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~~ Christopher ~~

- Layla!

Ver o corpo dela a perder as forças e a cair foi um terror para mim. A minha reação foi agarrá-la e consegui segurá-la nos meus braços. Coloco-me de joelhos e encosto-a ao meu ombro. Não conseguia parar de sentir-me culpado por isto tudo. Peguei no telemóvel e liguei para a Daphne.

- Chris, não devias estar no teu jantar romântico? - Ela parecia querer mais brincar com a situação, mas eu não estava para essas coisas.

- Daphne, é uma emergência. Preciso que chames um helicóptero. Tenho que levar a Layla para o hospital.

Ela desliga a chamada logo a seguir. Em meros instantes, a porta abre-se e Daphne sai a correr ter connosco. A cara de aterrorizada ao ver Layla nos meus braços, inconsciente... foi a primeira vez que a vi naquele estado.

- O que aconteceu...? - Ela estava tão assustada que não sabia bem o que fazer.

- Ela desmaiou. Não sei se foi mal disposição, stress, ou... - Ela olha para mim a começar a criar as suas suspeitas.

- Tens que me dizer exatamente o que aconteceu, Chris. - Ela fez sinal ao paramédico que tinha acabado de chegar. - Ela está inconsciente. Ao que parece desmaiou. - Ela fica a olhar para mim como se esperasse que eu continuasse a história.

- Estávamos a conversar, quando ela desmaiou de repente.

O paramédico pousa a sua mala e afasta-a dos meus braços. Pousa-a no chão e verifica a pulsação dela. Depois a temperatura e a reação dos olhos.

- Está confirmado que ela está inconsciente. Você estava presente. - Confirmo. - O que aconteceu?

- Como disse, estávamos a conversar. Apenas isso.

- Não aconteceu mais nada? Nenhum choque? Ela não se queixou de dores de cabeça ou outra dor? - Neguei. - E esta conversa, pode ter sido stressante para ela? Discutiram de alguma forma?

Eu sabia bem qual era a razão. Depois de rever tudo, eram óbvios os sinais. Ela obviamente não se sentiu confortável com a conversa e, no fim, o choque foi demais para ela. Afinal, foi logo a seguir a eu ter confessado.

- E mais uma vez magoei-a... - Comecei a rir com a idiotice da situação, como um psicopata.

Podia perceber, pelo olhar de Daphne, que ela já tinha percebido o que aconteceu. Afinal, ela sempre conseguiu ler-me bem, em situações elevadas como esta.

- Carter, o que fazemos? Já ligaram a pedir um helicóptero de socorro, mas ainda falta algum tempo para eles chegarem.

- É simples. Inclinamos a cabeça dela, elevamos as pernas ligeiramente. - Ele aponta para mim e eu assumo que era o meu cargo tratar disso. - Coloque as pernas dela ao nível da sua anca. Isso chega. Agora, Daphne, tira qualquer peça que a possa apertar e dificultar a respiração.

Dificilmente me esquecerei daquela imagem. Depois de confessar, a pessoa quem eu amo desmaia à minha frente e agora, enquanto seguro nas pernas dela, vejo a minha ex a despi-la à frente de um estranho. A expressão inanimada de Layla era como uma faca a cravar no meu peito. Saia e entrava vezes sem conta.

- Deve chegar. - O paramédico comentou.

Apesar de ser para o bem dela, não conseguia parar de sentir raiva e dor ao ver o estado em que ela estava. Conseguia sentir as minhas mãos a apertarem cada vez mais as suas pernas.

- Chris. - Sinto a mão de Daphne sobre a minha. - Tem calma.

O sorriso dela era completamente contrário do medo que ela estava a sentir. Mas mesmo assim, ela foi capaz de virar-se para mim e sorrir. Não podia deixá-la vencer-me em coragem assim tão facilmente.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora