05 | Nascimento.

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UM MÊS DEPOIS.
 
| J a c k |

 
 
Meus pés estão batendo contra o chão repetidamente e freneticamente durante minutos incontáveis e os mais longos de toda a minha vida. Meu corpo momentaneamente fraco é preenchido por nervos que estão à flor da pele e eu realmente não sei o que fazer ou o que pensar em questão ao que está ocorrendo neste exato momento.
Suor escorre pela minha testa e levo uma das minhas mãos até lá para limpar as gotículas. Solto um suspiro pesado e passo as mãos pelo meu cabelo. Já o fiz mais de trinta vezes desde que eu cheguei aqui.

Quando Angelina me ligou avisando que estava saindo do colégio e correndo até o hospital porque Emma iria ter o bebê, eu parei tudo o que estava fazendo e chamei Will para virmos para o hospital o mais rápido possível.
Quando eu cheguei, ela já estava lá dentro. Eu queria entrar, mas fiquei receoso em questão ao fato de ficar ainda mais nervoso que ela ao vê-la gritar e o incomodo que isso me causaria. É egoísta da minha parte, mas ela disse que estava tudo bem. Eu desmaiaria la dentro.
Já deve fazer uma hora que estou aqui. Todos os meus nervos pulam dentro de mim e eu estou com medo de algo ocorrer com ela.
Minha respiração está pesada e acelerada e minha mente vai além com o que pode ocorrer com Emma. Existem possibilidades infinitas de coisas ruins que podem ocorrer a ela ou a Anna. Eu sei muito sobre histórias de mulheres que morrem durante o parto e coisas do tipo e... Meu Deus!
 
 – Querido, precisa ficar calmo. Ela vai ficar bem... na verdade, elas ficarão bem. –  Minha mãe comenta, com as mãos nas minhas costas, esfregando-a a procura de me manter calmo.
 
Não está funcionando, mãe.
 
– E se ela morrer? E se Anna morrer? Meu Deus do céu! –  Digo, levantando-me subitamente. Eu estou desesperado. – Eu não tenho estruturas para isso. – Suspiro, andando de um lado para o outro.
 
– Cara, é a Emma. Ela irá ficar bem e sabe disso. – Lia, que está sobre o colo de Ethan, comenta, com seu sorriso agradável.

Ela se encosta contra o namorado e meu olhar vai para o corredor. Ela está lá no fim. Eu não aguento essa ansiedade.
 
– Eu preciso saber se elas estão bem, porra. – Grito, puxando meus cabelos com força.
 
Ando mais rapidamente de um lado para o outro à procura de acalmar minha ansiedade e preocupação. Eu realmente não nasci para ser um daqueles pais que ficam calmos na sala de espera ou com a mulher lá dentro. Nem por um caralho. Eu preciso de notícias agora... eu preciso.
 
– Jack, ela não está morrendo. – Julie diz delicadamente. – Como Lia disse, é a Emma. – Ela sorri, encostando-se na poltrona azul e apertando a mão de Bruce, que assente calmamente.
 
– Não dááááááá – Digo, prolongando a última palavra demais, dramaticamente.
 
– Família da senhorita James? – Um homem de jaleco branco aparece segurando uma prancheta.

– Olá, onde ela está? Ela está bem? Tudo ocorreu bem? Anna está bem? –  Digo, rápido demais. Milla ri, mas eu não estou brincando. Não engraçado, caralho!

– Tudo ocorreu bem. – Ele diz d meu sangue flui normalmente de novo. Sinto o alívio correr por todo o meu corpo e o mesmo relaxar na hora.
  
– Eu posso vê-la? – Pergunto, arqueando as sobrancelhas e mordendo meu lábio com força.

– Você é...? – Ele pergunta, hesitante.

– Eu sou o pai. Meu Deus, eu preciso vê-la. – Digo, impaciente.

– Da senhorita James? –  Ele pergunta, franzindo o cenho, confuso

– Puta que me pariu. – Digo, passando por ele e seguindo até o fim do corredor, entrando na ala onde ela está.
  
– Ela está nessa aí. – O homem grita um pouco atrás de mim. Ele aponta para porta à minha frente e, assim que entro, me deparo com ela, deitada sobre a cama.

Corro até ela, com... meu Deus, Anna em seus braços. Ela aparenta estar exausta. Seu cabelo está preso e bagunçado e gotas de suor em sua testa, suas mãos estão sem cor e tremendo. Ela está tão linda... Emma nunca esteve tão linda.

– Amor... – Ela diz calmamente assim que me vê entrando.

– Querida... – Digo, correndo até ela, agaixando e beijando sua testa.
 

– Ela é tão linda. – Emma passa seus dedos sobre a pequena criança.

Anna é pálida, com algumas manchas no rosto. Seus olhinhos estão fechados e suas pequena mão segura a manta a qual está embalada. Ela está serena, amável. Eu... eu não sei o que dizer, na verdade. Eu estou sem palavras.

– Sim, ela é linda. – Digo, aproximamos meus dedos de seu rosto, mas recuando, com medo de meus dedos estarem gelados ou eu possa magoá-la.

– O que foi? –  Emma pergunta, com a voz baixa. Passo minha mão por sua testa delicadamente para retirar as gotículas de suor.

– E-eu não quero machucá-la. Ela parece tão frágil... – Digo, olhando para Anna pacifica.

– Pegue-a. – Emma sorri.

– Melhor não, eu...

– Por favor. – Ela pede, com calma convincente. Ela me estica Anna, olhando-me com um olhar calmo e bonito.

– Emma... – Ela revira os olhos e eu também. Pego a menina apreensivo, com todo o cuidado e medo do mundo.

Quando toco... minha filha, tudo no mundo para. É um sentimento diferente, como se fosse minha obrigação proteger e cuidadar daquela criança com tudo o que eu tenho. Ela se mexe em meu colo e medo preenche meus sentidos. Sorrio ao olhar aquele pequeno ser humano que é a minha família agora... Ela é minha filha. E é estranho para caralho dizer ou pensar sobre isso. Sabe, é minha responsabilidade. E ela é tão linda... Deus.
   

– Está chorando... – Emma diz, sorrindo. Seus olhos estão vermelhos lacrimejando e os meus, com certeza. – Eu acho que nunca vi algo tão bonito. –  Ela diz, deixando algumas lágrimas rolarem por seu rosto.

– Para ser bonito eu tinha que estar, obviamente. – Eu digo, sorrindo. E uma pequena lágrima acaba por cair. – Eu te amo. – Digo para Emma.

– Eu te odeio, convencido. – Ela tenta rir.

– Eu também te amo, filha. – Digo, mexendo em seus dedinhos.

Anna se mexe em meu colo e pega meu dedo. Eu rio para Emma e mais algumas lágrimas caem em meu rosto.

Acho que sou a pessoa mais sortuda do mundo.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora