TRÊS ANOS DEPOIS
O meu vestido de madrinha é de um azul claro muito bonito. Ele é de seda e fica justo ao meu corpo, contornando-o. Aprendi, com muita dificuldade, a gostar do corpo que tenho. É óbvio que ainda sou dotada de inseguranças que nem sempre consigo ignorar. Com os estudos dos últimos anos e toda a terapia que passei por certamente precisar - além do apoio da minha família, meus amigos e, principalmente do Jack - tudo está dando certo.
Meus saltos brancos não são tão altos, pois vou beber e não quero cair varias vezes. Meu cabelo acima dos ombros está ondulado e há um vestígio sútil de maquiagem em meu rosto, mas por eu ter sido obrigada a usar... por mim mesma. Acho que, por ser uma data especial, cujas fotos estarão para sempre nas paredes de casa, é bom que eu não fique com essa cara de cansada que esboço por conta da faculdade.Ah, a faculdade.
Faz três anos que termine o infeliz colegial que, de bom, só me trouxe amigos, família e amor, mas, sinceramente, não obtenho muitas lembranças agradáveis daquela época, senão as de Anna. Também faz três anos que entrei na faculdade no curso de psicologia e irei terminar bem mais cedo, visto que obtenho um conhecimento vasto por trabalhar em psicologia com Milla desde que resolvi que este seria meu futuro... quando descobri que eu finalmente era boa em algo. Não tão cedo, para ser sincera. Só alguns meses.
Aliás, eu e Jack estamos bem. Na verdade, incrivelmente bem. Após Tom resolver se mostrar um pai pior que nós acreditávamos que ele era, meu pai contratou Jack por ele ser um ótimo negociador e tudo aconteceu bem. Jack não precisou mais de Tom e tentou não se lembrar dele afinal. Jack tinha boas notas, um bom empenho, boas cartas de recomendação de professores bajuladores... Todas essas coisas que contavam para tal cargo. Antes, era estagiário, mas agora já é contratado. Faz faculdade de economia na mesma universidade que eu.
Meu pai e Milla se mudaram para a casa dela e meu pai fez questão de deixar a casa para mim e Jack. As memórias de Anna assustam, porém estou lidando melhor que eu esperava. Quase todas as coisas de Anna foram para caixas, a não ser pelas roupas que doamos para a caridade. Deixar o quarto dela intacto seria preservar um museu, um mausoléu. Eu sei que isso seria exatamente o que ela iria querer que fizéssemos. Inicialmente, nós dois recusamos ficar com a casa. Estávamos vivendo bem no apartamento que alugamos no centro de Nova York, próximo à empresa do meu pai e ao novo consultório da Dra. Parker. Ele não era grande ou algo do tipo, mas além de ser ótimo e gostarmos, podíamos pagas. Contudo, eles insistiram nessa ideia para não vender a casa e todas as memórias, pois a casa de Milla também tinha muitas memórias e era numa vizinhança perfeita para criar o Henry. Sendo assim, fomos obrigados a aceitar. Tiramos grande parte dos móveis, transformamos meu quarto de pré-adolescente e deixamos tudo da maneira mais bonita e confortável possível. Bem do nosso jeito.
Nós dois estamos bem. Estamos tão bem... Ainda brigamos, mas não é tanto quanto costumava ser. Quase todos os dias, quando chegamos em casa, comemos besteiras, falamos sobre nossos dias, as vezes assistimos séries ou filmes, passamos o tempo nos beijando, lendo, trabalhando ou estudando, mas de qualquer forma, sempre terminamos a noite da mesma forma: Corpos nus suados, em qualquer canto da casa, ofegantes. Eu estaria mentindo se dissesse que não fizemos amor em cada pequeno canto desta casa. Parece que à cada segundo que se passa, o nosso amor se torna mais forte.Neste momento, eu e Jack estamos indo ao casamento do meu pai e da Milla. Felizmente, tudo deu certo. Fico infinitamente feliz pelo meu pai encontrar alguém melhor que a minha mãe, que nos abandonou. A Milla é uma mulher extraordinária que merece tudo de bom, assim como meu pai. Nada no mundo me deixa mais feliz que a felicidade deles.
Falando em casais, Julie e Bruce se casaram no ano passado. Foi muito legal, principalmente porque o evento saiu em todas as revistas, visto que Bruce se candidatou à presidência. Julie não saiu bem vista pelas revistas e jornais, mas ela não liga. Taxaram-na de todas as coisas ruins que a misoginia estadunidense seria capaz. Bruce será eleito, mas Julie jamais seria pela forma como sujaram a sua imagem, enquanto a de Bruce saiu intacta. Do jeito que ela é, não se importou nem um pouco. Ela nunca se importou com nada que falaram sore ela e é por isso a adoro.
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The Love Lessons | Livro III
Teen FictionO terceiro livro da série "The Lessons" traz à tona o amor depois de todos os trágicos ocorridos na vida de Jack e Emma. Já encarando a face da realidade adulta, ambos enfrentarão as resposabilidades de uma vida independente após todas confusões oco...