40 | História.

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— Vou te contar como foi a minha adolescência, ok? — Digo com um suspiro, ainda a segurar sua mão, sentada ao seu lado na cama. — Sabe, a história de como as coisas eram pra mim e como conheci seu pai.

— Será uma longa história... — Ele brinca ao sorrir para nós.

Ela parece tão triste e isso parte meu coração.

— Ele me odiava. Odiava mesmo. Era ódio real, legítimo. Ele fez todos se voltarem contra mim assim que eu entrei no internato aos 13 anos. — Olho para Jack, e ele parece envergonhado. — Minha madrasta, Sofia, mandou-me para lá quando se casou com seu avô.

— A mãe biológica do tio Henry? — Ela franze o cenho.

— Sim, querida. Essa mesma. — Acaricio seu rosto. — Mas eu tinha uma irmã e ela foi comigo.

— Eu tenho uma tia sem ser a tia Angie? — Ela arregala os olhos.

— Tinha. — Algumas lágrimas rolam dos meus olhos e eu as limpo.

— Ela...?

— Sim, meu amor. Anna morreu aos dezessete com uma doença terminal. Era irmã gêmea da sua mãe. — Jack pega minha mão novamente e a beija

— Por isso meu nome é Anna. — Ela sussurra. — Eu sinto muito, mãe. Eu não sabia. — Ela me abraça forte.

— Está tudo bem. Faz dezenove anos, desde que isso aconteceu. — Tento confortá-la.

— Mas ainda dói. — Jack me entreolha gentilmente.

— Sim, mas não tanto quanto costumava. — Sorrio para ele. — No início, isso acabou comigo. Eu tentei me matar algumas vezes e terminei com seu pai. — Eu suspiro.

— Por quê? — Ela arregala os olhos.

— Ele sabia que ela iria morrer e não me contou. Na noite do baile, nós... bem, dormimos juntos. — Tento explicar e Anna simplesmente ri.

— Que fofo. Sua primeira vez foi com ele? — Ela sorri.

— Sim. — Entreolho Jack e deito minha cabeça no ombro de Anna.

— Dos dois?

— Oh, não. Seu pai era um galinha. —  Reviro os olhos, apertando ambas as mãos de Jack e Anna.

— Meu Deus, pai! — Anna ri.

— Eu era irresistível, querida. — Ele brinca. — Mas sua mãe foi meu primeiro amor. — Ele olha para mim com um sorriso.

— Sim, ele perdeu a conta de com quantas garotas dormiu. — Eu reviro os olhos.

— E você? Seu primeiro beijo foi com ele? — Ela arqueia as sobrancelhas.

— Bem... Não. — Digo, envergonhada. — Foi com o Ethan.

— Tio Ethan? O marido da tia Lia? — Ela abre a boca a rir, surpresa.

— Sim. Eu conheço Ethan desde que me entendo por gente.

— Depois foi o papai? — Ela franze o cenho.

— Não, foi o Tyler. — Eu rio.

— Oh, meu Deus, o tio Tyler!? — Anna grita. — Eu não acredito, mãe. Quantos meninos você beijou até chegar no papai? — Ela ri.

— Só quatro. — Eu sorrio. — Mas acho que beijei seu pai antes. Eu não sei, nós estávamos constantemente bêbados. Eu não lembro de muitas coisas.

— Vocês eram doidos. — Ela diz, a sorrir.

Ela parece mais solta e alegre por ouvir a história. Consigo sentir os ossos finos dos seus dedos quando aperto sua mão. É desesperador.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora