51 | Cameron.

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TRÊS MESES DEPOIS.
 
| E m m a |

 
Hoje é halloween.

Anna e Max agora moram juntos. Eles estudam em faculdades diferentes não muito distantes. Anna está fazendo medicina. Ela é boa e pega a matéria rápido. Eu me sinto uma velha quando vejo minha menina tão grande e bonita. Max faz história e é bom nisso. Eles parecem mais felizes que nunca, só me foi muito difícil deixar a Anna ir, mesmo que ela esteja aqui todos os dias. Nunca estamos preparados para deixarmos nossos filhos partirem. Bem, ao menos eu não estavam. Mas ainda temos o Ben e eu fico grudada com ele, temendo que ele também vá embora. Agarro-me a toda oportunidade que tenho de ficar por perto.

A campainha toca e devem ser mais crianças. Olho para o Jack e ele me manda um olhar como quem diz que é a minha vez de atender
Suspiro e me levanto. Pego o pote sobre a mesa de centro e recebo uma palmada no traseiro.
 
— Seu pervertido nojento. — Semicerro os olhos e jogo uma bala nele.
 
— Claro que eu sou. — Ele sorri.
 
Ponho meu cabelo atrás da orelha e sigo até a porta para ver que tipo de monstrinhos temos.
 
— Doçuras ou travessuras! — As cinco crianças à minha porta.
 
— Olá! — Exclamo. — Temos fantasma, um policial, uma fada, um dinossauro e uma abelha!
 
— Boa noite, sra. James. — O pequeno policial, Noah Mackenzie, diz com o sorriso.
 
— Boa noite, crianças. Suas fantasias são incríveis! — Sorrio, pondo doces nos sacos. — Vocês duas são novas? —  Pergunto para as duas meninas de fada e abelha.
 
— Eu sou a Liv Simpson. — A menina vestida de abelha diz com um sorriso. Ela debe ter uns dez anos.
 
— Eu sou a Chloe Simpson. — A pequenina de fada sorri. — Nós nos mudamos com os nossos pais semana passada. — Ela sorri.
 
— Eu sou a Emma. É um prazer conhecê-las. — Digo. Olho para o pote e os doces acabaram. — Amor, pode pegar mais doces na cozinha? — Grito para o Jack.
 
— Ok. — Ele diz.
 
— Vocês esperam meu marido trazer mais doces? — Digo, abaixando-me.
 
— Sim, Emma. — O fantasma, William Turner, sorri. Ele é um ótimo menino.
 
— Meninas, precisamos ir. — A voz de um homem vindo da rua profere. — Emma? Emma James? — O homem diz.
 
Ele é alto, carrega uma barriga bem grande e é familiar. Cameron?
 
— Cameron? Cameron Simpson?"—  Digo.
 
— Você conhece meu pai? — Liv diz.
 
— Seu pai? — Arqueio as sobrancelhas.

— Meu Deus! Emma James! — Ele caminha até mim e eu não hesito em correr para abraçá-lo.
 
— Came! — Sorrio assim que me afasto. — Você está tão diferente!— Exclamo.
 
— Mas você ainda é a mesma garota incrivelmente linda! Você nem parece que tem trinta e nove anos. —  Ele sorri. Ele está muito diferente.
 
— Nós perdemos o contato quando o terceiro ano terminou. Fomos para universidades diferente.
 
— Sim! Aliás, eu li o seu livro e assisti algumas das suas entrevistas. Fiquei muito orgulhoso de você. — Ele sorri.
 
— Amor, estão aqui. — Jack grita da porta, já jogando doce nos baldes e fronhas.
 
— "Aquele é o Jack? Jack Hayes? — Ele arquei as sobrancelhas. — Se casou com o idiota do Jack Hayes? — Gargalhou.
 
— Quem é, Emma? — Ele questiona, se aproximando assim que fecha a porta de casa e as crianças correm para a rua.
 
— Cameron. — Digo quando ele passou seu braço pela minha cintura.
 
— Cameron? — Ele semicerra os olhos. — Oh. Qual foi, cara. —  Jack me solta e abraça Cameron, dando um tapa nas suas costas.
 
— Vamos à próxima casa, papai. — Liv grita e ele assente.
 
— Eu não acredito que vocês se casaram! — Ele diz, realmente surpreso.
 
— Nem a gente. — Rio. — Suas filhas são lindas, aliás. — Sorrio.
 
— Elas são, certo? Vocês também têm filhos? — Cameron diz.
 
— Sim, temos dois. Anna e Ben. — Jack diz.
 
— Anna... — Suspira.
 
— Anna. — Suspiro.
 
— Ainda sinto falta dela. — Ele afaga meu ombro.
 
— Eu também. Ben nasceu no dia... bem, no dia da morte dela. — Inclino a cabeça para o lado.
 
— Talvez uma forma de amenizar a sua dor. — Ele sorri.
 
— Pensei a mesma coisa quando ele nasceu. Queria que eles estivessem aqui para você ver. São lindos. Anna tem dezenove e Ben tem quinze.
 
— Liv e Chloe são gêmeas. E eu tenho um moleque de quinze. — Ele dá os ombros. — São crianças maravilhosas.
 
— Elas se parecem com você. — Sorrio.
 
— Espero que sim, certo? — Rio. — Você parece tão feliz... Por que não vem aqui? Sabe, a Becky e o Luke moram perto a ainda somos amigos. E a Milla se casou com meu pai. O Tyler também.
 
— Prometo tentar. Cuidar de três filhos sozinho e trabalhar não é a coisa mais fácil do mundo. — Ele abaixa a cabeça.

— Sua esposa...
 
— Ela morreu há três anos. — Cameron suspira.
 
— Eu sinto muito...
 
— Tudo bem. — Ele ri. — Agora eu tenho que ir. Nos mudamos agora e eu estou levando as meninas para pegar doces sem nem ter terminado de desencaixotar as coisas. Está tudo uma bagunça.
 
— Se quiser ajuda... — Sugiro. — Temos tanto tempo livre agora que meus filhos são grandes.
 
— Realmente. Nós nem respirávamos. — Jack e Cameron riem.
 
— Eu falo com vocês, ok? Foi incrível vê-los de novo, cara. Emma ainda continua linda e Jack ainda é ciumento e idiota. — Ele gargalha. — Esperem, crianças! — Ele diz.
 
Cameron beija meu rosto, dá um tapinha no ombro do Jack e corre atrás das suas filhas.
 
— Ele está tão diferente... — Jack diz.
 
— Sim, eu mal reconheci. Queria ter mantido o contato. Ele era um amigo incrível. — Viro me para o Jack e pouso minhas mãos em seu peito e ele mantêm as suas na minha cintura.
 
— Sim, ele aceitou te beijar pra me fazer ciúmes. — Jack ri.
 
— Eu beijei muitas pessoas para uma excluída. A maioria delas para te fazer ciúmes, aliás. — Semicerros os olhos com um sorriso no rosto.
 
— Sabe quando eu... eu fiquei com a Lia naquela festa? — Ele diz.
 
— Não me lembre isso. — Balanço a cabeça.
 
— Foi porque eu te vi com o Tyler. Não sei porque nunca te contei isso.
 
— Fiquei com o Tyler porque te vi com a Lia. Por que éramos irracionais?
 
— Você era mais. — Ele diz com um lindo sorriso. — Agora temos mais um amigo de volta, certo? Eu gostava dele.
 
— Eu também. Foi o meu primeiro amigo. Ele gostava da Anna. — Suspiro.
 
— Quem não gostava? Até eu tive uma queda por ela.
 
— Agora você está casado com a gêmea má. — Inclino a cabeça para o lado.
 
— Garotas boas nunca me encantaram, de qualquer forma. — Jack beija meu pescoço.
 
— Bom assim. — Rio. — Temos nossa turma do colégio quase completa de volta.
  
— A temos completa. — Ele beija minha testa. — Ela está com a gente.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora