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Depois do Natal, os dias passaram mais rápido do que esperava. Quando reparei, era um novo ano e já estava de volta ao trabalho. Peter deixou-me no portão, como de costume, e partiu apenas depois de eu fechar a porta. Rachel já me esperava com um sorriso no rosto no outro lado.

- Bom ano, Layla. - Trocamos cumprimentos e sigo-a até à sala. - A Layla acabou de chegar, senhora Yuna.

- Bom dia e bom ano, Layla. - Yuna sorri e vem ter comigo. - Como foi o natal e a passagem de ano? Ouvi dizer que finalmente tens um telemóvel. Mostra lá. - Eu suspiro e tiro-o da mala sem grande alternativa.

- Esse é o novo modelo da marca! Como é que conseguiste comprá-lo? - Rachel estava chocada e entusiasmada para ver melhor o telemóvel.

- Compraram para mim como prenda de natal. - Rachel já estava noutra entretida a ver o telemóvel e as aplicações que lá tinha.

- O teu marido tem bom gosto. - Yuna comenta.

- Como é que chegaste a essa conclusão?

- Para oferecer uma prenda como estas tem que ser alguém próximo de ti e sabendo que os teus pais estão indisponíveis, só sobra o teu marido modelo. Enganei-me? - Engoli seco ao pensar na reação delas se eu disse-se que foi o Chris.

- Não. Foi ele que me ofereceu. A desculpa dele foi que estava farto de me chatear para arranjar um telemóvel. Ele sabia que não ia comprar um, por isso ele tratou disso. - Yuna ri de leve.

- Oh meu Deus! - Rachel dá um leve grito. - Vocês são tão fofos! - Yuna e eu fomos ver do que ela estava a falar. Coro dos pés à cabeça ao ver várias fotografias a serem passadas. - A Jane ia odiar isto.

- Concordo que tem muito amor nas imagens, mas algumas têm a mais. - Referiu-se a algumas imagens um pouco mais pessoais. - Toma cuidado com as fotografias que tiras, Layla.

Eu tiro o telemóvel das mãos da Rachel e elas começam a rir ao ver a minha cara encarnada. Em minha defesa, foi o Peter que tirou maioria para meu desagrado. Ele ficou com a mania de tirar fotografias embaraçosas de mim. Como ele colocou código nelas, não consigo eliminá-las.

Depois de guardar o telemóvel e de Rachel acalmar-se, Yuna dá-nos umas tarefas normais. Rachel foi para o quarto de Yuna e eu para o de Christopher. Ao subir as escadas já sentia o meu coração a querer fugir. Já lá vão dias suficientes para a falta das sensações causar estes meus sentimentos estranhos de hesitação. Penso duas vezes em abrir a porta o que me surpreende. Decido-me em abri-la e ignorar os ânimos a crescerem mas acabo por me assustar quando alguém a abre.

- Layla. - Daphne sorri. - Bom dia. Vens arrumar o quarto?

Aquela imagem irritava-me mais do que Chris. Vê-la tão alegre pela manhã com apenas uma camisa de Chris vestida com um olhar de alguém que acordou à pouco mexia com os meus sentimentos. Isso é algo que não entendo no entanto. Eu não tenho nada contra ela, pelo contrário, ela parece ser boa pessoa. Mas há algo nela que, simplesmente, me faz odiá-la.

- Bom dia, senhora Daphne. A senhora Yuna pediu-me para vir tratar do quarto do seu irmão e ver se conseguia acordá-lo. Mas estou a ver que estão ocupados. Eu logo volto. - Virei-me mas sou agarrada pelo braço.

- Que história é essa? Eu acordei mesmo agora e ele ainda está a dormir. Trata do que a Yuna te pediu que eu aproveito e vou tomar um duche. - Ela sorriu inocente e saiu alegre para a casa de banho.

- Que alegria logo de manhã. - Suspiro estranhamente desanimada.

Entro no quarto e fecho a porta. Olho em volta e suspiro ao ver como um simples quarto podia exigir tanto trabalho em apenas umas semanas. Começo a pegar a roupa caída no chão e a por num cesto. Com cada peça de roupa que eu apanhava ficava mais desconfortável com a situação. A gota de água foi um par de cuecas fio dental. Respiro fundo antes de levar o cesto para a lavandaria. A próxima tarefa foi limpar o pó que demorou ainda alguns minutos. Por fim, a pior de todas, acordar a peste.

- Mestre... - Chamo-o algumas vezes mas nada e começo a agitá-lo de leve. Oiço um murmuro leve. - A Yuna ordenou que acordasses e fosses tomar o pequeno almoço com ela. - Espero por uma resposta mas nem um som sequer. - Chris!

Sou surpreendida ao ser puxada para a cama. Foi tudo muito rápido e apenas me apercebo da situação quando vejo o sorriso de Chris à minha frente. Observo-o rápido e coro ao ver o tronco nu dele. Esqueci-me que ele dorme apenas de boxers ou nu para me irritar. Ele também levou o seu tempo a observar-me. Ele sorri inocente, no entanto, ainda em cima de mim.

- Bom dia, Layla. O que fazes aqui tão cedo?

- Bom dia... - Já estava amuada. - Primeiro, eu tenho um trabalho a tratar e parte dele era acordar um certo preguiçoso. Segundo, o Peter tinha trabalho cedo por isso deixou-me cá mais cedo. - Ele fica sério por uns instante até se aproximar de mim.

- Resumindo, querias ficar comigo mais tempo. - Ele começa a beijar o meu pescoço carinhosamente.

- Não é nada disso! - Tento-o afastar com as mãos, mas ele agarra-as e põe-nas coladas às minhas pernas.

- Eu sei que tinhas saudades. O teu rosto diz tudo. - Eu não tinha noção, mas além de estar um pouco corada, Chris conseguia perceber algo na minha expressão.

Enquanto ele continuava a espalhar beijos no meu pescoço, as suas mãos iam fazendo pequenos passeios de ida e volta pelos meus braços fazendo uma espécie de massagem que relaxou-me. Rapidamente perdi-me em prazeres e deixei de lutar o pouco que tentava. Chris aproveitou-se e começou a baixar os beijos pelos meus braços. Ao chegar à minha mão, saltou para a barriga que já estava descoberta quando ele levantou a saia e ajeitou o uniforme para seu proveito.

Continuou a descer até parar no tecido das cuecas. Ele passou os dedos de leve pelo tecido e parou por uns instantes. Nesses pequenos instantes de hesitação, eu consigo evitar algo mau e empurro-o de leve. Ele então volta para cima e agarra a minha cara com alguma força. Assustei-me ao ver o seu olhar sério e um certo irritado. Ao ver a minha expressão de medo, ele acalma-se e faz pequenas caricias no meu rosto enquanto descansava a cabeça sobre o meu peito.

- Desculpa. - Ele murmura baixo. - Sei que disse que ia evitar criar este género de momentos mas... - Ele aperta de leve o meu braço. - Tive saud... - Antes que ele acabasse a frase, ouvimos a porta a abrir.

- Já estás de pé, Chris? - Daphne para logo e observa a situação surpreendida. - Que estás a fazer com a criada, Christopher? - Ela pergunta num tom claramente irritado. Já ele levanta-se a rir.

- Meu engano. - Ele continua a rir já em pé. - Como ela acordou-me tão cedo, pensei que eras tu. Sem verificar, acabei por me atirar a ela. - Daphne suspira ainda irritada.

- Não é razão suficiente. Nem sequer devias fazer isso!

Num movimento rápido, Chris agarra-a e aperta-a num abraço enquanto a outra mão ajeitava o cabelo em volta da sua cara. Corada e surpreendida com o ato, ela não reagiu. Chris então beija-a profundamente e é respondido de volta pouco depois. Escuso dizer o efeito que aquilo me causou. Levantei-me e ajeitei a roupa.

- O meu trabalho aqui terminou. Vou-me embora, então. - Saio e fecho a porta rapidamente. Encosto-me à porta e respiro fundo. - Eles nem sequer pararam... - Suspiro ao conseguir ainda vê-los aos dois colados na minha cabeça.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora