15 | De novo.

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| E m m a |

 
Eu deixei Anna na casa de Lia mais cedo. Ela e Ethan queriam levá-la ao parque próximo a casa deles, então eu fui à casa da Becky. Ela estava viajando e eu não a via há algum tempo. Eu precisava falar com alguém e ficar sozinha quando eu não estou muito bem em questão a isso. Eu não posso pensar. Quase bati o carro umas três vezes enquanto dirigia até a casa dela.
Agora eu estou no hospital. Sim, estranho. Eu desmaiei na casa da Becky e ela me trouxe para o hospital. Eu só sei que acordei aqui e ela me explicou o que houve. Enfim, eu estou bem, só preciso saber do médico o porquê de eu estar aqui e estamos esperando.
 
— Mas como assim, Emma? — Ela suspira quando termino de explicar.
 
— Eu sei. Eu... eu só estou tentando me conter. — Suspiro. — Eu não gosto de estarmos tão distantes. — Balanço a cabeça, olhando para o maldito quarto de hospital.
 
— Eu sinto muito. — Ela acaricia minha mão. — Vocês têm que conversar.
 
— Eu sei, Becky, mas eu não quero perdoá-lo tão fácil. Mulher criadas para perdoarem os homens independe do que eles façam e não é assim que eu quero criar a minha filha. Não é assim que eu quero ser. Mesmo assim, quando ele começa a falar, eu simplesmente me derreto e fico igual a uma idiota. — Reviro os olhos.
 
— Faz semanas, Emma. Acho que ele já está sofrendo o suficiente. Dê-lhe o benefício da dúvida. Jack é passível de erros como todos nós, então acredito que essa chance é válida. É claro que não deve perdoar tudo de ruim que ele faz, mas ele nunca faz e agora que fez, se mostrou arrependido e está pagando.
 
— Eu sei. Fiquei magoada com a forma como ele falou com ela. Fez com que eu voltasse a um passado não tão distante com a forma com a qual meu pai me ignorava para trabalhar. Ele... ele não tem o direito, Becky. A Anna não vai crescer como eu e ele crescemos.
 
— Eu sei, amiga. Você tem total razão.
 
— Meu pai foi assim comigo a vida inteira e ele disse coisas como o pai dele diria. Eu não quero isso para mim e nem para a Anna. — Resmungo.
 
— Mas acabou. Passou. Você disse que ele foi mais atencioso. Anna nem lembra de mais nada. Perdoe-o. Jack é um bom pai e você sabe disso. Ele não é nada como o Tom ou o antigo Will. — Ela aperta minha mão.
 
— Você... você tem razão. Contudo, ainda iremos conversar seriamente sobre isso. — Suspiro.
 
— Srta. Hayes? — Uma mulher entra na sala. É a médica, obviamente.
 
— Sim, sou eu. — Abro um pequeno sorriso gentil.
 
— Sou a dra. Martinez. Você desmaiou, certo? — Apenas assinto. — Então, devo parabenizá-la. — Ela sorri. — Sua pressão caiu, o que é normal para alguém no seu estado.
 
— No meu estado? Me parabenizar? Por quê? — Franzo o cenho.
 
— A senhorita está grávida de três meses, srta. James. — Ela diz simplesmente.
 
Meu coração para. Como assim eu estou grávida? De novo? Isso é impossível.
 
— Grá-grávida? — Arregalo os olhos.
 
— Sim. Não sabia? — Ela ri.
 
Eu olho para a Becky com os olhos arregalados e respirando fundo, tentando procurar palavras para dizer agora, mas eu não consigo.
 
— Bem, muitas meninas são mães novas. Isso é comum. — Ela tenta me reconfortar.
 
— Tenho vinte e cinco. Eu já sou mãe de uma garota de três anos e sou casada. — Balanço a cabeça, perdida.
 
— Perdão, pensei que tivesse uns dezoito. — Ela ri.
 
— Bem, quem me dera. As coisas eram mais fáceis com dezoito... quase tão fáceis. — Suspiro.
 
— Espere chegar até os quarenta. — Ela solta uma gargalhada. "Bem, meus parabéns pelo bebê, sra. James. E um beijo na sua filha. — Ela sorri, retirando-se da sala.
 
— Eu não posso estar grávida. — Minha respiração se torna pesada e irregular.
 
— Claro que você pode. Isso é incrível, Emma. — Ela sorri e se inclina para me abraçar.
 
— Mas... eu... Becky... — Balanço a cabeça.
 
— Parabéns. — Ela sorri.
 

(...)

 
Quando Anna chegou no quarto subitamente, eu estava sozinha, chorando sobre a cama enquanto estava vendo algumas fotos antigas. Eu não sei o que me deu hoje. E com isso de eu estar grávida novamente, eu estou ainda mais perdida e emotiva. Não estou mesmo bem. Eu não queria que ela me visse chorando.
 
— Mamãe, é o papai. — Ann me entrega o celular.
 
— Eu estou bem. — Insisto para ela. Anna só beija minha bochecha e segue com Love nos braços pela casa. Pego o celular e o levo ao ouvido.
 
— Está tudo bem. Ela não deveria ter te ligado. — Pigarreio.
 
O que houve? Por que está chorando? Ele pegunta, nervoso.
 
— Não houve nada. Eu estou bem. — Eu asseguro com a voz embargada.
 

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora