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Os dias passaram e o mês de Abril começou. A minha relação com Chris parecia de dois estranhos com cada dia que passava. As poucas vezes que nos cruzávamos não dizíamos nada e ficava apenas eu, feita idiota, há espera de um avanço dele. Com o passar do tempo, também eu desisti dessa ideia parva e nem sequer parava quando o via.

- Yuna, chamaste-me? - Afastei devagar a porta do escritório dela.

- Sim. Layla, já que me tens ajudado, daqui a dois dias vou a uma festa de máscaras. Convidei a Daphne mas ela já tinha planos. Importaste de ir comigo? - Pensei um pouco sobre o assunto.

- Mas isso não tem nada a ver com o meu trabalho como criada. - Ela resmunga.

- Fui apanhada. Eu queria mesmo que tu fosses. Aceita, como amiga, por favor Layla! - Ela agarrou as minhas mãos e continuou a implorar. Era óbvio onde isto ia acabar.

- Está bem, tem calma. - Ela sorriu e abraçou-me. - Até parece que podia dizer que não. - Murmurei.

- Se vais por obrigação, vou pedir à Hannah ou à Jane. - Ela abriu a porta e estava prestes a sair.

- Eu percebi! - Ela sorriu vitoriosa e voltou para dentro. - Eu vou, e não por obrigação.

- A mim ainda me pareces muito obrigada. - Ela cruzou os braços.

- O que preciso de fazer então?

- Vamos às compras! - Os olhos de Yuna começaram a brilhar e eu recuei, um pouco por instinto. - Anda lá! - Ela agarrou o meu braço e puxou-me pelo corredor.

- Tem calma. Eu vou atrás de ti. - Ela começou a rir o que contagiou-me não sei porquê.

Quando descemos as escadas, passámos por Chris que subia com uns papéis na mão. Ele olhou para nós surpreendido com o barulho que estávamos a fazer. Foi a primeira vez que ele olhou para mim depois daquela noite no hospital.

No dia da festa, eu e Yuna saímos da limusina e, depois de ela tirar umas fotografias, fomos para dentro do espaço. À entrada, dois senhores de fato entregaram-nos uma máscara a cada depois de Yuna mostrar o convite dela. Ela agarrou a minha mão, piscou o olho e entrámos.

O espaço era enorme com várias decorações modernas, muitas feitos de vidro ou cristal. Havia algumas plantas que tiravam o aspeto de artificial do espaço. Num lado estava o buffet com um bar e pequenos aperitivos e do outro um pequeno palco para a banda. As mesas estavam espalhadas num pequeno espaço do salão. Contudo, a grande área vazia dizia-me que isto era uma festa de convívio em pé e de dança.

- Layla, é muito provável que durante a festa, alguns homens vão meter conversa. Tens que te preparar mentalmente para isso.

- Não te preocupes, Yuna. - Sorri e olhei em volta observando o resto dos convidados à nossa volta. - Depois de passar meio ano com o Christopher, estou mais que preparada para isto. - Ela ri de leve.

- Então posso estar segura que ficas bem sozinha?

- Não há problema. - Sorrio e ela ajeita o cabelo.

- Ainda bem. Vamos divertir-nos então.

Ela agarrou a minha mão e puxou-me para o meio da festa. Arrastada sem grande remédio, fui conhecendo várias pessoas. Como elas estavam com máscaras, facilmente me esquecia de quem era quem. No entanto, Yuna parecia reconhecer várias pessoas no meio de tanta gente. Outras ainda se aproximaram de nós ora porque reconheciam Yuna, ora porque queriam conversar.

A dada altura, Yuna ficou a conviver enquanto eu fui buscar um pouco de bebida. Cheguei ao balcão e um senhor rapidamente vem ter comigo com um sorriso que já consigo distinguir dos sinceros. Ele passa-me um copo que eu recuso com gentileza. Ele não pareceu gostar muito e ele saiu tão irritado que nem a máscara conseguia esconder.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora