44 | Encontro.

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| E m m a |


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Mas por quê? - Jack resmunga através do telefone.

- Não posso querer sair com você? - Reviro os olhos. - Podemos jantar, ir ao cinema ou simplesmente irmos para um hotel passar a noite lá. - Dou os ombros.

- Mas por que, Emma? Eu adoraria, mas é estranho você vir com essa ideia do nada. - Ele ri.

- Anna quer ficar sozinha com Max. Não vejo problemas nisso, então vamos sair.

- O quê? Não, Emma. - Ele grita do outro lado. - Anna não irá ficar sozinha com aquele garoto.

- Sim, ela irá. Ele é o namorado dela.

- Emma... - Ele suspira. - Não quero as coisas assim. Não quero minha filha sozinha com um garoto. Você sabe o que pode acontecer. - Ele diz, sério.

- Eles podem fazer o que quiserem. Assim como nós fazíamos na idade deles. - Reviro os olhos, abrindo a porta de casa.

- Nem fodendo, James.

E então, seu carro para na garagem. Jack sai arrumando sua gravata. Ele segura uma rosa branca com a mão e o telefone na outra. Ele o desliga e põe no bolso. Um enorme sorriso aparece em seu rosto cansado pelo trabalho e suas feições suavizam quando me vê.

Com os anos, Jack não mudou muito. Seu sorriso genuíno ainda é brilhante, sua barba cresceu e ele não costuma tirá-la. Seus olhos verdes permanecem vivos e felizes. Seu físico é o mesmo definido que o de sempre, pois faz exercícios todos os dias pela manhã com Anna enquanto eu e Ben dormimos um pouco mais. Seu jeito vem se aperfeiçoando ao de pai e marido. E ele só parece ficar mais amável, gentil, carinhoso, altruísta, atencioso e apaixonado. O amor existe entre nós e cresce constantemente, como se tivéssemos nos apaixonado ontem e não há vinte anos atrás. O amo ainda mais que quando tinha dezessete. Todos os dias o amo mais e me apaixono mais.

- Você está maravilhosa. - Ele passa seus braços ao redor da minha cintura. - É uma pena que não iremos sair. - Seus lábios suaves beijam meu pescoço.

- Sim, iremos. - Solto um suspiro de satisfação.

Meu vestido é preto e vai até meus pés. Uma fenda generosa percorre minha longa minha perna e o vestido deixa minhas costas nuas. Meu cabelo está ondulado, jogado para só um lado. Ele está com sua habitual roupa do trabalho: terno preto e gravata azul. Eu o amo vestido assim, porque é sexy e o deixa mais sério, como ele mesmo gosta... como eu também gosto.

- Onde ela está? - Ele franze o cenho, apertando meus quadris.

- Eles já saíram. - Sorrio. - Ben está na casa da Becky e do Luke. Ele e Loren estão finalizando um trabalho de ciências. - Deito minha cabeça em seu ombro.

- Emma, como pôde deixar isso? Você sabe que o 'fazerem o que quiserem' quer dizer que irão... que irão... - Não consegue concluir.

- Eu quero que ela seja feliz e faça o que a faz bem. Ela conversou comigo mais cedo e eu fui sincera e direta. Somos melhores amigas e não há segredos. - Digo. - Vamos, Jack. Faz tanto tempo que não temos um tempo a sós. - Suspiro. - Eu quero fazer amor com você a noite toda... - minhas mãos descem pelo seu peito por cima da blusa branca. - Quero te tocar... te sentir... - Abro um falso sorriso inocente quando minhas mãos chegam ao cós das suas calças. - Vai mesmo negar? - Faço beiço ao encará-lo.

- Mas, Emma... - Ele tenta dizer com a voz rouca, mas uma das minhas mãos entra na sua calça. Jack quase engasga.

- Bem, então se você não sente mais nenhuma atração por mim... - Suspiro frustrada, retirando minhas mãos e entrando, mas ele puxa meu pulso.

- Eu te amo pra caralho. - Ele toma meus lábios com uma fome irracional.

Ele depende disso quase tanto quanto eu.

- Eu... te amo... mais... - Digo entre o beijo esfomeado. - Vamos, eles voltam em breve. - Puxo-o pela gravata até o carro.


(...)



- Aonde estamos indo? - Franzo o cenho. - Aqui está escuro.

- Eu queria te trazer aqui novamente já faz um tempo. Iria ser amanhã, mas já que poderíamos vir hoje, será melhor ainda. - Ele aperta minha mão que estava entrelaçada a minha.

- Comprou comida para virmos para a floresta?

- Você é tão ansiosa... - Ele ri. - Só ouça sua música favorita e prossiga a me estudar.

- Eu não estava te estudando. - Coro.

- Você diz isso desde que tínhamos 17, James. - Ele sorri ao parar o carro.

- Estamos indo para o internato? - Arqueio as sobrancelhas.

- Não. - Ele prossegue a sorrir e sai do carro.

Pego as sacolas com comida e bebida e a pizza e o sigo. Jack abre a mala e retira uma grande bolsa cinza.

- Vamos fazer um piquenique às oito da noite? - Rio com a sua ideia doida.

- Em um lugar especial. - Ele puxa minha mão para entrarmos na floresta.

- Vamos nos perder, Hayes. - Acaricio sua mão.

- Conheço esse lugar quase melhor que conheço seu corpo, Em. - Ele sorri.- Na verdade, acho que não.

E então chegamos lá. O lago.

Meu sorriso é grande demais para o meu rosto e a nostalgia presente neste lugar é tão forte, que me deixa a transbordar alegria.

- Você é um romântico incurável. - Sorrio incondicionalmente. - E eu te odeio por isso.

Jack me beija e solta um risada.

- Preciso que feche os olhos por alguns minutos. Eu não planejei isso direito.

- Ok. - Rio.

Permaneço de costas para o lago por oito minutos contados no meu relógio. Incrivelmente, consegui não espiar e confiei no meu homem. Sinto suas mãos geladas nas minhas costas e então me viro.
Uma manta azul e branca foi estendida na grama verde e eu não sei de onde alguns travesseiros saíram de lá. Velas acesas estão ao redor da manta e restante das comidas estão sobre a mesma.

- Isso é tão fofo... - Suspiro.

- Isso não é nada demais. - Ele permanece atrás de mim.

Deito minha cabeça em seu peito.

- Eu queria ter planejado isso melhor, mas acho que ainda sou um pouco idiota. - Ele me puxa mais para ele.

- Não, não é. É fofo. - Fecho os olhos por um momento. - Não queria de outra forma. Tudo, até hoje, está perfeito. Eu não quero que nada fosse de outra forma. - Viro-me para ele, afagando seu peito coberto.

- Mesmo assim, eu deveria...

- Shh... Você não deveria mudar nada. Tudo o que faz é incrível. - Olho em seus olhos verdes. - Ainda mais me fazendo feliz.

- Mesmo depois de todo esse tempo, consigo te amar cada vez mais. Cada vez que te vejo, é como se fosse a primeira vez; Cada vez que te toco, é como se fosse a primeira vez; Cada vez que te beijo, é como se fosse a primeira vez; Cada vez que fazemos amor, é como se fosse a primeira vez. Tudo continua sendo incrivelmente bom e especial desde a primeira vez. - Ele diz com olhos brilhantes em lágrimas. - E, Emma, eu te amo. Eu te amo muito. Muito mesmo. - Ele diz.

Jack não me deixa responder sua bela declaração que me arranca lágrimas, só me puxa mais para si e pressiona seus lábios contra os meus suavemente, tomando absolutamente tudo o que há em mim. Cada fibra, átomo... tudo.

- Jack, somos feitos de amor. Do amor que recebemos, que doamos, que cultivamos... somos feitos de amor, seja qual ele for. E se não o temos, somos vazios; feitos de nada. E, Jack Campbell Hayes, eu era vazia. Eu não tinha nada... era feita de nada. Obrigada por me transformar em algo. Eu te amo. - Limpo meus olhos e pressiono nossos lábios novamente.

Eu o amo mais que se pode imaginar.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora