04 | Casa comigo?

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DOIS MESES DEPOIS.

 
Faz horas que estou tentando terminar esse trabalho da faculdade. Minha coluna dói e meus olhos estão lacrimejando de tanto sono.
Jack disse que ficaria no trabalho até mais tarde, mas graças a deus, eu tive uma folga pela Milla hoje, o que me ajudou imensamente para que eu pudesse terminar isso de vez.
Minha barriga está imensa e Anna não me deixa dormir por um segundo sequer, chutando e se movendo o tempo inteiro. Ainda estou com oito meses e, por Deus, estou no fim da faculdade de psicologia. Termino antes da Anna nascer, no fim desse mês.

Meu telefone toca sobre a mesa. Estou no meu escritório e de Jack. As janelas estão fechadas e as cortinas também. Gosto de estudar sem nenhuma distração e janelas abertas certamente são uma.
A chamada é de Jack e não hesito em atender.
 
– Oi, amor. – Sorrio.
 
Ei, você pode ir ao jardim? Os vizinhos estão reclamando que Hate não para de latir. A Vivian, aí da frente, me ligou. Como ela conseguiu meu número. Enfim, você pode descer e ver o que é? Ele pergunta gentilmente. –  Você está bem? Me desculpe por não poder ter ido para casa te ajudar. – Ele lamenta.
 
– Está tudo bem, só estou um pouco cansada. – Suspiro. – Que estranho, eu não ouvi Hate latir.
 
– Melhor verificar. Você sabe que ele não bate bem. – Jack ri. – Eu te amo, ok?
 
– Eu também te amo. – Digo, sorrindo.
 
Desligo o telefone e passo a mão sobre a minha barriga nua. Eu estou apenas de top, uma calça legging bem confortável até um pouco depois dos joelhos e de meias coloridas nos pés. Meu cabelo está bagunçado e eu estou comendo chocolate enquanto desço as escadas. Pego meu moletom jogado no sofá antes de sair e visto-o.
Love, o mais novo membro da família, que é um furão que adotei para Anna, está esticado no sofá, dormindo. Ainda não consigo ouvir Hate latir, nem achá-lo.

Saio para o jardim tentando olhar para os meus pés, mas eu não consigo. Não os vejo há algum tempo, na verdade. Jack quem certifica que estou realmente usando as meias e os sapatos do lado correto, porque eu não faço ideia.

Quando empurro a porta de correr do jardim, me surpreendo: Jack está acendendo algumas velas sobre uma mesa de jantar bem arrumada com flores. O jardim está submerso em luzes douradas e brancas por todas as árvores e pendurados no ar, deixando tudo mais lindo. Ele está usando seu traje habitual de trabalho: blusa branca – mas sem sua gravata – e as calças pretas. Ele fica bonito assim. Ela fica bonito de qualquer forma.
 
– Jack... – Sussurro, encantada.
 
– Oi, amor. –  Ele sorri, caminhando até mim e pondo suas mãos em meus quadris. – Você está linda. – Ele beija minha testa.
 
 – Claro que sim... – Reviro os olhos, mas permaneço sorrindo.
 
– Eu estou falando sério. Você está linda. – Ele cobre minha bochecha com a sua mão e a acaricia.
 
– Você diz isso porque é meu namorado.
 
– Não, é sério. Você fica bonita com essa barriga enormemente linda dentro desse moletom que quase não cabe mais em você e essas meias coloridas. Ah, e a boca suja de chocolate. – Ele ri e eu também.
 
– O que é isso, Jack? –  Indago, pondo minhas mãos em seu peito.
 
– Eu só queria jantar com você. Você está terminando a faculdade e Anna está quase nascendo. –  Jack dá os ombros, mexendo na minha barriga.
 
– Não precisava disso, sério.
 
– Mas é claro que precisava. – Ele sorri. – Venha, vamos comer. – Ele me puxa pela mão delicadamente e puxa a cadeira para eu me sentar. –  Você vem comendo comida saudável durante toda a gravidez, a não ser quando come chocolate escondido, então achei que seria muito bom se comesse algo ainda mais saudável. – Ele aponta para o prato de pizza à minha frente.
 
– Meu Deus, Jack, eu não aguentava mais ver nada ,verde na minha frente. –  Suspiro, mordendo um pedaço da minha pizza. – Isso é tão romântico!
 
 – Eu sei, eu sei. Um dia só não fará mal ao bebê.–  Ele sorri. – E eu também nunca fui muito fã de coisas saudáveis, e para te acompanhar, só jesus me ajudando. – Ele ri e bebe um pouco do refrigerante.
 
 – Eu sei que você come em fast food quando não está comigo. – Semicerro os olhos.
 
– Sua boca está suja de chocolate, James. Você não tem propriedade para falar.

– Eu estava com desejo! – Defendo-me.
 
– Ok, ok. Você é a grávida aqui!
 
– Exatamente! Carregar um pequeno ser humano dentro da sua barriga não é a coisa mais fácil.
 
– Ainda bem que você é a mulher da relação, porque eu não conseguiria fazer e aguentar metade de tudo isso que você passa. Você é a pessoa mais forte que eu conheço.

Eu o amo. É oficial.
 
A sobremesa é uma torta de limão. Clássico. Eu como ao menos quatro pedaços da torta que, por sinal, estava maravilhosa. Jack quem havia feito, como o habitual. E não é que ele realmente tem o dom da cozinha? Ele não me deixa chegar perto de lá ou então eu corro risco de incendiar a casa, por isso, dividimos as tarefas para ficar justo, e a parte da comida fica com ele, enquanto eu tento não deixar nada colorido entrar na máquina de lavar quando só tem roupa branca... ou então lembrar de lavar a roupa.
 
– Ei, ei, ela está chutando. – Eu digo, empolgada. – Olhe aqui! – Mexo as mãos freneticamente, largando os talheres subitamente.
 
Jack se levanta rapidamente e se ajoelha a minha frente quando me sento de lado na cadeira. Os pequenos pés aparecem na minha barriga e os olhos de Jack brilham. Fico em dúvida sobre qual fenômeno é mais bonito.
 
– É tão bonito... – Ele sorri, com os olhos vidrados no local. – Oi, querida. – Sua mão acaricia minha enorme barriga. – Nós estamos te esperando. – Ele diz e consigo sentí-la chutar mais.

A voz de Jack é o que a Anna mais gosta de ouvir. Ela se anima e se acalma com ela. E o pior é que esse homem ainda jura que será um pai ruim e duvida que a filha o amará. Quando o chamo de idiota, estou mais que certa.
 
– Filha, estamos aqui. – Eu sorrio.
 
– Eu vou tirar uma foto. – Ele diz rapidamente, mexendo em seu bolso. – Um segundo. – Ele diz. – Não estou encontrando. Segure isso para mim. –  Ele diz, meio perdido e me entrega uma pequena caixa de veludo que faz meu coração parar. – Ah, esquece. – Ele sorri. – Eu só achei essa aliança mesmo. – Jackson pega a caixa da minha mão e a abre, revelando um bela aliança com uma pedra no topo.
 
– Meu deus. –  Arregalo os olhos e rio, sem entender o que está correndo.
 
– Acho que não vai dar para tirar a foto. – Ele sorri, inclinando a cabeça para o lado. – Emma Elizabeth James, desde o dia em que comecei a me sentir estranho perto de você, mas de uma forma agradável, eu soube que eu estava condenado. Soube que você seria meu melhor pecado consciente e que qualquer coisa que eu fosse fazer dali para frente, só valeria realmente a pena se envolvesse você. Depois de todos esses anos juntos, acordando todas as manhãs ao seu lado, olhando para o seu rosto lindo, vendo seu cabelo espalhado pelo travesseiro ou pelo meu peito; poder ter a sorte de acordar todos os dias com a mulher mais extraordinária do mundo coberta apenar por um lençol branco, me faz ser o homem mais feliz do mundo e eu queria, realmente, levar isso até o fim da minha vida. Eu sei que "para sempre" são apenas duas palavras, mas o sentimento de querer permanecer ao seu lado fielmente para sempre é real e mais que duas simples palavras. Emma, eu quero poder dizer que você é a minha esposa e quero que todos saibam que você é só minha. Quero poder ficar bem velhinho e dizer que tenho, sei lá, quarenta anos de casado com você e as pessoas se impressionarem. Quero que o nosso amor seja um exemplo de que o amor verdadeiro existe, por que existe. Eu quero poder ter que te ouvir reclamar sobre o quão cruel e injusta as pessoas são quando chegar do trabalho, quero te ouvir fazendo contas matemáticas aleatórias quando não tem o que fazer, quero poder passar horas te apreciando pintar ou desenhar, quero ouvir sua risada todos os dias durante todo o dia e quero te fazer a mulher mais feliz do mundo. Quero que seja ainda mais do que você já é, Em. E por isso, eu irei fazer uma breve pergunta: Emma Elizabeth James, você quer ter a honra e a sorte de ser minha esposa, casando-se comigo? – Jack diz gentilmente, com o sorriso mais lindo em seu rosto e eu reviro os olhos
 
Eu estou chorando, diga-se de passagem.
 
– Você é um idiota, sabia? –  Levo a mão ao rosto. – Sim, seu bobo. Sim, sim, sim! –  Grito, envolvendo meus braços ao redor do seu corpo, tentando abraçá-lo com força.
 
– É sério? Pensei que fosse me fazer comer a aliança com salada. –  Ele brinca, a centímetros do meu rosto.
 
– Você é tão bobo? – Beijo seus lábios. – Tudo o que eu mais quero é me casar com você, Hayes. Eu te amo, Jack. – Digo, quando me afasto.
 
– Eu te amo, Emma. –  Ele diz com os olhos brilhando.
 
Nossos lábios se juntam mais uma vez, mas por um tempo maior. Há amor, entende? É algo inexplicável, porque a forma como me sinto em questão a Jack... o amor que sinto por esse homem, é inexplicável. Ele costumava ser minha bússola, mostrando-me o caminho. Acontece que nós o encontramos juntos, e iremos seguir até seu fim, da mesma forma como o iniciamos.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora