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Abri os olhos e, para meu espanto conseguia ver. Olhei em minha volta e fiquei um pouco aliviada ao ver que estava de novo no quarto. Perdi o sorriso logo a seguir ao lembrar-me do que aconteceu. Cobri a minha cara com o meu braço e tentei esquecer de tudo. Ouvi um suspiro ao meu lado. Espreitei pelo canto do olho e assusto-me ao ver Chris ao meu lado. Levanto-me e recuo um pouco sentindo a cara quente da memória na minha cabeça.

- Estás bem? Quando acabei os trabalhos, fui à tua procura e encontrei-te aqui. Parecia que estavas a ter um pesadelo. - Estranhei o que ele dizia. Corei dos pés à cabeça ao ver a grande possibilidade de aquilo ter sido...

- Um sonho...?

- Estavas quente e a respirar muito rápido por isso fui buscar uma toalha. - Olhei para as minhas pernas onde estava a toalha ainda molhada sobre o lençol. - Se estavas a sentir-te mal dizias algo. - Ele agarrou a toalha e voltou a molhá-la.

- Não pode ser. Não pode ser! - Encostei-me à parede atrás da cama. - É impossível eu ter sonhado com aquilo! É simplesmente impossível! 

Pensar que tudo o que sofri era apenas um sonho irritava-me mais por ter sonhado com aquilo do que ficava contente por não passar disso, de um sonho. Nunca pensei que um dia sonharia com uma coisa daquelas. O facto de ser um sonho explica bastantes questões como a amnésia de não saber como cheguei à sala. Apenas fica um mistério o por quê de eu ter sonhado com aquilo.

- Hey. - Virei-me para Chris e coro mais uma vez. - Era apenas um sonho. - Ele sorriu enquanto esfregava a toalha na minha cara. - Se querias ficar tão molhada podias ter-me chamado. - Ele pisca o olho.

Fecho os olhos, respiro fundo, agarro na toalha e atiro-a contra ele. Começo a rir ao ver a cara dele e o cabelo lambido sobre a sua testa. Ele ri e volta a pegar na toalha. Levanta-se e deixa umas peças de roupa no canto da cama.

- Veste isto. Não te preocupes que é roupa da Yuna. Ela não se importa que a uses. - Com a toalha e a taça com água na mão, ele vai para a porta do quarto.

- Chris... - Ele para e olha para mim. - Obrigada. - Sorrio e ele responde de leve.

- Não sei do que estás a falar. - E sai do quarto.

Pouco tempo depois, já estava calma e vestida. Olhei ao espelho e até que não estava mal. Uma simples camisola branca, umas calças de ganga azuis escuras e um casaco leve bege. Acho que gosto demasiado até. Ajeitei o cabelo e sai do quarto. Assustei-me ao ver Chris encostado à parede à frente da porta. Ele olha para mim de alto a baixo.

- Não estou surpreendido. - Ele aproxima-se de mim com um sorriso na cara.

- O que queres dizer com isso? - Ao passar por mim, sussurra ao meu ouvido.

- Que fica-te tão bem como esperava. - E beija o meu ouvido.

Coro de leve e passo com a mão no ouvido ao ouvir a porta a fechar. Imagens do sonho voltaram à minha cabeça. Agitei a cabeça como se com isso as imagens saltassem dela. Dou umas chapadas leves na cara para ver se parava de ver coisas desnecessárias. Abro a porta na esperança que Chris ajudasse-me a tirar estas imagens da minha cabeça, mas fiz ainda pior.

- Não conseguiste resistir foi? - Ele ri ainda agarrado às abas dos boxers e fecho logo a porta.

- Pior... Coisa... Que... Fiz...

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora