53 | Vai dar tudo certo.

687 88 13
                                    

- Preciso que se acalme. - Esfrego minhas mãos contra suas costas assim que paramos no corredor.

- Mas... mãe? - Sibila Jack.

- Eu fui mãe aos 21. - Dou os ombros, encostando-me na parede.

- Mas ela não tem que ser. Ela só tem vinte anos. Ainda é uma criança, Emma. - Ele respira fundo, caminhando de um lado para o outro e esfregando sua mão em seu rosto.

- Ela não é mais criança. - Reviro os olhos com um sorriso no rosto.

- É claro que é. Com vinte anos ela não sabe nada da vida. - Ele bufa.

- Ei, não diga isso. Nós éramos bem menos responsáveis que Anna e estamos aqui hoje. Éramos muito menos responsáveis com vinte anos que ela com quinze. - Paro à sua frente e ponho ambas as minhas mãos em seu peito. - Anna é consciente até demais e deveríamos dar um voto de confiança nela. Ela já passou por tanta coisa difícil. Ben e Anna foram o que completaram a minha felicidade e eu quero que eles sejam tão felizes quanto eu sou. Logo termina a faculdade de medicina que começou dois anos mais cedo que todos os outros. Ela tem um emprego bom, é inteligente, tem os pais ao seu lado, um namorado que a ama tanto quanto ela o ama e ela está feliz. Ela tem a vida que nós não tivemos e tem o direito de ser tão feliz quanto nós somos, Jack. E ela vai. - Acaricio seu rosto. Ele está chorando. - Aposto que esse seu desespero é mais por ser avô tão novo que por querer matar Max. - Rio, limpando seu rosto, mas eu também estou chorando.

- Sim, eu irei matar aquele bastardo filho da puta. - Jack ri, balançando a cabeça. - Ela deve ter ficado triste pela minha reação. - Ele arfa.

- Só fique calmo, Hayes. Você conhece nossa filha e sabe que ela tem mais cabeça que nós dois juntos. Alguém dessa família louca tinha que ter juízo, por isso tivemos nossos filhos. - Acaricio seu rosto.

- Eu te amo pra caralho. - Ele diz rapidamente e segura meu quadril com força.

Seus lábios firmes são pressionados contra os meus com força. Minhas mãos sobem de seu peito, para o seu ombro, para seu cabelo. Puxo os fios de um louco escuro e Jack cola mais nossos corpos um no outro. Isso é tão bom. Amo-o como se ainda tivesse dezessete anos e estudasse no internato.

- Seus safados, tomem vergonha na cara. Estão no corredor de um hospital. - Ouço a voz risonha da Becky proferir.

- Cale a boca. - Grito contra os lábios de Jack. Rio e escondo meu rosto em seu peito.

- Eu amo vocês, seus velhos. Minha menina os está esperando. - Ela diz, referindo-se à Anna.

Eles saíram da sala. Todos eles. Jack mandou um olhar mortífero para Max enquanto ele saía e Max simplesmente riu e balançou a cabeça enquanto saía. Ele sabe que Jack não está falando sério. Não tão sério.

Anna está deitada na cama, com os olhos inchados. Ela deve estar tão emocionada quanto todos nós por essa notícia. Anna é uma boa garota.

- Me desculpe. - Jack suspira e se senta na ponta da cama. Ele pega a não de Anna e a acaricia.

- Não tem problema, pai. Eu deveria ter sido mais cuidadosa. - Ela dá os ombros com um sorriso triste no rosto.

- Não, querida. As coisas acontecem porque precisam acontecer. Se você está grávida, tem um motivo para isso. Essa criança trará alegria para a vida de todos nós como você trouxe. - Ele sorri. - Peço perdão por ter reagido mal. Eu só me desesperei.

- Mamãe te obrigou a falar isso? - Ela franze o cenho quando algumas lágrimas rolam.

- Quase. - Jack sorri. - Queremos que você seja feliz. Por mais que isso seja um tanto... diferente, sabemos que dá conta. Sua mãe disse uma coisa certa: Você é responsável. Nós dois, na sua idade, éramos completos idiotas irresponsáveis e somos até hoje, mas aqui estamos nós. - Ele beija mão da Anna.

- Será uma honra terminar como vocês. - Ela abre um sorriso por entre as lágrimas.

Ouví-la dizer faz tudo valer à pena. Todas as dores, todas as lágrimas, todos os sorrisos, todas as brigas, todas as confusões. Tudo. Absolutamente tudo. Ouvir Anna dizer isso mostra que fizemos certo e que, por mais que tenhamos errado algumas vezes, no fim, a quantidade de acertos foram maiores.
Nós não fomos os melhores pais do mundo e nem os mais certinhos e centrados. Sempre estivêmos longe da nossa sanidade, mas isso foi bom.
Nós tivemos em mente a felicidade dos nossos filhos. Nós quisemos que eles fossem felizes na adolescência como nós não fomos. Queriamos estar lá... fazer por eles o que não fizeram por nós. E ouvir isso da minha garotinha, me faz perceber que conseguimos. Me faz perceber que nó somos bem mais que pensávamos. Me faz perceber que errar uma vez ou outra é normal, mas corrigir seu erro não o apaga, só te faz melhor. E fomos melhores muitas vezes. Muitas e muitas. E eu sei que Ben e Anna serão pais melhores que nós fomos e mesmo que não sejam, ainda estaremos aqui para ajudá-los a ser. E eles serão. Meus filhos serão.

- A mamãe vai desmaiar. - Anna diz, tentando controlar seu choro.

- Na última vez que você esteve nessa cama foi porque desmaiou por estar doente... quase à beira da morte. Você desmaiou por ter uma doença triste, que te tirava tudo, Anna. Mas, agora, você está aqui por estar grávida, gerando uma vida. - Eu digo entre soluços. - Ser mãe é bom, Anna. Foi a coisa mais certa que eu já fiz em toda a minha vida. Depois foi a peste do seu pai. - Rio. - Eu não me arrependo nem um segundo de tudo o que eu fiz por vocês. Eu sou a mulher mais feliz do mundo e quero que você seja tão feliz quanto eu, Anna. - Caminho até ela.

- Eu serei, mãe. Ainda mais tendo pais como vocês. - Ele abraça fortemente. - Eu amo vocês. - Minha menina desata a chorar.

- Nós te amamos mais. - A aperto mais contra meus braços quando sinto Jack a nos abraçar fortemente.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora