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Os dias passaram e ficava cada vez mais difícil para mim relaxar. Sem ter o Chris por perto, não havia ninguém que conseguisse acalmar o mini Chris. A minha única esperança era que ele estivesse de bom humor e me deixasse descansar. Eram poucas as vezes que conseguia. Yuna aconselhou-me a conversar mais com ele e, por vezes, isso parecia resultar. Não era tão eficaz como quando Chris fazia, mas servia.

- Se pensas que é difícil aturá-lo dentro de ti, nem queiras saber como é quando ele sai. - Ela ri e esfolha a revista que lia.

- Nunca pensei que fosse um trabalho fácil. Afinal, todos sabem os básicos.

- Sim, é verdade. Mas uma coisa é saberes. Outra é sentires à flor da pele. Mas não te preocupes que eu estou aqui para vos apoiar. Vai ser difícil habituares-te ao início, mas vais ver que rapidamente vais desejar que ele não crescesse tão rápido.

Como uma cena num filme, Terry passa por nós a correr pelo corredor subindo as escadas com uma pressa bizarra. Olhei para Yuna que sorria ao ver o filho alegre a fugir de Kouki.

- Eu digo isto por experiência própria. - Ela ri de leve e volta a ler a revista. - É verdade. Já falaste com o Christopher?

- Só mais à tarde quando é de manhã lá.

- Oh, pois é. Eu esqueço-me qual é o horário de atendimento já que deixei de ser a prioridade e consequentemente já não recebo telefonemas do meu próprio irmão.

- Desculpa?

- Estou só a brincar. Eu percebo bem quem teria a prioridade. - Ela olha para a minha barriga e sorri.

- Senhora Yuna, o almoço está pronto.

- Obrigada Hannah. Eu vou chamar o meu filho. Hannah, ajuda aqui a Layla a levantar-se.

- Com certeza, senhora. - Ela vem ter comigo e estica-me a mão ajudando-me a levantar.

- Hei. Eu não estou assim tão gorda!

- Layla, já te viste bem ao espelho? - Ela sobe as escadas a rir feita uma doida.

- Obrigada pela ajuda, Hannah.

- É o mínimo que posso fazer, Layla. - Ela sorri. - E não falta muito para chegar o dia, pois não?

- Segundo a data prevista pelo médico, é daqui a duas semanas. O Christopher volta daqui a três dias para certificar-se que está cá.

- Ainda bem que têm tudo planeado. Seria horrível teres agora o bebé quando faltavam apenas uns dias para ele voltar.

Pouco depois de ela ter dito isso, um choque percorreu o meu corpo. Sabia bem o que aquilo significava. Olhei para baixo e agarrei-me à barriga. Fiz força como se isso fosse fazer alguma diferença. Desesperada, olhei para Hannah que parou um pouco mais à minha frente. Quando olhou para trás ficou em choque e foi a correr à casa de banho procurar uma toalha gritando pela Yuna.

- O que se passa aqui?! - Yuna apareceu no cimo da escadaria e viu-me agarrada à barriga com uma poça debaixo de mim. - Layla!

Tudo aconteceu muito rápido. Hannah apareceu com umas toalhas e as duas ajudaram-me a limpar. Terry ficou a observar do cimo das escadas. Rachel foi ao quarto procurar o kit já preparado para este momento. Com tudo pronto e arrumado, Yuna e a Rachel guiam-me até ao carro onde Hannah esperava-nos já ao volante. Terry ficou à frente com Hannah enquanto eu ia atrás com Yuna e Rachel ao meu lado aos berros umas com as outras.

- Terry já ligaste ao teu tio?

- Ele não atende. Já tentei umas cinco vezes.

- Ainda é de noite lá. Ele deve estar a dormir. - Encolhi-me com mais uma contração.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora