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Na manhã seguinte acordo com uma grande dor de cabeça. Olho para a mesinha de cabeceira e irrito-me ao ver o alarme do telemóvel a tocar. Desligo-o e levanto-me. Arrependo-me no instante ao sentir a minha cabeça a reclamar.

- O que é que eu andei a fazer ontem? - Tentei lembrar-me mas a memória estava a falhar. Olho para o lado e coro ao ver as costas despidas de Chris. - Esqueci-me que íamos dormir juntos... - Suspiro.

Eram cinco da manhã e o céu ainda estava escuro. A última coisa de que me lembrava era de beber uns shots com a Alexa e o Damian. O que aconteceu depois não podia ser mais misterioso. Tinha apenas uma vaga sensação de calor. Devo ter caído já que é a única explicação que me surge ao corpo dorido.

Com alguma dificuldade, cheguei ao sofá e sentei-me. Peguei nos livros em cima da mesa e comecei a ler. Entre as revistas, havia livros informativos sobre a linha de cruzeiros Benson, sobre o cruzeiro onde navegávamos com mapas e horários dos serviços prestados, entre outros.

Aquela pequena coleção de livros conseguiu entreter-me durante algum tempo. Para alguém de ressaca com dores no corpo sem uma pinga de sono, o melhor era entreter-me com algo. Ler sobre o cruzeiro e o império de Daphne não só era o que eu queria saber como faz passar o tempo.

Algumas horas depois, o sol já era refletido pela água do mar. Eu acabei de ler os livros cedo demais, então comecei a ver um pouco de televisão com o volume no mínimo. Chris acordou pouco depois, mas eu estava distraída a falar ao telemóvel para me aperceber de que ele estava atrás de mim.

- Que sorte a tua. Tirar uma fotografia com uma modelo hum? Pediste o número dela ou nem foi preciso? - Tentei conter o riso que aquela imagem me dava.

- "Que engraçadinha. Sabes bem que as mulheres é que não me largam. Eu digo que já tenho uma na minha vida, mas sou um partido demasiado bom para desistirem tão facilmente." - Rio baixo

- Sei bem. Mas se a nossa relação atrapalha o teu trabalho, podemos sempre nos separar. Tu ficas com a casa que eu consigo arranjar um quarto no meu trabalho.

Chris que escutava a conversa apenas do meu lado ficou interessado no assunto. Pousou as mãos nas costas do sofá e inclinou-se tentando ouvir melhor. Quando começo a rir, desiludido, ele afasta-se voltando ao normal.

- Sim também te amo. Eu ligo-te amanhã, sim?

- "Vou ficar à espera. Mas para a próxima não me ligues tão cedo. Obrigas-me a levantar cedo demais." - Reclamava.

- A sério? Não era a minha intenção. - Disse num tom obviamente sarcástico. - Adeus então.

- "Espera, Lay. Ele... Ele não te fez nada, fez?" - Suspiro aborrecida por ter previsto tal pergunta.

- O Chris apenas me mostrou zonas lindas para ver a paisagem. Ele não é daqueles que se aproveitam de uma mulher indefesa. - Os sentimentos de culpa e memórias da manhã anterior cravaram uns punhais no peito de Chris.

- Chris... Já o tratas pelo nome." - Coro ao aperceber-me disso. - "Bom, tenho que ir tomar banho e estou a morrer de fome. Fico à espera da tua chamada."

- Sim... Adeus.

Despedimo-nos rapidamente e a chamada termina com tensão deixada por esclarecer. O comentário dele ecoava na minha cabeça e não conseguia deixar de me sentir mal.

- O teu marido? - Assusto-me quando oiço a voz dele atrás de mim perto do meu ouvido.

- C... Chris? - Volto-me para trás e vejo-o, em silêncio, a olhar para mim. - B... Bom dia. Dormiste bem?

- Que raio de pergunta é essa? - Viro-me de novo para a frente e desligo a televisão. Coro bastante ao sentir o bafo quente dele contra o meu pescoço. - Contigo ao meu lado, é impossível ter um pesadelo. - Ele beija o meu pescoço.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora