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Umas semanas passaram, e nada mudou. Estávamos no fim do mês de Agosto e não fui uma única vez à praia. Hoje era dia de trabalho e nos próximos dias também vejo um dia de relaxe algo bem longe. Claro que não previa que quando pensava que hoje seria mais um dia normal, estava completamente errada.

- Layla, os pratos estão prontos.

- Vou já! - Vou ao balcão, pego nos pratos e ponho-os no tabuleiro. - Obrigada TJ. - Sorrio e vou para a mesa. - Aqui têm. Duas chávenas de café, duas de leite morno, dois pratos de panquecas com mel, um com chocolate e outra com morangos.

- Obrigada. - A menina de 4 anos tinha um sorriso tão inocente.

- Tão fofa! - Faço uma leve festa na sua cabeça. - De nada querida.

- Layla. - Fui ter com a Kate que estava no balcão. - Vai atender aquela senhora de chapéu na explana, se faz favor.

- Na explana? Mas essa é a tua zona, Kate.

- Querida, por alguma razão eu estou a dizer para tu ires. Ela chamou por ti.

Olhei de novo para a mulher sentada na explanada. Ela era diferente da clientela normal, obviamente. O chapéu já atraía atenções, mas a combinação do chapéu com o vestido curto de verão e o cabelo loiro comprido eram demais para não repararem nela.

Atendi mais uns clientes rapidamente e fui para a explana. Quanto mais me aproximava dela, mais fica surpreendida com a aura que ela dava. Não era preciso olhar para ela para saber que ela era linda.

- Bom dia, sou a Layla. O que deseja?

- Podias dizer a verdade ao meu irmão?

Foi a pergunta mais estranha que me fizeram, mas eu nem liguei muito. Reconheci logo a voz o que fez com que a pergunta deixasse de ser tão estranha assim.

- O que estás a fazer aqui, Yuna.

- Que maneiras são essas de falar com a tua amiga? - Ela tira o chapéu e ajeita o cabelo.

- Eras minha chefe. Eu limpava a tua casa.

- Tecnicamente é verdade, mas não exatamente. Lá por teres assinado aquele contrato parvo do meu irmão ainda mais parvo, não quer dizer que tenhas passado logo como minha criada pessoal. O contrato tinha a tua assinatura, mas não tinha a minha permissão. No fim de contas, tu continuaste a trabalhar diretamente para o meu irmão na ilusão que trabalhavas para mim.

- Isso foi demasiado complicado... - Ela começou a rir.

- Senta-te. Quero falar melhor contigo.

- Yuna, eu estou a trabalhar. Não posso relaxar aqui contigo.

- Porque não? Tira a tua folga agora. Também, não vais ficar por aqui assim tanto tempo. - O sorriso inocente dela não me enganava, mas eu sentei-me na mesma.

- Não te enganes, Yuna. Eu não vou simplesmente voltar assim sem mais nem menos. Nem que o Christopher suplique.

- Olha isso era algo giro de se ver. Adiante... Se pensas que eu vim aqui a pedido do meu irmão para que tu voltasses ou algo do género, lamento dizer, mas estás errada. Infelizmente...

- Então porque estás aqui? Duvido que seja para dizer olá e beber café.

- Na realidade queria convidar-te para uma festa. - Ela sorria de canto a canto da boca, mas eu não caía assim tão facilmente.

- Que festa? A desculpa de ser tua criada já não funcionada.

- Bom eu era para te ligar. Mas como não atendeste as minhas chamadas anteriores e, mesmo depois de eu ter pedido ao teu irmão, não teres aparecido, pensei em vir pessoalmente.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora