28 | Crianças.

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NOVE MESES DEPOIS
 
| E m m a |

Acordo com o som estridente da babá eletrônica a espernear. Ben me acorda todas as noites desde que nasceu. Mesmo prestes a fazer um ano, ele ainda prossegue assim. Mas Anna, prestes a fazer cinco, não tem jeito: acorda todas as noites de madrugada com medo dos monstro debaixo da cama. Por mais que Jack e eu já tenhamos provado que não existem monstros debaixo da cama, dentro do armário ou em qualquer lugar, ela ainda insiste que tem. Dorme a maioria das vezes entre nós, agarrada ao pai e segurando minha mão.

Aliás, as coisas entre mim e Jack não poderiam estar melhores. Estamos felizes com as crianças, em uma situação financeira confortável, mais apaixonados que nunca e felizes. Nunca mais brigamos depois daquela confusão e os problemas com seu trabalho. Considero isso bom, mesmo tendo algumas discussões normais, mas nada como aquilo. Não gosto de brigar com ele.

Temos um problema, apenas: não temos sexo constantemente como antigamente por conta das crianças, mas quando temos, Jack faz questão de me dar orgasmos até eu não ter mais forças pra aguentar meu corpo. E isso é incrível. Quase não temos tempo, por conta do trabalho, de ter que cuidar das crianças, temos que cuidar da casa... Deus, é cansativo, ainda mais com uma criança de quatro anos e outra e nove meses.

Bem, acho que estamos bem. Todos nós. Anna, que se sai melhor que a maioria das crianças na escola por já saber ler, está quase avançando um série. Ela é incrivelmente inteligente e aprende rapidamente, o que é extraordinário. Ela só tem quatro anos e está aprendendo a ler.

Ethan e Lia finalmente resolveram se casar! Sim, é na semana que vem e eles estão mais felizes que alguma vez já estiveram, já que as gêmeas já nasceram. Elas são tão queridas e muito parecidas com a Lia. Becky e Luke se casaram há dois meses e foi a cerimônia mais amável que eu já vi, porque transbordava tanto amor, que eu não consegui me conter. Eles também estão felizes, ainda mais com a Violet se saindo tão bem no colégio.

— É minha vez. — Suspiro, sentando-me na cama.
 
— Pode deixar que eu vou. — Ele tenta me beijar no escuro, mas acaba por beijar meu olho. — Desculpa. — Ambos rimos.
 
— Você está exausto. — Indago.
 
— Não mais que você. — Ele se senta ao meu lado e suspira. — Estou enlouquecendo. Nem Anna chorava dessa forma. — Ele deita sua cabeça em meu ombro.
  
— Castigo por termos sido tão sarcásticos na adolescência... e agora. — Acaricio seu cabelo.
 
— Faz sentido. — Jack se levanta e sai porta fora.
  
Como de costume, ele está sem camisa, apenas com uma calça de algodão. Jack parece melhor que nunca; mais gostoso que quando tinha dezessete. Ele é lindo. Incrivelmente lindo. Por fora e por dentro. A pessoa mais linda que poderia haver no mundo depois dos meus filhos.
 
Tenho sorte, penso sempre.
 
Jack adentra ao quarto e respira fundo ao se sentar na cama. Ele sorri e beija meu rosto simplesmente.
 
— Ele dormiu mais rapidamente hoje. — Jack ri ao contar.

Ele esta sentado a minha frente e apenas a luz do abajur está iluminando o grande quarto.
 
— Ainda bem. — Suspiro, tentando ficar de joelhos a sua frente.
 
— O que está fazendo? — Ele franze o cenho.
 
— Quero ficar maior que você. — Rio, aproximando meu rosto do seu.
 
— Você não consegue ficar maior que eu, Emma. — Jack ri, acariciando meu rosto.

Uma das duas mãos vai para o meu quadril.
 
— Agora estou. — Semicerro os olhos. — Deveríamos estar dormindo, mas eu não quero dormir. — Beijo sua testa. — Faz tanto tempo que não nos beijamos... sabe, a sós. — Inclino a cabeça para o lado.

Jack me puxa para baixo, deixando-me menor que ele novamente.
 
— Eu acho isso uma ideia esplêndida. — Ele concorda com um sorriso brincalhão e próxima mais seu rosto do meu. — É como se eu te amasse durante toda a minha vida.
 
— Nós conhecemos há doze anos.— Sorrio.
 
— Não, Emma. Minha vida só começou aos 17 anos. Eu te amo toda a minha vida. — Ele acaricia meu rosto. — Minha vida começou quando notei que eu te amava mais que a mim mesmo. —  Sua mão percorre meu braço.
 
— Você foi um puta idiota por desperdiçar 5 anos da sua vida, certo? — Arqueio as sobrancelhas.
 
— Eu fui grande idiota — Ele sorri. —, mas se eu não fosse um idiota, não estaríamos aqui. Se eu não fosse um idiota, as aulas não seriam dadas e nós nunca teríamos nos aproximado. Eu nunca saberia que seu pai era um babaca e sua madrasta uma puta. Você nunca saberia que meu pai não se importa e minha mãe havia "morrido". Ninguém sabia disso. — Ele mexe em meu cabelo. — Você soube. Você me descobriu. Você desvendou tudo. Você agarrou todas as coisas ruins e as transformou em nada. — Ele beija meu nariz. — E, Emma, você não tem noção do quanto eu te amo por isso e por tudo. — Ele diz, sério. — Você me deu dois filhos tão lindos... uma família minha para que eu pudesse corrigir os erros cometidos comigo. Os erros cometidos com você. — Ele sussura. — Você é tudo para mim. Absolutamente tudo. Se não fosse por você, eu seria um nada perdido por aí. Fodendo mulheres que não amo, bebendo além da conta e acabando com tudo. Eu seria infeliz sem você. —  Jack indaga. — Você me salvou, Emma. — Jack finaliza.
 
Não respondo, só simplesmente selo nossos lábios, segurando seu rosto com as minhas pequenas mãos.
 
— Tem noção do quanto eu te amo, Jack? Eu te amo muito mesmo. Irracionalmente. — Sento-me sobre seu colo e ele agarra minha cintura com tanta força, que quase não a sinto.
 
O beijo se torna intenso, profundo... repleto de uma paixão inexplicável que só há entre nós. E eu amo isso. Sou completamente apaixonada por Jack e isso não pode ser posto em palavras. É maior do que eu posso descrever. É um amor que transborda e eu amo isso.
Suas mãos agarram a ponta da minha camisa, a puxando para cima, revelando meu sutiã azul escuro de renda. Seus olhos avaliam calmamente a nova visão que tem e ele sorri. É como se ele realmente amasse meu corpo mais que qualquer coisa.

Suas mãos grandes fazem carinho em meu rosto enquanto o aproximo novamente para mais perto de si. O beijo com mais intensidade e movo meu quadril sobre o seu, causando uma fricção tão desejada. Jack treme e eu acabo por soltar um gemido baixo. Apenas algumas camadas de roupa nos separam, mas não desejo nenhuma neste momento.
 
Ele me levanta em seus braços e me deita na cama. Jack fica sobre mim, beijando meu pescoço e descendo os beijos por todo o meu corpo até chegar lá. Meu belo marido puxa meu short preto até o meio das coxas, mas um som contra a porta soa. Anna.
  
Visto-me o mais rápido possível e Jack tenta acalmar sua excitação consequente às ações anteriores. Arrumo meu cabelo e ando até a porta, abrindo-a. Ela tem olhos arregalados, cabelo bagunçado e seu ursinho em mãos. Seu pijama roxo e branco com coelhinhos a deixa mais fofa e querida que já é.
 
— Eles estão lá, mamãe. — Ela respira fundo. — Eles estava fazendo barulho. — Ela me olha com seus olhos arregalados. — Posso dormir aqui? — Ela inclina a cabeça para o lado.
 
— Claro. — Procuro a acalmar minha respiração ofegante. — Venha, querida. — Me abaixo para pegá-la no colo. — Minha menina está tão grande. — Beijo sua têmpora quando a tenho em meus braços.
 
— Papai, eu posso dormir aqui? — Ela diz quando a sento em meu colo.
 
— Claro, querida. — Ele acaricia seus cabelos. Jack é incrível.
 
— Vamos tirar os monstros daqui para que o Ben não tenha medo? — Ela sugere.
 
— Não tem monstros no quarto de Ben. — Sorrio ao dizer.
 
— Então eu posso trocar com ele? — Ela solta uma gargalhada amável.
 
— Ah, Anna... — Acaricio seu rosto angelical. — Vamos dormir que a senhorita tem que ir para a escola amanhã!
 
— Ah, mamãe, eu não gosto da escola. — Ela resmunga.
 
— Por quê? — Jack franze o cenho.
 
— Ninguém gosta de mim. Eu não tenho amigos. — Ela deita sua cabeça em meu peito. — Eles disseram que eu sou doida. — Ela faz beiço.
 
— E não é que é verdade? Anna, eu também sou doida. E tenho amigos e família e o papai. — Sorrio. — Não há nenhum problema em ser um pouco doidinha, filha. Não ligue para o que eles dizem. Seja você mesma. — Beijo o topo da sua cabeça.
 
— Mas não tem como eu ser outra pessoa, mamãe. Eu sou a Anna. Dá pra não ser a Anna? — Ela franze o cenho ao olhar para mim. Rio.
 
— Não, mas no sentido de personalidade. — Suspiro.

— O que é personalidade? — Ela pronuncia. — Mamãe, consegui falar uma palavra difícil! — Ela grita.
 
— Aposto que as crianças da sua escola não sabem. Então continue sendo você. — Jack sorri.
 
— Tá bom, papai. — Ela ri. — Eu vou ser a Anna. Gosto de ser a Anna. — Ela aperta seu ursinho
 
— Também gostamos do fato de você ser a Anna. — Jack beija sua testa. — Vamos dormir? — Ele sorri.

Anna se agarra ao pescoço de Jack e pega minha mão. Verifico a babá eletrônica antes me virar para eles. Anna fecha seus olhos e Jack sorri para mim com olhos brilhantes de admiração. Eu endeuso a família que tenho. Essas três pessoas são os amores da minha vida.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora