18 | Traição?

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| J a c k |



- É a Milla. Eu já volto. - Will diz quando seu celular toca e se afasta.

Quando eu acordei, Victoria já havia ido embora. Eu achei ótimo, porque não queria que ela me explicasse nada e desse desculpas sobre as ações da noite anterior.
Bem, eu liguei para Emma algumas vezes essa manhã, mas ela não atendeu nenhuma delas. Algumas nem foram para a caixa postal, o que é estranho, mas hoje é domingo. Se tudo correr bem, talvez eu nem volte para casa na terça, e sim, amanhã.
Durante todo o tempo, só consigo pensar em como Emma está. Eu sei que Anna está bem, porque Emma dá a sua vida por aquela menina, mas a Emma... a Emma é um poço de fragilidade e força. Anna tem a mãe para cuidar dela, mas a Emma... A Emma tem a mim, assim como eu tenho à ela. Ambos tomamos conta um do outro, porque somos o que temos. E eu não suporto vê-la tão mal quanto aparenta estar.

De súbito alguém esbarra em mim. Respiro fundo antes de xingar seja quem for, mas meus olhos se voltam para... Amanda. Oh, Amanda.

- Amanda? - Franzo o cenho, totalmente surpreso.

- Jack? - Ela finge surpresa. Eu te conheço, Amanda. - O que faz aqui? - Ela pergunta com um sorriso exagerado em seu rosto deveras maquiado.

- Trabalho na James Corporation. - Dou os ombros. - E você?

- Na empresa do seu sogro... - Ela solta uma risada.

- Ah, então você soube?

- Que você preferiu se casar com a sem sal da Emma? Todos sabem. - Ela ri novamente. - Surpreendente.

- Foi muito bom te ver, Amanda. - Reviro os olhos novamente.

- Não posso dizer o mesmo, visto que você está vestido. Você fica muito melhor sem roupa, Hayes. - Seu olhar malicioso é posto sobre o meu corpo. - Você parece bem mais másculo e maduro agora. A sem sal tem sorte.

- Eu quem tenho sorte. - Constato.

- Eu tenho que ir. Minha amiga está me esperando. Mas qualquer dia a gente pode se encontrar, sabe? Pra eu poder checar como seu corpo ficou depois desses anos. - Ela sorri.

- Dispenso. Adeus. - Digo quando ela caminha pelo saguão

- Adeus, Jack. - Ela ri e acaba por desaparecer da minha frente. - Caso você se divorcie brevemente, pode me procurar.

Pego meu celular de novo e tento ligar para ela. Nem caiu na caixa postal. O que diabos está havendo?
Envio algumas mensagens para ela, esperando que ela me responda, mas isso não acontece. Ligo para Milla, mas está ocupado.

Óbvio, ela está falando com Will.

Começo a me preocupar. Eu realmente gostaria de saber o porquê dela não querer falar comigo. Eu sei que sou um babaca, mas até ontem ela estava falando comigo. Emma está triste e eu odeio isso.

Eu não vou conseguir ficar aqui até segunda.

Respiro fundo e balanço a cabeça. Deve estar tudo bem e ser paranóia da minha cabeça. Talvez Anna esteja brincando com o celular da Emma e deve ter desligado. Isso acontece várias vezes. Deve ser isso, certo?

Will volta caminhando até mim, aparentemente irritado. Isso é uma característica dele: Ele geralmente está irritado.
Assusto-me quando ele chega perto de mim e seu punho acerta meu maxilar.

- Mas que porra? - Grito, arregalando os olhos.

- Eu te disse que se você a machucasse, eu te machucaria, seu grande filho da puta. - Ele diz, inspirando raiva.

Consigo sentir o gosto de sangue na minha boca e o mesmo está nas minhas mãos. Porra, está doendo.
Will me puxa pelo colarinho até o lado de fora do hotel pelo fato das pessoas estarem olhando.

- O que eu fiz agora, porra? - Bufo.

- Jack, você tem noção do que eu quero fazer com você? Eu realmente quero te matar. - Ele bufa, andando de um lado para o outro.

- Você pode me dizer o que caralhos eu fiz? Eu sei que eu faço muitas coisas erradas, mas eu ainda não entendi o que eu fiz dessa vez. - Respiro fundo. - Que mão pesada.


- Me diz que Victória não foi para o seu quarto ontem à noite. - Ele fecha os olhos com força.

- Ela foi. - Dou os ombros.

O punho de Will encontra meu rosto novamente com ainda mais força. Oscilo quando sinto a dor novamente.

- Porra! - Grito. - Você está com algum problema, caralho? Ela foi para meu quarto porque estava bêbada e não lembrava o número do quarto dela. Eu a deixei dormir na minha cama e dormi no sofá do quarto. - Bufo. - Não aconteceu nada, ok? Minha mulher está em casa tomando conta da minha filha. Eu nunca faria nada com outra mulher. Eu amo a Emma. Por que é tão difícil para todos acreditarem nessa porra? - Grito.

- Você ligou pra Emma ontem. Havia uma mulher gemendo e você dizendo que ela não poderia fazer isso alto, porque ninguém podia saber que ela estava lá.

- O quê? - Franzo o cenho. - Não liguei para a Emma ontem a noite. Última vez que falei com ela, foi antes de sair para te encontrar. Foi por isso que me atrasei, porque estava falando com ela e Anna. - Bato em minha testa. - E Victória estava bêbada e gemendo. Pedi para que ela parasse, porque se alguém ouvisse isso, iria pensar errado e iria acontecer exatamente o que está acontecendo agora.- Rebato.

- Não transou com ela? - Ele arqueia as sobrancelhas.

- Não, Will. Eu nunca faria essa porra.- Digo com um tom óbvio. - Eu amo a Emma! Eu realmente amo a Emma. Meu Deus, sinto-me ofendido por realmente pensarem isso. - Movo as mãos no ar

- Bem, limpe seu sangue e ligue para a Emma, ou então você receberá o divorcio em breve. - Ele dá os ombros.

- O quê? - Arregalo os olhos.

- Ela ouviu e pareceu o que pareceu. Boa sorte para convencê-la. - Ele suspira. - Mas agora temos que ir ao trabalho.

- O quê? Não! Eu vou voltar para casa e resolver isso. - Balanço a cabeça.

- Não pode. Ainda temos muito trabalho. - Ele suspira.

- Eu não ligo. Você realmente acha que o meu trabalho é mais importante que a minha família? - Uso um tom óbvio novamente. - Vamos lá, me demita, mas eu estou pegando um avião de volta agora. Não vamos nos divorciar.

Me afasto, andando de volta para o hotel. Volto para o meu quarto e arrumo todas as minhas roupas após limpar o sangue do meu rosto e trocar minha roupa por uma mais confortável.
Eu não liguei para Emma ontem a noite. Eu entendo que ela deve estar magoada, porque eu estaria se estivesse no lugar dela, mas eu preciso que ela me entenda. Eu amo a Emma e eu nunca faria nada disso para machucá-la. A única pessoa que eu quero fazer amor pelo resto da minha vida, é a Emma. Ninguém mais e ninguém menos. Apenas ela.

E então meus pensamentos vão para Amanda. Amanda precisava procurar uma amiga e Victória poderia ser essa amiga. Além de dizer que... bem, que quando eu me divorciasse, mas eu não vou. Victória pode ter ligado para Emma ontem à noite e a deixado ouvir isso. Seja o que for, eu irei atrás da Emma e tentar fazê-la entender isso.

Isso é coisa do meu pai, eu sei.

The Love Lessons | Livro IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora