38 | Acidente.

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TRÊS ANOS DEPOIS

| E m m a |


- Como você se sente, Nina? - Eu pergunto quando ela se senta na poltrona à minha frente.

- Acho... acho que estou melhor. - Ela abre um pequeno sorriso.

- Oh, querida, isso é maravilhoso. - Eu sorrio, animada pela informação. - Adam foi esse quem te trouxe?

- Sim. A Abby ficou com catapora e Margot teve que levá-la ao hospital, então Adam me trouxe. - Ela sorri.

- Sinto muito pela Abby. - Digo. - Quer me contar mais sobre o Adam?

- Ele é legal. Sabe, eu estou conseguindo falar algumas coisas e ele me tira do quarto.

Meu celular vibra na mesinha ao meu lado, mas ignoro.

- Você pode atender. - Ela sorri. - Pode ter acontecido algo.

- Não se importa? - Eu pergunto.

- Claro que não.

Pego meu celular. A chamada é do Ben. Meu coração para por um segundo e atendo o celular rapidamente. Ele nunca me liga quando estou trabalhando.

- Oi, meu amor. Tem algo errado? - Pergunto rapidamente.

- Mamãe, o papai. Aconteceu alguma coisa com ele. - A voz desesperada de Ben soa através do telefone.

- O quê? Como assim? - Me levanto rapidamente. - Aonde você está? Onde Anna está?

- Nós estamos na casa da vovó Lizzie. Ligaram para ela agora. Ela pediu para eu te ligar porque está procurando a chave do carro. - Ele diz gentilmente.

- Por favor, me deixe falar com ela, querido. - Eu peço.

- Ok, mamãe. - A voz doce dele profere.

- Emma? Ele sofreu um acidente de carro à duas quadras da empresa. Eu não sei o que aconteceu. - Ela chora. - Você está perto. Por favor, vá lá. - Ela implora.

- Estou indo, Lizzie. - Respiro fundo, tentando me acalmar.

Desligo o celular e olho para Nina. Droga.

- Meu marido sofreu um acidente. Eu... eu preciso ir, Nina. Mil desculpas. Eu sinto muito. - Levanto-me e procuro minha bolsa.

- Está tudo bem. - Ela sorri.

Eu saio da sala e corro em direção ao meu carro. Entro, desnorteada, dirigindo em direção ao local.

Quando chego lá, há uma aglomeração de pessoas, policiais e bombeiros. Eu tento passar, mas tem muita gente. Vejo seu carro parcialmente destruído e meu coração afunda em um mar de medo e aflição. Quando consigo chegar na faixa amarela que ronda o local do acidente, consigo vê-lo deitado em uma maca, desacordado e cheio de sangue.
Passo por debaixo da faixa e tento correr até lá, mas um policial me segura. Caralho!

- Senhora, precisa manter distância. - Ele diz, segurando-me.

- Não, ele é meu marido! Eu preciso vê-lo. - Grito, debatendo-me.

- Desculpe, mas não pode se aproximar. - Ele ainda não me larga.

- Eu preciso vê-lo! Solte-me. - Finalmente consigo me soltar e correr até ele.

Minhas mãos trêmulas vão até seu rosto desacordado e sangrando. Meu coração aperta e tento abraçá-lo enquanto as lágrimas correm meu rosto. Eu estou com tanto medo. Ele parece tão ferido e ele não move um músculo, o que me deixa extremamente aflita. Eu estou perdendo o ar

- Senhora, não pode ficar aqui. - Uma mulher diz.

- Ele é o meu marido. Por favor, me deixe aqui. - Eu imploro. - Ele vai ficar bem, não vai? - Eu grito.

- Temos que levá-lo para a ambulância, senhora. Afaste-se. - Outro policial me puxa para trás.

Levam Jack na ambulância e eu entro no carro, seguindo-a. A minha visão fica turva com a quantidade de lágrimas que a embaça. Tenho medo de bater o carro e quase o faço algumas vezes.

Ao chegar no hospital, ninguém me diz nada. Os médicos, enfermeiros e atendentes me ignoraram, me deixando cada vez mais confusa e desesperada.

- Mãe! - Anna grita quando chega ao hospital. Ela está com a roupa amarrotada e o cabelo bagunçado. A minha menina de 14 anos me abraça com força e chora em meu ombro.

Corro para abraçá-la e ela chora juntamente a mim, apertando-me em seus braços finos.

Fique calma, ok? Ele vai ficar bem." Ela afirma, beijando minha testa.

- Mas e se não ficar? Ninguém me diz o que está acontecendo, filha. Eu não posso perdê-lo. - Balanço a cabeça freneticamente.

- Você não vai. O papai é forte e você sabe disso. Não foi nada demais. - Ela limpa minhas lágrimas. - Só fique calma. Eu te amo. - Ela diz, pegando minha mão.

São nessas horas que eu noto que não sei o que seria de mim sem meus filhos comigo.
Quando Ben e Lizzie chegam, as coisas ainda ficam tensas, porque Liz parece tão desesperada quanto eu. Ben se sentou em meu colo e me abraçou. Fez carinho no meu cabelo e em meu rosto. Isso se torna mais que significante por ser um gesto puro e amável. Isso me deixou bem mais calma perante tudo isso. Anna foi pegar água para Lizzie e minha mãe, Angie e Julie chegam depois de algum tempo.

- Família do sr. Hayes. - Um homem chega, depois de algumas horas que estamos aqui.

- Sim. - Eu me levanto após Ben sair do meu colo, caminhando até o homem. - Como ele está? Ele está bem?

- Antes de tudo, o sr. Hayes está bem. - Ele diz, fazendo todos soltarem um suspiro. - Ele fraturou duas costelas, o ombro direito e o pulso, e obteve alguns ferimentos no rosto, como corte no lábio inferior e na testa, mas tirando isso, ele ficará bem. Não quebrou nenhum osso, por muita sorte. - O doutor afirma com um sorriso. - Com o impacto da batida, ele obteve bastante sorte. Sr. Hayes está bem.

- Eu posso vê-lo? Sou a esposa dele. - Imploro.

- Emma, certo? - Ele ri. - Ele falou da senhora. Pode ir vê-lo, mas um de cada vez.

- Obrigada. - Solto um suspiro de alívio.

Quando entro no quarto, Jack está deitado na cama, olhando para a tv, onde fala sobre o acidente que ocorrera com ele. Ele está sem blusa, com o ombro enfaixado, o pulso engessado e o tronco também enfaixado. Sua testa e lábio inferior tem curativos e seu rosto tem alguns ferimentos roxo e rosas, mas mesmo assim, ele continua estupidamente lindo. Ele sorri quando me vê e tenta se sentar, mas geme de dor. Toda a minha dor dissolve quando Jack olha para mim e abre um sorriso brilhante.

- Você não pode me dar um susto desses. - Eu solto um suspiro, ainda chorando.

- Claro que eu posso. - Ele sorri. Que ódio!

- Como você está? Sente-se bem? - Eu pergunto, aproximando-me da cama e me sentando na ponta.

Meu Deus, eu estou tão preocupada.

- Sem dúvidas, bem melhor agora. - Ele sorri e põe sua mão sobre a minha.

- O que aconteceu? - Eu me aproximo.

- Não sei muito bem. Eu estava parado no sinal e não haviam muitos carros na rua. Quando eu olhei para o sinal verde, eu avancei. E eu acordei aqui. - Ele diz simplesmente e tenta se sentar, mas reclama da dor eu não sei bem o que fazer, senão arrumar seu travesseiro e ajudá-lo.

- Eu fiquei com tanto medo de te perder... quando eu te vi deitado naquela maca, totalmente machucado... eu entrei em desespero. - Meus olhos lacrimejam. - Eu não posso te perder, Jack. - Aperto sua mão. - Eu não sei o que eu faria se te perdesse. - Acaricio seu rosto ferido.

- Fique calma. Eu estou aqui. Nada aconteceu comigo. - Ele sorri. - Agora, venha aqui. - Ele diz, tentando me puxar com a sua mão que não está machucada.

Jack beija minha têmpora e acaricia meu rosto. Beijo seus lábios com calma e cuidado para machucá-lo e mexo em seu cabelo.

- Você não pode me deixar assim, Hayes. - Eu digo, afagando seu peito nu.

- Eu sei. Me desculpe. - Ele beija minha testa. - Deite aqui. - Ele diz, tentando chegar para o lado para que eu possa me deitar ao seu lado.

- Você é doido. - Me deito ao seu lado. - As crianças estão com medo.

- Aonde ela estão? - Ele pergunta, acariciando meu braço.

- Eles estão lá fora. Sua mãe também. - Suspiro e arrumo seu cabelo como um hábito.

- Peça-os para entrar. Quando eu acordei e vi tudo isso, pensei que fosse morrer e tive um puta medo de perder vocês. - Jack suspira.

- Eu te amo tanto, mas tanto... - Sussurro e beijo seus lábios com calma por conta do curativo.

- Eu te amo, Emma. - Ele sorri. - Muito mesmo. Vou te encher o saco por muito tempo, ainda!

- E eu agradeço por isso.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora