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As horas foram passando e o dia já estava a chegar ao seu fim. Eu estava na conversa com Jane a falar sobre o costume: romance. Com ela é impossível a conversa não virar para aí. Estávamos a divertir na sala quando ouvimos a porta da entrada. Olhamos para lá e um leve sorriso aparece na minha cara quando vejo Chris a passar por ela.

Jane cutucou-me deixando-me ir ter com ele. Fui ter com ele, mas Daphne chegou primeiro. Ela saltou para cima dele e eu tive apenas tempo de esconder-me na parede da sala. A curiosidade era demasiado grande e fiquei a observar escondida.

- Bem vindo de volta, Chris. - Ela sorri e beijam-se o que deu-me vontade de ir embora além das voltas ao estômago.

- Chris. - Oiço a voz de Yuna ao fundo. Eles abraçam-se. - Como foi? Correu tudo bem?

- Não é nada de grande escala, não te alarmes. Eu conversei com o Enzo sobre o negócio e resolvemos as coisas.

- Enzo? Enzo Bellini? - Daphne perguntou. - Estás a fazer negócios com o homem da marca Bell's? Podias ter dito algo! Adoro as paletes de sombra da Bell's.

- Bell's é uma das marcas de cosmética mais vendida em Itália e tem andado a expandir-se rapidamente para vários pontos do mundo. Não é de espantar que conheças. - Yuna sorri ao remexer em algumas notas que tinha no telemóvel.

- Tratei de estabelecer um contrato com o dono da Bell's há uns meses. Agora temos que aprofundar a nossa ligação e tornar o contrato mais forte.

Se não me falha a memória, Enzo Bellini é o homem de cabelo grisalho que apareceu cá nos meus primeiros dias de trabalho. Lembro-me da expressão carregada dele, do riso meio maléfico e da grande presença que ele tinha sendo acompanhado por vários empregados. Não tinha a mínima ideia que ele podia ser assim tão importante.

- E então? Quantas semanas desta vez? - Daphne olhou surpreendida com a pergunta de Yuna.

- Não sei o tempo certo, mas por volta de cinco. - Chris diz a sorrir chocando Daphne.

- Cinco semanas em Itália? Quando é que vais embora?

- Daqui a uma hora. Vou no jato por isso espero que não precises dele, mana. - Ela sorri e abana a cabeça. - Bom sabe-lo. Já sabes como são as coisas. Eu mantenho contacto, mana. - Eles abraçam-se e ela beija-o na cara.

- Vai com cuidado. E não te deixes levar pelos encantos das italianas. - Chris ri e leva Daphne até ao seu quarto para conversarem melhor.

- Não posso acreditar que ele vai outra vez numa viagem. - Comento.

- Não fiques tão espantada. - Assusto-me com o comentário de Jane ao aperceber-me que disse aquilo em voz alta. - Com o senhor Chris é sempre assim. Ele é muito ocupado e é bastante costume partir nestas viagens longas. O que também é costume é ele trazer histórias de casos com várias mulheres. - Ela suspira e levanta-se. - Mas quando reparares, ele está de volta. - Ela sorri e sussurra ao meu ouvido. - Tenta aguentar o teu coração, sim? - E foge a rir.

- Jane... Que irritante.

Uns minutos depois, oiço Chris a chamar-me. A caminho do quarto dele, vou de encontro com Daphne. Ela lançou-me um olhar que me fez parecer a maior medricas do mundo. Bom saber que o ódio é mútuo. Entro no quarto dele e sinto o meu coração a alarmar-se ao ver umas malas no canto do quarto, prontas para por no carro e ir embora.

- Layla, preciso da tua ajuda. - Eu aproximo-me dele e ele separa duas camisas. - Qual é melhor? Sexy encarnada ou elegante azul? - Suspiro.

- Elegante azul. - Ele pega na mesma e coloca-a na mala e fecha-a.

- A tua ajuda foi essencial. - Ele sorri.

Espero por uma próxima ordem ou qualquer coisa, mas sem nenhuma resposta, eu despeço-me e vou-me embora. Esse era o plano mas sou impedida à porta do quarto. Chris agarra-me pelo braço e encosta-me contra a porta. O sorriso cheio de malicia dele era mais familiar que aquele falso. Ele beijou o meu pescoço e rapidamente fez-me largar suspiros.

- Não estavas mesmo à espera de ir embora sem uma despedida, não é?

Sinto as mãos dele a tirarem o meu uniforme com toda a facilidade descendo-o lentamente enquanto passavam pela minha cintura e pernas. Com o uniforme no chão, ele começa a descer os beijos lentamente parando no meu peito. Ele brinca com o tecido do sutiã distribuindo vários beijos pela zona. Com algumas marcas deixadas para trás, ele volta a descer pela minha barriga. Quanto mais descia, menos conseguia ficar relaxada e mais louca ficava por ele. Isso, principalmente, irritava-me bastante.

Começo a sentir as tiras da cueca a cederem e as mãos de Chris determinadas a avançar. Naquele ponto, eu não queria outra coisa além dele. O meu ódio não existia naquele momento, apenas desejo e paixão. Sentia o meu rosto quente e qualquer sitio que ele tocava queimava intensamente. Começava a sentir as forças a cederem juntamente com a pouca resistência que tinha. Sabia que se aquilo avança-se, era provável que eu mesma o atacasse.

Olhei para baixo praticamente sem consciência do que estava a acontecer. Foi então que vi o olhar dele. Enquanto olhava para o tecido das cuecas a descer lentamente como ele comandava, o seu olhar transmitia-me apenas uma coisa: diversão. Aquilo foi como um balde de água contra a minha cara. Eu pouso uma mão sobre o ombro dele chamando-o à atenção. Afasto-o de mim e começo a ajeitar a minha roupa vestindo o uniforme outra vez.

- O que estás a fazer? Hei. Layla! - Ele agarra no meu braço com força e com um olhar já irritado. - O que pensas que estás a fazer...?

- Deve ser novidade para ti, mestre. Eu não sou como as outras mulheres que aparecem nuas no teu quarto. Também não sou como aquelas que seduzes e facilmente te dão o corpo delas. E também não sou daquelas que podes controlar à tua vontade quando queres, onde queres, como queres. Eu sou Layla Collins, tua criada e apenas isso.

Vesti o resto do uniforme rapidamente e sai do quarto sem dizer mais nada. Respirei fundo e fui-me embora à procura de Jane. A cara de surpresa de Chris foi muito boa. Contudo, a única expressão que não conseguia esquecer era a de diversão que ele tinha enquanto olhava para o meu corpo semi-nu, como se eu fosse mais uma da sua lista.

Enquanto me afastava, Chris ficava ainda surpreendido com o meu ato. Quando finalmente se expressou, de punho fechado, dá um soco no chão. Aquela era uma cara que muitos poucos na vida de Chris viram: a cara de fúria de Christopher. Um conselho, se a virem, fujam.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora