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Oiço a porta a fechar e de seguida o trinco. Não sei se a sua intenção era fechar-me ali dentro ou impedir que alguém entrasse. Não pensei muito no assunto no entanto. A minha mente ficou um pouco centrada de mais no corpo despido do homem à minha frente. Por muito ódio que eu sentisse por ele, o seu corpo continuava a atrair-me como um íman. Não valia a pena esforçar-me para não ter os meus olhos controlados; a força era demasiado grande para superar. A única hipótese é nem sequer fazer contacto com ele. Se o fizer, já está tudo perdido. 

Após uns segundos de hipnose, consegui recuperar o controlo dos meus olhos e desviei o olhar para evitar ficar mais tempo controlada. Olhei para os lados em busca de algo para passar o tempo, mas não vi nada. A minha única hipótese era ficar em pé mas, para não ficar a olhar para ele, baixei a cabeça em sinal de submissão que apenas tinha objetivo impedir-me de ser controlada de novo. Fiquei assim durante algum tempo até escutar algo a ir para cima da cama.

- Estás aí parada por quê? - Sem remédio, levantei a cabeça e olhei para ele. Já estava apenas de calções e com o cabelo bagunçado. - Ahh... - Reclamou e estendeu-se na cama colocando uma mão sobre o seu rosto. - Estou farto destas reuniões... Demoram uma eternidade desnecessariamente e são super aborrecidas. 

Ouvir aquilo até deu vontade de rir, mas aprendi um pouco sobre ele e acho que não seria a melhor idea responder-lhe torto. Por isso mantive o riso bem dentro de mim e respirei fundo. Fui em direção ao balcão da janela e retirei a minha roupa sobre a cadeira e pousei-a no banco da janela. Peguei então na cadeira e coloquei-a junto à cama do lado mais próximo à janela. Sentei-me e ajeitei a roupa nas minhas pernas. Depois pousei as minhas mãos no meu colo e olhei para ele sem dizer nada. Apenas vejo-o a observar-me pelo canto do olho até que sorri e levanta-se e senta-se virado para mim.

- Sabes, és a primeira criada que eu tive saudades durante estas reuniões. - Ele sorriu para mim enquanto esfregava o cabelo.

Não sei qual era a sua ideia mas eu conheço bem aquele sorriso que ele mostrou. Afinal, aquele idiota que tenho lá em casa manda-o para todas as raparigas bonitas que passam por ele o que irrita-me bastante.

- Isso é suposto ser um elogio? - Digo com um certo desdém. Já não quero saber muito sobre o que ele vai fazer se eu responder-lhe torto.

- Oh. De volta às respostas, é?

Ele riu de leve e abaixou um pouco o tronco observando-me no mesmo nível que eu já que ele era mais alto, mesmo sentado.

- Mas respondendo à tua pergunta, sim devias. Não só foste a primeira como tive saudades tuas numa situação que não o deveria ter. - Estranhei a última parte. - Deves pensar que esta reunião de que falo foi como uma qualquer, no escritório ou numa sala de reuniões com uma grande mesa para várias pessoas. Pois, não é bem o caso. Sabes... - Senti as suas mãos sobre os meus ombros a acaricia-los. - Há uns rumores sobre mim. Que eu durmo com várias mulheres e que posso ser conquistado assim. - As suas mãos iam descendo lentamente pelos meus braços enquanto eu esforçava-me para não mostrar nenhuma reação. - Isto é tudo por culpa do meu pai e das suas brincadeiras. Bom eu realmente aproveitei a deixa mas quem não o faria, certo?

Aquela conversa estava a virar um completo nojo. Se não fosse o contrato e a distração das suas mãos já no meu colo, eu teria saído dali.

- Adiante, desta vez, eu almocei com eles num restaurante fino onde ficámos umas horas. Bebemos um café e depois fomos a um bar onde jogamos bilhar. O que eu não sabia era que eles tinham combinado com umas mulheres fazer uma espécie de festa lá, se é que me fiz entender. - Ele piscou o olho e eu já estava levemente corada ao imaginar tal "festa". Talvez fosse também da sensação das suas mãos sobre as minhas pernas. - Eles tinham intenções de ganhar a minha opinião com bebida, jogo e sexo. Os pobres coitados mal sabiam que eu já estava demasiado focado em sair dali desde o começo.

Criada de um MilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora