- Aqui deve estar bom. - Ele larga a minha mão.
- E "aqui" é mesmo onde?
- Uma espécie de arrecadação. Costumam guardar a mobília neste quarto.
Olhei em volta e realmente via apenas móveis, mesas, várias cadeiras e algumas peças de balcão. Pego numa cadeira e certifico-me que está limpa antes de me sentar. Tiro a máscara e pouso-a ao meu lado.
- E como sabias deste lugar? Tens a certeza que não vem aqui ninguém?
- Alguns eventos que fui foram neste estabelecimento. Acabei por saber algumas das zonas do espaço como o horário e organização geral dos eventos. Este género de quarto não costuma ser usado com muita frequência, muito menos durante um evento.
- E porquê aqui? Podíamos ter ido lá para fora. Escusávamos estar aqui fechados.
- Aqui tenho a certeza que posso conversar contigo sem sermos interrompidos.
Ele tira a sua máscara e ajeita o cabelo com um simples movimento, mas tão sexy. Claro que me irritei por achá-lo sexy num momento destes.
- Ainda pensei que quisesses humilhar-me ou mostrar o teu controlo sobre mim em público. - Ele olhou sério para mim.
- Queres já começar a lançar bocas? - Baixo a cabeça. Sei reconhecer quando estou no lado errado. Ás vezes...
Ficámos em silencio por uns longos minutos. Durante estes dias todos, consegui manter-me afastada dele e não ser afetada por ele. Mas agora, tão perto dele, sozinhos numa sala pouco iluminada... É escusado fazer um desenho para explicar o porquê de eu estar nervosa.
- Então... Onde é que íamos?
- A discutir sobre a tua proximidade com o Salim. Queres dizer alguma coisa?
- Estava à espera que pudéssemos falar com mais calma, mas tudo bem... - Suspiro. - Tu é que nos juntaste. Não reclames tanto.
- Só te levei a um pequeno almoço a que fui convidado. Não só estava lá a Daphne, uma boa amiga tua, como ela também me pediu para te levar.
- Então estás a dizer que a culpa é da Daphne?
- Sabes bem que não era isso que eu estava a dizer.
- No entanto, duvido que eu e o Salim nos tivéssemos conhecido se não fosses tu a levar-me ao encontro dele.
- Sim, admito que parte da culpa é minha de vos ter colocado na mesma sala. Mas pela mesma forma que a Daphne não tem culpa, eu não tenho culpa de vocês terem ficado próximos.
- Explica-te se faz favor.
- Eu podia ter recusado levar-te. Ela apenas falou que podia trazer-te como convidada. Não foi como se ela te tivesse convidado e que tivesses o compromisso de lá estar. Assim sendo, não fui eu que vos juntei. Apenas te levei para uma reunião e tu é que aceitaste falar com ele.
- Então a culpa é minha por ter conhecido um homem, ter falado e passado algum tempo com ele?
- Sim. - Cruzei os braços.
- Essa é boa. Agora tenho culpa de socializar. - Rio de leve. - Tenho que pedir-te autorização para conversar com outras pessoas, é?
- Por que estás tão dedicada a traduzir mal as minhas palavras? Não era isso que eu... - Interrompo-o.
- Ao admitires que tenho culpa de falar com alguém, é basicamente não aceitares o que eu fiz. Resumindo, precisava da tua autorização para conversar com alguém.
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Criada de um Milionário
RomanceLayla Collins era uma simples jovem alegre com a sua vida. Mas um dia esta alegria é-lhe retirada das suas mãos inocentes e recebe mágoa e dor em troca. Desde então a vida só tem piorado pouco a pouco. A inocente Layla tinha desaparecido e uma nova...