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Os primeiros dias foram estranhos, como era de esperar. Já me tinha habituado àquele ambiente, às conversas e fofocas, às tarefas e, o mais doloroso, à voz de Chris a chamar-me. Mas era por isso mesmo que eu tive que me afastar.

Os dias rapidamente passaram para semanas e estas em meses. Quando reparei, tudo estava de volta ao que era antes em poucos meses. Peter tinha voltado a aceitar mais trabalhos e quando ficava em casa passava maioria do tempo deitado no sofá.

A minha vida pouco mudou de como era antes. Voltei a procurar trabalho e felizmente encontrei um que não exige muito trabalho há umas semanas atrás.

- Pete! Anda lá. Não só vais chegar atrasado como vais fazer-me também chegar atrasada.

- Tem calma sim. - Ele veste a sua camisa e vamos para o carro.

- Porque é que tens sempre de demorar tanto tempo a vestir-te? Ou é isso ou é o cabelo.

- Primeiro, sou modelo. Segundo, já olhaste para mim? Este corpo lindo de deus tem certas condições para ficar em forma. Terceiro, gosto de te irritar. - Revirei os olhos e ele só conseguiu rir ainda mais.

- Limita-te a conduzir, sim?

- Hey, querida. Tu é que perguntaste. - Ele piscou o olho.

Com o passar dos dias, voltei a lembrar-me de como o Pete era convencido e atrevido. Com o Chris sempre na minha cabeça, tinha-me esquecido como ele era convencido e chato. Irritou-me bastante nos primeiros dias, mas facilmente me habituei. Agora é só frustração ligeira.

- Então, já pensaste no assunto?

- Que assunto? - Não estava muito interessada na conversa, para ser sincera.

- Lembraste de eu te dizer que a Yuna me ligou há uns dias, certo? - O pouco interesse que podia ter desceu consideravelmente. - Bom, ela avisou-me que o Christopher ia voltar da sua viagem hoje. A hora prevista era depois do almoço, por volta das quatro da tarde. Não queres passar por lá?

- Diz-me, e porque faria isso? Eu saí dali mesmo por causa dele, e tu sabes tão bem como a Yuna. Porque insistem em nos encontrarmos?! Isso não vai acontecer! - Viro-me para a janela e faço de tudo para ignorá-lo.

- Eu digo-lhe então...

Entretanto, umas horas depois, na mansão Morrison, Chris tinha acabado de chegar. Ele saiu do carro juntamente com Samantha que o seguia com uma pasta na mão.

- Olá, mana. - Ele sorriu ao ver Yuna do outro lado das portas.

- Bem-vindo de volta, Chris. - Os dois abraçam-se. Ela depois cumprimenta Samantha que ainda estava atrás dele. - Estou a ver que hoje também vieste Sam.

- Há quanto tempo, senhora Yuna.

- Há tempo suficiente para te esqueceres que odeio que me trates assim. Ao meu irmão podes chamar-lhe como quiseres. Comigo é Yuna apenas.

- Sam, vai para o meu escritório e prepara já as minhas coisas. Eu já lá vou ter. Vou só falar com a minha irmã e já nos encontramos lá em cima. - Ela despede-se dos dois e sobe as escadas até ao escritório.

- Então, como foi a viagem.

- Cansativa. Queria ficar fora o mínimo de tempo possível, mas até excedi a minha espectativa de tempo máximo. Três malditos meses.

- Não preferes descansar antes de retomares os trabalhos? Com certeza que a Sam consegue adiantar algumas coisas sem a tua supervisão.

- Sim, ela é bem capaz. É por isso mesmo que ela ainda é minha secretária. Mas queria despachar o mais rápido possível. Adiante, o que perdi? Não liguei praticamente vez nenhuma, peço desculpa.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora