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Fui direta para o pátio e não demorou muito a ver Terry e Chris a correrem pelo jardim com Kouki sentado no chão. Não esperava ver os dois seres humanos a correrem um atrás do outro enquanto o cão observava tudo. Aproximo-me devagar sentindo o frio de novo contra a minha pele. Quando reparo, Kouki lançou-se a mim mal me viu. Depois de ouvirem o meu grito, Terry vai a correr ter comigo. No momento em que Kouki sai de cima de mim, Terry começa a gritar comigo como se mandasse em mim.

- O que estás a fazer aqui assim outra vez?! Sabes que está frio.

Ele volta a tirar o casaco do fato e ia coloca-lo em cima dos meus ombros só que Chris impede-o. Ele afasta-o e pede-o para vestir o casaco outra vez. Ele insistiu que queria dar-me o casaco o que achei embaraçoso estar no meio da discussão idiota deles. Mas o que me fez corar mesmo foi ver Chris a tirar o casaco dele e a pô-lo sobre os meus ombros. Terry calou-se e foi ter com Kouki que não parava de ladrar. Preferia que ele tivesse ficado connosco pois ainda sentia as mãos de Chris na minha cintura.

Por breves instantes, esqueci-me que estávamos no jardim, com Terry tão perto, e uma casa em festa atrás de nós. O bafo quente de Chris contra o meu pescoço, o cheiro dele no casaco que me mantinha quente e as suas mãos que agarravam a minha cintura. Ficámos assim por uns instantes que pareceram eternidades. Sentia o meu coração louco e a minha respiração ligeiramente acelerada ao lembrar-me das sensações que ele me dava. Ouvi-lo a sussurrar o meu nome tão perto do meu ouvido soou tão sensual.

- Querias dizer-nos alguma coisa, Layla? Para vires cá tinhas que ter algum recado.

A voz de Terry traze-nos de volta à realidade e Chris afasta-se de mim e vai fazer umas festas a Kouki que esperava que Terry lança-se o pau que tinha na mão. Eu ainda estava abalada com aquele curto momento. Levei a mão à testa sentindo a cabeça quente. Fingi que ajeitava o cabelo ao ver a cara de preocupado de Terry.

- Era mais para o Christopher. - Ele aproxima-se outra vez. - A Yuna pergunto por ti. Não te via desde que disseste que vinhas ver do Terry.

- Só podia. Ela vai-me obrigar a falar sobre a minha viagem e deve apresentar-me algumas pessoas que com certeza já falei na festa. - Ele suspira desanimado.

- E ela tem toda a razão para o fazer. - Ele olha para mim com cara de caso. - Segundo o que ela me disse, tu nunca disseste nada durante a tua "pequena" viagem. - Fiz enfase no pequena. - Sendo tua irmã e mais velha que tu, ela merece saber onde e o que esteve a fazer o seu irmãozinho mais novo. - Sorrio.

- E tu sabes isso tudo como? Ela não é propriamente uma pessoa que diz toda a sua vida privada aos seus empregados.

- Olha, perguntei como é obvio. O que sei foi tudo o que ela me transmitiu. - O riso dele foi uma reação estranha para mim.

- Então tu querias sabes de mim, é? - Coro de leve ao aperceber-me da armadilha tarde demais.

- Aí é que estás enganado. Sendo a tua criada pessoal, o meu dever era saber sobre o meu mestre. Já que ele nem sequer tomou iniciativa de me avisar que ia embora, tive que perguntar quando ele chegava à sua irmã, como uma criança. - Apesar de estar irritado, ele mantinha o sorriso convencido no lábio. - Engraçado, nem assim soube o dia que tu chegavas. E a tua irmã também pareceu saber apenas em cima da hora. Tem graça não tem? - Ele dá uma leve gargalhada mantendo o sorriso no fim.

- Layla, Layla, Layla. Pobre e inocente Layla. A minha irmã não é assim tão santa. Eu falei com ela todos os meses e até uma vez por semana. Eu apenas fazia questão de ligar quando tu não estivesses em casa. Como tu disseste, és a minha criada pessoal. Sei o teu horário completo e todas as tarefas que tens de realizar.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora