07 | Aniversário da Anna.

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CINCO MESES DEPOIS.


— Onde está o bolo? — Questiono, passando por meu pai, Henry e Angie que andam sobre o piso de madeira de um lado para o outro.
   
 — Jack está terminando. — Angelina diz, enquanto passo por ela a caminho da cozinha.
 
— Obrigada. — Sorrio.
 
Sigo meu caminho até a cozinha, passando por uma criança desconhecida que corre para sala. Anna está com Julie, já que a pedi para vesti-la enquanto eu terminava de arrumar a decoração e ver como Jack está se saindo com o bolo. Ele faz ótimos bolos, mas tem um serio problema em não acertar de primeira.

Hoje é o aniversário de um ano da Anna. Sim, um ano. Passou tão rápido que chega a ser assustador. É como se ela estivesse na minha barriga ontem, mas hoje está enorme.

— Jack? — Indago, adentrando à cozinha.

— Oi. — Ele diz, enquanto põe o segundo bolo sobre o recheio de chocolate com morangos cortados em fatias.

— Quantos bolos já queimou? — Rio de sua cara suja e caminho até ele. Fico na ponta do pé para lamber sua bochecha e ele vira seu rosto quando tirei o chocolate, beijando-me.

— Dois.— Ele diz enquanto eu me afasto e eu rio.

— Pensei que tivesse queimado mais. — Digo com um sorriso no rosto. Passo minha mão por seu braço sujo de farinha e me sento sobre o balcão, ao lado do bolo.

— Você está exausta. — Ele comenta, pegando o glacê azul em uma vasilha transparente. Anna ama azul.

— Um pouco. Passei a noite acordada com Anna chorando e tive quatro pacientes ontem. Eu já tive mais, mas esses foram pacientes mais pesados, sabe? Quando me deitei para dormir, era hora de acordar e arrumar tudo. Aí depois chamar o pessoal para ajudar e acordar Anna, arrumar sua roupa... eu havia esquecido de comprar morangos, então ainda fui obrigada a ir ao supermercado comprá-los. — Digo um pouco rápido enquanto artículo com as mãos no ar.

— Por que não me chamou? Poderia ter te ajudado. — Ele olha para mim enquanto joga glacê no bolo com a espátula.

— Você trabalhou duro essa semana com o avanço e o crescimento da empresa. Ficou até tarde no computador tentando pôr tudo em dia. Queria que você descansasse um pouco. — Balanço a cabeça, suspirando.

— É, mas você me fez companhia até eu dormir e me ajudou com aquela quantidade de números e a minha visão turva. Tirando que você estava perto de mim lendo, o que tirava totalmente a minha concentração. — Ele diz, fazendo-me sorrir. — Você quem deveria descansar. — Ele para de passar o glacê pelo bolo e olha para mim.
 
— Eu estou bem. Eu só queria te ajudar mais. Por mais que você não seja muito bom com números, resolveu grande parte sozinho. Eu só te dei um empurrãozinho. — Levo minha mão ao seu rosto gradativamente.
 
— Empurrãozinho? Você fez todos os relatórios em horas. Os contadores do seu pai demoram semanas. — Ele põe sua mão sobre a minha.
 
— É, e agora você está me ajudando fazendo o bolo. — Sorrio.
 
— O que seria de mim sem você? — Ele comenta, aproximando seu rosto do meu.
 
— Com certeza mais descansado. — Deito minha cabeça em seu ombro.
 
— Eu prefiro cansado, mas eu realmente não estou. — Ele me assegura, apertando minha mão. As suas se movem até a minha cintura e a apertam também.
 
— Nem eu. — Minto. Minha voz sai abafada por eu ter movido meu rosto para seu pescoço.
 
— Eu adoraria que dormisse essa noite, mas você está tão maravilhosa nessas calças jeans, essa blusa de botões e esse cabelo bagunçado, que seria impossível. — Ele diz com segundas intenções claras. Pela proximidade do meu ouvido ao seu coração, posso ouvi-lo bater aceleradamente.
 
— Eu uso isso todos os dias. — Deposito um beijo em seu pescoço.
 
— Só não fica mais bonita que quando usa aquelas saias apertadas até seus joelhos, seu cabelo preso para trás e óculos. — Jack diz, agora apertando minhas coxas com força. — Meu Deus, eu fico louco.
 
— Você não presta. — Rio, mordendo seu ombro.
  
— E é por isso que você me ama. — Ele sobe suas mãos até meu rosto, puxando-o para me fazer olhar para ele.
 
— Na verdade, eu te odeio. — Sorrio para ele, com nossos rostos bem próximos.
 
— Eu também te odeio. — Ele sorri, puxando meu rosto para o seu e selando nossos lábios.

Sua língua invade minha boca, causando-me arrepios como sempre causou. Nossas línguas dançam e ele me puxa mais para si, movendo-se para ficar entre as minhas pernas, que envolvi ao redor de sua cintura.
 
— Toda a nossa família está na sala. — Alerto-o parando o beijo, mas ele me puxa de volta e mesmo que eu queira, não consigo me afastar.
 
— Eu não ligo. — Ele diz na pausa para respirarmos.
 
— Terminem logo com esse bolo. — Ouço a voz de Milla atrás de nós, fazendo-me saltar do balcão para cima de Jack, que quase cai.
 
— Não estávamos fazendo nada. — Comento, levando meus dedos aos lábios e arrumando meu cabelo em seguida.
 
— Falou a mesma coisa quando os peguei se beijando no jardim do internato no terceiro ano... — Milla diz, caminhando até o balcão. — Quando ficou grávida também. — Ela diz.
 
— Pare de ser idiota. — Ele sussurra em meu ouvido atrás de mim.
 
— Eu termino o bolo. Vão tomar banho. — Ela diz para nós. Olho para Jack e depois para ela. Eles trocam olhas estranhos, mas não vou a fundo nisso.
 
  — Certeza? — Pergunto, apoiando minhas costas no peito de Jack.
 
— Sim, vão logo. — Ela insiste, dando a volta no balcão. — Emma, poderia chamar seu pai para. — Ela pede quando veste o avental que Jack lhe oferece. — E ponha um vestido. Quero ver essas pernocas de fora. — Milla diz, com um sorriso besta.
  
— Não sigam nosso exemplo. — Jack diz, puxando-me para fora da cozinha.
 


 

(...)
 


 
— Parabéns para você! Parabéns para você... — Todos cantam em coro.

Inclino Anna sobre o bolo com cuidado e eu e Jack a ajudamos a soprar as doze velinhas significam cada mês de vida. Jack põe um dedo no bolo e suja meu nariz e o nariz de Anna, que ri e estica os braços pedindo para ir para o seu colo. Meus braços estão doendo por tê-la segurando durante toda a festa.

— Uma foto! — Lizzie grita para nós.

Junto-me a Jack, que passa seu braço pela minha cintura e acabo esquecendo que a câmera está ali e olhos para os seus olhos enquanto sorria. Seus olhos encontram os meus e, por um segundo, tudo no mundo perdia o sentido e apenas aquilo fazia. Apenas nós três.

— Ficou ótima! — Ela grita, com um enorme sorriso.

— Eu te amo, querida. — Beijo a testa da minha garota. — Eu te amo.— Digo para Jack, que beija meus lábios.

— Eu te amo. — Ele diz, beijando minha testa em seguida. — Eu te amo, meu amor. — Ele acaricia os cabelos de Anna.

Suspiro em felicidade. Nunca estive tão feliz e em paz.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora