudasse lá para a mansão. Espaço não faltava, com certeza. Todo o pessoal já me conhecia e eu conhecia bem a casa. Ninguém se iria opor a esta decisão. Então assim foi. Duas semanas depois, eu estava a viver oficialmente na mansão com o Chris. Foi difícil abandonar o Pete. Desde que me lembro que vivemos juntos. Mas entre o Pete e o Chris, a escolha é óbvia.

Pete ficou amuado por uns dias e nem sequer me ajudou a preparar a minha mudança. Perto da segunda semana é que ele deixou a birra para trás e apoiou-me completamente.

Quando Chris finalmente viu onde eu e o Pete morávamos, ele deu-nos um sermão de que aquilo não eram condições para nós vivermos. Foi um pouco chato ouvir um sermão daqueles vindo de alguém que nasceu num berço de ouro. O que restava era explicar as nossas razões para viver assim. Por isso, fomos ao hospital.

- Bom dia, em que posso ajudá-los?

- Bom dia. A enfermeira Jenny está por cá?

- Ela está com uns pacientes agora. Daqui a uns minutos ela deve passar por cá. Se quiser eu dou-lhe o recado.

- Oh deixe, nós esperamos aqui por ela. Obrigada.

Fui ter com o Chris que já estava sentado. Devido à sua aparência, ele tinha muitos olhos sobre ele. No entanto, ele nem sequer parecia reparar nisso ou ignorava-os completamente. Apenas estava mais incomodado com o facto de ter de ficar sentado à espera rodeado de pessoas doentes. Para um menino rico como ele, o hospital que ele vai deve ser o melhor do estado.

- Temos que esperar uns minutos. Consegues aguentar uns minutos, não consegues Chris? - Ele olha para mim sério como se o que tivesse dito tinha sido um grande insulto.

- Para tua informação, eu podia ficar aqui horas. Não gostava, mas conseguia. - Ri de leve o que não é ideal para o Chris.

- Desculpa querido. - Abaixei-me ao nível dele e dei-lhe um leve beijo nos lábios. - Perdoas-me? - Ele olha sério para mim, mas a fachada rapidamente cai e o sorriso aparece.

- Mas é claro. - Sentei-me ao lado dele e encostei-me a ele.

- O que estás a ler?

- Um livro que a minha irmã me recomendou. - Li o título na contracapa e quase ia libertando um riso. - O que tem tanta graça? - Pelo tom frio e o olhar sério, dava para perceber que ele sabia do que ia rir.

- Desculpa. Mas porque estás a ler um livro desses?

- Bom a minha irmã disse que seria uma boa ideia eu saber e estar preparado para o que vem aí.

- Mas a tua irmã já esteve grávida do Terry. Já devias de saber o que acontece, não?

- Na realidade eu e a minha irmã separámo-nos quando ela tinha 16 e eu 11. Só nos voltamos a ver seis anos depois. Nessa altura, o Terry já tinha 5 anos e a minha irmã era viúva.

- Espera um bocado. Isso é informação a mais. - Ele pousa o livro e fica à minha espera.

- O que queres que te explique primeiro?

- E que tal o porquê de estares a contar-me isto agora? É a vida da Yuna. Ela é que devia de me contar.

- Vocês são boas amigas e és a minha namorada. Não vejo o problema de estar a contar-te isto. Tenho a certeza que ela não se importava. Pelo contrário, ela deve querer que tu o saibas. É não é como se fosse fácil responder à tua pergunta sem mencionar isto. - Suspirei.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora