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Os dias passaram e nunca mais voltei a ver Salim desde então. Nunca mais fui à piscina ou ao bar sozinha. Nos primeiros dias, eu praticamente não saia do quarto se isso implicava estar sozinha. Aquele beijo sedutor foi demasiado para mim. Não sabia porquê, mas fiquei com a ideia que trai Chris presa na cabeça.

Passaram duas semanas e podia até dizer que Salim já não estava mais no barco já que nunca mais o vi, felizmente... Christopher continuava a sua vida. Umas vezes saia já com coisas planeadas, outras saiamos os dois. Foi doloroso ver o sorriso ignorante de Chris. Felizmente, isso passou e tudo tinha voltado ao normal.

- Comida japonesa. - Levanto os óculos de sol e olho para ele.

- Comida japonesa?

- É bastante diferente do habitual. Já experimentaste sequer para estares a fazer essas caras? - Ele ria com as caretas que fazia.

- Não são eles que comem peixe cru? - Bastava pensar nisso para sentir os vómitos.

- Alguns pratos têm peixe cru, mas não é como se fosse uma regra. Anda lá! Ainda não fomos a este restaurante.

- Por alguma razão, não achas? - Ele pousa o livro na mesa ao seu lado e vira-se para mim.

- Virámos muito chiques, não achas, Layla?

- Em minha defesa, eu apenas te sigo. Não é como se eu tivesse escolhido irmos almoçar e jantar fora praticamente todos os dias. - Voltei a relaxar na espreguiçadeira.

- Eu não vejo muitos problemas nisso. Vais-me dizer que não gostaste? - Não lhe respondo ignorando até a sua pergunta. - Bem me pareceu.

- Podíamos sempre pedir serviço de quartos.

Oiço-o a levantar e vejo-o depois à minha frente. Ele tira os meus óculos com cuidado e pousa-os na mesa ao meu lado juntamente com o meu chapéu. Ele aproxima-se do meu rosto e beija a minha testa.

- Temos que aproveitar a nossa estadia, Layla. - Ele sorri.

Ele senta-se na minha espreguiçadeira e começa a acariciar a minha cara. Com um leve sorriso, ele beija o meu pescoço vezes sem conta. A mão dele descia pelo meu pescoço, do ombro ao braço até à minha mão. Ele agarra nela e beija-a com delicadeza. Poucos minutos depois, esperávamos na fila do restaurante japonês.

Com o passar dos dias, Chris ficou mais colado e mais romântico comigo não sem bem porquê. O maior mistério é o efeito que os beijos, os leves toques dele, me causam. Eu já estou bastante habituada a esta faceta dele, mas nunca tive uma reação tão forte. Agora, basta ele passear com a mão pelo meu corpo, assoprar ao meu ouvido, beijar o meu pescoço, que me ganha por completo. Tenho que resolver isto com emergência.

Depois do almoço, nós os dois voltamos para o quarto. Juntos, vimos o tempo a passar, ou a ler um livro ou a conversar. Com o céu já estrelado, Chris fez-me um pedido. Era um pedido estranho, mas ele meio que me obrigou a aceitar.

Meia hora depois, acabado de tomar um duche, encontro Daphne no quarto e o Chris já tinha desaparecido. Ela sorria com um vestido comprido na mão, o primeiro vestido que Chris comprou para mim com a minha primeira mesada.

- Daphne, podes dizer-me qual é a conversa dele? Obviamente que estás metida nisto. - Olhei para o vestido pousado na cama.

- Apenas tens que vestir este vestido. Eu depois guio-te até ao teu destino. - O riso dela era demasiado alegre para não suspeitar dos seus atos.

- Continuo a achar isto estranho. - Ela ri.

- Só te digo isto: vais finalmente perceber como é que os olhos que te seguem te veem. - Franzi o sobrolho.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora